Bailarina de 15 anos faz vaquinha para estudar em Nova York

Alana conseguiu bolsa, mas precisa de ajuda para custear despesas da viagem

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  • Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2022 às 05:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: acervo pessoal

A paixão e o talento pela dança conduzem Alana Landim para um palco muito sonhado por ela. A bailarina de 15 anos, foi condecorada com uma medalha de ouro na audição da American Academy of Ballet (AAB) e ganhou uma meia bolsa para um curso de férias em Nova York. Porém, as despesas da viagem precisam ser custeadas pela família, que não tem condição de arcar com o valor de R$ 30 mil. 

Em outubro do ano passado, a AAB realizou o curso  Performance Award na escola de dança de Alana, a Ebateca, e, no final, após uma prova, premiaria as sete melhores participantes com uma meia bolsa de verão para estudar  em Nova York.  "Foi uma emoção saber que eu havia passado. Amigas minhas me falavam desse curso, do quanto ele é incrível. Eu espero aprender muito, conhecer outras pessoas e outras técnicas de dança", comemora Alana. 

Para alcançar os R$ 30 mil, necessários para a viagem, a mãe da bailarina, Aleida Landim, criou a vaquinha online “Alana Dançando em NY”, pedindo ajuda para que sua filha consiga avançar mais uma etapa na busca pelo seu sonho: ser bailarina profissional e professora de balé. 

A vaquinha arrecadou até o momento R$ 2.060, 7% da meta. O valor será utilizado para as despesas na emissão do visto e para a passagem de ida e volta para Nova York. Durante o curso haverá despesas como transporte, alimentação e outras necessidades que também terão que ser arcadas pela família. Apenas a hospedagem e duas refeições diárias estão inclusas na bolsa do curso. 

A dançarina ainda não fala inglês, mas para a ajudar a enfrentar a barreira da língua, Leila França, sua antiga professora na escola, tem se dedicado a dar aulas a sua antiga aluna, gratuitamente até o dia da viagem. "Ela se disponibilizou a me ajudar quando soube que eu poderia viajar, para que eu soubesse no mínimo o básico até lá", conta Alana. 

Sonho de ser bailarina e professora 

Ela começou a dançar com 2 anos de idade e, desde então, tem se destacado e encantado a todos com seu talento. Ao completar 4 anos, sua família precisou migrar para Angola em busca de trabalho, e Alana deixaria a primeira escola de balé que participou, no Cabula. Ao tomar conhecimento disso, a diretora da unidade, fez um apelo à mãe da jovem. 

"No dia da despedida da escola, a diretora me chamou e me disse 'olha, eu vou lhe pedir uma coisa. Aconteça o que acontecer na vida de Alana, não tire ela do balé, porque ela tem muito talento'. Eu fiquei com aquilo na cabeça. Em Angola, Alana começou a se queixar e me dizia que sentia falta do balé, então eu a coloquei na academia de uma conhecida e ela fez as aulas como se nada tivesse acontecido", conta Aleida. 

Ao retornar ao Brasil, Alana estava com 7 anos e passou a estudar na sua atual escola de dança, a Ebateca. Sua mãe conta que após completar um ano na instituição, ela se divorciou do pai da bailarina. A renda da família diminuiu e ela não pôde continuar a arcar com as aulas de balé da filha, por isso, a jovem quase foi obrigada a parar de dançar.

Mas, diante de tanto potencial, a diretora da Ebateca, Maria Tereza Gordilho, não permitiu que a aluna deixasse a instituição, alegando que se tratava de um talento que não poderia ser perdido. A diretora passou a custear, junto com a instituição, a permanência da bailarina na escola. Alana, então, passou a ser contemplada com uma bolsa de 100%. Na época ela tinha apenas 8 anos.  

Diversas apresentações marcaram seus 13 anos como dançarina e a jovem destaca as competições que participa desde os seus 9 anos de idade, sozinha ou em grupo, pela Ebateca. Sua primeira competição em grupo foi em 2016, no Festival de Dança de Joinville (SC), um dos maiores do Brasil. Participar de uma competição em Córdova, na Argentina, foi outra apresentação marcante para ela. 

No balé, Alana deseja seguir dois caminhos: iniciar sua carreira profissional em uma grande companhia, e posteriormente, seguir sua maior paixão, ser professora de balé. Segundo a bailarina, foi a partir desse objetivo que surgiu o desejo de fazer um curso como o AAB. "Fazer esse curso me dará mais conhecimento. Para eu me tornar uma boa professora, eu preciso disso", explica a garota. 

É possível contribuir com a vaquinha através do link: www.vakinha.com.br/vaquinha/alana-dancando-em-ny.  

*Sob supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro