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Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2018 às 19:29
- Atualizado há 2 anos
A Bahia teve uma queda na produção de lenha em 2017 de mais de 50% comparado com 2016. Enquanto que no ano passado foram produzidos 2,485 milhões de metros cúbicos (m³) a partir da extração de madeira nativa, em 2016 havia chegado a 5.012.890 milhões de m3. A redução fez com que o estado deixasse de ocupar a posição de maior produtor nacional de lenha por extração do país. Quem figura na liderança agora é o Ceará, com 3,013 milhões de m³ em 2017.>
De acordo com o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção extrativa de madeira vem perdendo espaço ao longo dos anos em virtude da legislação ambiental, que estabelece maior rigor e controle em operações que envolvem espécies nativas. Estas vêm sendo gradativamente substituídas pela produção oriunda de áreas florestais plantadas (silvicultura). Ainda segundo o órgão, somam-se a isso os esforços empreendidos pelos principais setores consumidores destes produtos, como o siderúrgico, na substituição do carvão vegetal extrativo pelo produto com origem em florestas plantadas.>
No país como um todo, também houve redução da produção de lenha a partir da extração, de 25,019 milhões de m³ em 2016 para 21,520 milhões de m³ em 2017 (-14,0% ou menos 3,5 milhões de m³ entre um ano e outro). >
Desde 2003, a produção nacional de lenha por extração de madeira nativa recua seguidamente no país. Na Bahia, as quedas sucessivas nesse tipo de produção se iniciaram dez anos antes, em 1993.>
Entre 2016 e 2017, o estado também teve uma redução expressiva da produção de carvão a partir da extração de madeira nativa, passando de 100.490 para 53.078 toneladas: 47,4 mil toneladas a menos (-47,2%).>
Assim, em 2017 a Bahia deixou de ser o segundo e passou a ser o quarto maior produtor de carvão por extração do país, abaixo de Maranhão (128.525 t), Piauí (64.919 t) e Mato Grosso do Sul (64.990 t).>
A produção de carvão a partir de madeira nativa também está se reduzindo no país como um todo. Passou de 544.107 para 426.401 toneladas, entre 2016 e 2017, uma queda de 21,6% ou menos 117,7 mil toneladas.>
Mesmo com redução no estado, municípios baianos ainda estão entre os maiores produtores de lenha e carvão por extração Os dois municípios baianos que tinham a maior extração de madeira para lenha em 2016, Xique-Xique e Saúde, reduziram drasticamente suas produções em 2017, chegando, respectivamente, a 100 mil m³ (-84,6%) e 5.000 m³ (-98,0%). Com isso, caíram no ranking nacional: Xique-Xique passou de 1º a 14º e Saúde, da 5ª posição para a de número 919.>
Ainda assim, a Bahia ainda tem 3 municípios entre os 20 maiores produtores de lenha a partir da extração: Jaborandi, que se tornou o maior produtor do estado e, com 180 mil m³, passou a ser o 8º maior produtor do país; Xique-Xique, 2º do estado e 14º do país, com 100 mil m³; e Serra do Ramalho, 3º produtor da Bahia e 16º do país, com 99 mil m³. Todos, porém, apresentaram queda na produção em relação a 2016.>
Já na produção de carvão vegetal a partir de extração, Baianópolis segue como líder entre os municípios produtores, tanto na Bahia como no país, com 18 mil toneladas em 2017. O estado tem outros quatro municípios entre os maiores produtores do Brasil: São Desidério, 2º na Bahia e 4º no país, com 11 mil toneladas; Cristópolis, 3º da Bahia e 10º do Brasil, com 7.000 toneladas; Santa Rita de Cássia e Angical, cada um com 5.000 toneladas produzidas em 2017, ocupando, respectivamente a 4ª e 5ª posições no estado e a 13ª e 14ª no país.>
Nove dos 11 produtos extrativos não madeireiros têm queda na Bahia De 2016 para 2017, houve redução na produção de 9 dos 11 produtos não madeireiros da extração vegetal investigados na Bahia. Entre um ano e outro, só cresceram as produções de mangaba, de 106 para 108 toneladas, e de pequi, que teve um incremento mais expressivo, de 17 para 297 toneladas.>
Dentre os produtos em queda, os destaques negativos ficaram com a piaçava, que passou de uma produção de 42.983 t para 7.902 t (-81,6% ou menos 35.081 t); o licuri (de 3.767 t para 1.005 t, -73,3%); e o umbu (de 6.361 t para 5.808 t, -8,7%).>
Apesar desses recuos, a Bahia ainda se mantinha, em 2017 como principal estado produtor dos três produtos. Apenas no caso da castanha de caju, cuja produção caiu 21,7% de 2016 (768 t) para 2017 (601 t), a Bahia perdeu a liderança nacional, ficando agora atrás de Pernambuco (731 t).>
Silvicultura também recuou em 2017 no estado Em 2017, não foi apenas a produção madeireira a partir da extração que caiu na Bahia, a silvicultura (exploração de florestas plantadas para fins comerciais) também teve um ano de baixa.>
A produção de madeira em tora, mais expressiva da silvicultura baiana, recuou 5,2% entre 2016 e 2017, passando de 14,051 milhões de m³ para 13,318 milhões de m³. A produção de lenha caiu 13,6%, de 963.981 m³ para 833.299 m³. Já a de carvão teve a maior perda percentual, -43,1%, passando de 150.977 toneladas em 2016 para 85.896 toneladas em 2017.>
No país como um todo, dentre os produtos madeireiros da silvicultura, houve registro de queda apenas na produção do carvão vegetal (-0,8%), de 4,957 milhões de toneladas para 4,917 milhões de toneladas. Já a produção de lenha apresentou crescimento de 4,1%, de 53,354 milhões de m³ para 55,524 milhões de m³; e a de madeira em tora aumentou 4,6%, de 133.732 milhões de m³ para 139,826 milhões de m³.>
As áreas de florestas plantadas levantadas, no Brasil, totalizaram 9,8 milhões de hectares em 2017. Cerca de 70,5% delas concentraram-se nas regiões Sul e Sudeste. As áreas com cobertura de eucalipto corresponderam a 75,2% do total.>
A Bahia é o sétimo estado em participação na área total dedicada à silvicultura no país, com 571.996 hectares, -2,63% do que o registrado em 2016. Deste total, 99,8% (571.421 hectares) correspondem a eucaliptos.>
Valor da produção primária florestal baiana diminui 31,4% entre 2016 e 2017 Com as reduções nos volumes de quase todos os produtos da extração vegetal e da silvicultura, em 2017, a produção primária florestal na Bahia (soma da extração vegetal e da silvicultura) apresentou valor de R$ 1,2 bilhão, uma redução de 31,4% em relação 2016.>
A silvicultura teve redução de R$ 335,2 milhões, o que resultou na queda da participação do estado na produção nacional, da 3ª para a 6ª posição. Já na extração vegetal, a Bahia passou da 4ª para a 9ª posição na participação nacional, após a redução de 61,6% (menos R$ 233,2 milhões) no valor da produção.>
No país como um todo, a produção primária florestal registrada em 4.837 municípios somou R$ 19,1 bilhões em 2017, um crescimento de 3,4% em relação a 2016. Foi o segundo aumento consecutivo no valor da produção florestal, impulsionado pela silvicultura, que apresentou incremento de 5,0%.>
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