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Cesar Romero
Publicado em 2 de agosto de 2021 às 15:27
- Atualizado há 2 anos
A baiana de acarajé é patrimônio imaterial da Bahia (Betto Jr/Arquivo Correio) Baiana de acarajé é como são chamadas as mulheres que se dedicam ao ofício tradicional de fazer e vender acarajé e outras iguarias das culinárias africana e afro-baiana. >
Mulheres em sua maioria negras e com forte identidade nas religiões de matriz africana. Uma das principais figuras típicas do Brasil chega a ter uma caracterização recorrente nos desfiles das escolas de samba no país. Décadas atrás, era traje típico obrigatório das candidatas a “miss” nos concursos de beleza, nacionais e internacionais. Em 2012, as baianas foram reconhecidas como Patrimônio Imaterial da Bahia e tiveram seu ofício incluso no livro Registro Especial dos Saberes e Modos de Fazer, do IPAC. >
Cantadas por grandes intérpretes, desde Carmem Miranda, Maria Bethania, Clara Nunes, e Dorival Caymmi que criou uma música especialmente em homenagem a elas. Outro grande compositor brasileiro, Ari Barroso, num dos seus maiores sucessos faz referência à quituteira da Bahia, no samba de 1936, No Tabuleiro da Baiana.>
Atualmente as baianas de acarajé podem facilmente ser encontradas através do Mapa das Baianas que está no sítio eletrônico www.oyadigital.com.br, como resultado de uma parceria entre a Associação das Baianas e Acarajé, O IPHAN e o Instituo Palmares, projeto que trouxe mais visibilidade às estas importantes mulheres. >
Agora o Projeto Histórias e Memórias e Acervos do Memorial das Baianas de Acarajé entregou na semana passada na sede Associação das Baianas de Acarajé, no Pelourinho o primeiro Museu Digital das Baianas, importante feito, quando contém registros documentais e iconográficos sobre o ofício das baianas, seu legado ancestral e histórico, trajetória das baianas, catalogação dos acervos pertencentes à associação Nacional das Baianas de Acarajé; além de fotos de tudo que foi realizado pelo projeto de múltiplas linguagens culturais, com o objetivo à reflexão sobre a preservação do ofício destes profissionais, seus saberes e fazeres como Patrimônio cultural e Imaterial e a importância da disseminação do seu legado histórico para as gerações atuais e as futuras.>
O grupo Cultural Ska Reggae em parceria com a ABAM, os organizadores do evento, promoveram uma importante solenidade, quando instalaram a obra do artesão Zaca Oliveira – A Super Baiana de Acarajé em frente ao Memorial das Baianas, na Praça da Cruz Caída, no Pelourinho. Por fim, destaca-se também, a produção de um documentário historiográfico intitulado “Do Dendê ao Acarajé”. A narrativa de curta-metragem se debruçou sobre a cadeia produtiva do azeite de dendê e sua relação direta com a produção do acarajé. >