Bahia repete 2020 e fecha temporada entre as piores defesas do Brasileirão

Tricolor só levou menos gols do que a Chapecoense

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 17 de dezembro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

O ano chega ao fim da pior forma possível para o Bahia. Depois de cinco anos seguidos disputando a Série A, o tricolor não resistiu e acabou rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Muitos motivos podem ser apontados como causa para a queda, mas, com certeza, a fragilidade do sistema defensivo teve papel de destaque.

O Bahia fechou o Brasileirão como dono da segunda pior defesa da competição. Ao lado do Grêmio, sofreu 51 gols em 38 jogos, uma média de 1,34 gol por partida. O Esquadrão foi superado apenas pela Chapecoense, que levou 67 gols e foi a lanterna.

Por sinal, ostentar a marca negativa de estar entre as piores defesas do Brasileirão não foi uma novidade. Em 2020, o Bahia também sofreu com os ataques adversários: foi vazado 59 vezes e terminou a disputa com a terceira pior defesa, na frente apenas dos rebaixados Goiás (63) e Botafogo (62).

A diferença entre 2020 e 2021 é que este ano o Bahia não conseguiu se sustentar na elite do futebol nacional. Entre as explicações para o baixo rendimento defensivo estão a fase dos jogadores do setor e a falta de renovação.

Para se ter uma ideia, entre março e dezembro, quatro goleiros diferentes defenderam a meta: Douglas, Mateus Claus, Matheus Teixeira e Danilo Fernandes. Somente o último, já na reta final da Série A, conseguiu se firmar - além de uma menção honrosa para Matheus Teixeira por um período.

No miolo de zaga, Germán Conti foi, sem dúvida, o destaque. Luiz Otávio terminou o ano em alta depois de oscilar em seu início no clube. A dupla provavelmente será desfeita, já que o argentino tem contrato só até dezembro e dificilmente seguirá no clube. O Benfica aceita vender, mas a quantia de 2 milhões de euros (R$ 12,8 milhões) foi considerada alta.

Ainda na posição, Gustavo Henrique, 22 anos, mostrou que pode ser útil, enquanto os veteranos Ligger e Lucas Fonseca estiveram muito abaixo dos companheiros. Lucas, aliás, deixou o tricolor em outubro e até hoje o clube não deu explicações para o afastamento. Com o fim do contrato na virada do ano, o zagueiro vai encerrar o ciclo de seis anos nesta segunda passagem iniciada em 2015. Antes, jogou no Bahia de 2012 a 2014, com uma saída para o Mogi Mirim no Paulista de 2013.

Ponto problemático mesmo para a defesa foram as laterais, com titulares mantidos de 2020 para 2021. Na direita, Nino Paraíba praticamente não teve substituto na temporada. O camisa 2 se destaca pela boa chegada ao ataque, mas as brechas dadas por ele na marcação originaram gols dos adversários. Negocia a renovação.

Já do lado esquerdo, Matheus Bahia e Juninho Capixaba revezaram entre a titularidade e o banco. Assim como Nino, Capixaba deixou a desejar na hora de proteger a defesa. Tanto que após a chegada de Guto Ferreira ele passou a jogar como ponta. Matheus, que marca melhor, ficou na lateral.

A ideia de Guto de “dobrar” a lateral esquerda deu certo. Com Matheus Bahia postado na defesa, o time passou a sofrer menos gols: foi vazado 13 vezes nos 15 jogos sob o comando do treinador, uma média de 0,86 por partida. Número bem inferior à média de 1,65 que tinha antes da chegada de Guto Ferreira.