Bahia: terceiro produtor mineral do Brasil

Líder na região Nordeste e terceiro maior produtor do País, estado tem vocação minerária

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  • Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2021 às 00:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: BAMIN/divulgação

A vocação minerária da Bahia é antiga. Os registros históricos relatam que ainda no início do século 19 o capitão-mor Felix de Morais encontrara diamantes na Serra do Gagau, mais conhecida como Serra do Bastião, onde posteriormente nasceria a Vila de Mucugê. Não é por acaso que a Chapada Diamantina tem esse nome. Muitas de suas vilas e de seus povoados foram formados em razão do diamante e do ouro.

Passados dois séculos, a Bahia ostenta um perfil setorial de produção mineral destacado em nível nacional. Líder no Nordeste, o estado também é vice-líder como produtor de bentonita, salgema, quartzo e grafica, além de ocupar a terceira posição no País em rochas ornamentais, pedras preciosas, água mineral, cobre e prata. Ao todo, são mais de 40 substâncias extraídas em solo baiano. E as perspectivas são as melhores possíveis.“Estudos realizados pela CBPM mostram que o centro-oeste baiano, onde fica Caetité, é rico em minério de ferro, urânio e outros minerais. Na esteira da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), a CBPM já trabalha para atrair mais investimentos para oportunidades identificadas na região, o que inclui estudos de novas jazidas minerais a 100 km de distância de cada lado dos trilhos”, destaca o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, Antonio Carlos Tramm.Entre os minérios em que a Bahia é atualmente líder nacional na produção, estão: diamante, magnesita, vanádio, cromita, quartzito, granulito, urânio, níquel e talco. Recentemente, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) divulgou que o estado, que registrou aumento de 53% na produção mineral no primeiro semestre deste ano, deve receber R$ 70 bilhões de investimentos das mineradoras até 2025, cifra que representa 35% do total de aportes catalogados pelo órgão em todo o País.

NOVOS INVESTIMENTOS Mas é o minério de ferro quem tende a ganhar destaque nos próximos anos, impulsionado pelos trilhos da primeira etapa da Fiol, que vão de Caetité ao Porto Sul, o que deve colocar o estado no seleto grupo de exportadores dessa commodity, a qual representa, aproximadamente, 4% do PIB brasileiro.

A entrada da BAMIN nesse mercado, somada à valorização desse mineral e a alta do dólar, fizeram com que a Bahia apresentasse crescimento de quase 900% na produção no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2020, segundo dados da Agência Nacional da Mineração (ANM).

POTENCIAL PROMISSOR Atualmente, os três estados que mais produzem o metal são Pará, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. “Nós estamos apenas raspando a superfície, a Bahia tem um potencial que vai muito além da BAMIN”, afirma Eduardo Ledsham, presidente da mineradora. Até o final de 2021, a companhia irá produzir um milhão de toneladas de minério de ferro – já estão previstos 11 carregamentos para o mercado consumidor da Europa e da Ásia, que correspondem a 490 mil toneladas.

Ao menos mais uma mineradora já produz ferro na Bahia (Brazil Iron), e outras duas estão em processo de instalação (Tombador Iron e Colomi Iron). Além disso, novas áreas com potencial para a produção de minério de ferro seguem sendo prospectadas pela CBPM e pela Companhia Vale do Paramirim. “Tanto a Fiol quanto o Porto Sul irão contribuir, definitivamente, para o crescimento e o desenvolvimento sustentável na região. O estado da Bahia ocupará uma nova e importante dimensão na economia nacional, tornando-se também o terceiro maior produtor de minério de ferro do País, com produção de riquezas, distribuição de renda e de elevação do padrão de dignidade e de qualidade de vida para sua população”, projeta Ledsham.

O especial de Mineração é uma realização do jornal Correio com o patrocínio da Mineração Caraíba, BAMIN e Yamana Gold  e apoio institucional da CBPM, Secretaria de Desenvolvimento Econômico - SDE e WWI

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