Bandidos invadem casa na Santa Cruz e fazem família refém

Idoso estava com o filho e o neto de 8 anos no imóvel

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  • Gil Santos

Publicado em 15 de agosto de 2019 às 18:52

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Um grupo de cinco criminosos armados invadiu uma casa no final de linha do bairro da Santa Cruz, no Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador, por volta das 16h desta quinta-feira (15). Três pessoas de uma família foram feitas refém: um idoso, o filho eo neto dele, de 8 anos. 

De acordo com a Polícia Militar, uma viatura da 40ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/ Nordeste de Amaralina) fazia rondas pela região do Largo do Areal quando encontrou o grupo de homens armados. Houve troca de tiros e os criminosos desceram uma escada que dá acesso a alguns becos no fim de linha do bairro.

Quando chegaram na Rua Professor Luís Pinto, os bandidos invadiram um imóvel, que estava com a porta aberta, e fizeram três pessoas de reféns. As vítimas foram levadas até o andar superior da casa, mas, antes continuaram trocando tiros com a polícia. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), durante o confronto um PM acabou ferido na perna, foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), e não corre risco de morte.

Para ajudar nas negociações, os policiais acionaram a Rondas Especiais (Rondesp) Esquadrão Águia e o Batalhão de Operações Especiais (Bope), além de levar familiares dos criminosos para convencê-los a se entregar. Após duas horas de negociações, eles se renderam e foram algemados dentro do imóvel. Grupo se entregou depois de 2h de negociação (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) Negociação  O capitão Bonfim, da 40ª CIPM, foi quem começou a negociação. Ele contou que o primeiro contato com os bandidos foi por telefone. "Eles informaram que tinham feito reféns e, então, iniciamos o cerco e seguimos o protocolo de gerenciamento de crise. Populares trouxeram um celular e ligamos para o telefone de uma das vítimas, para poder falar com os sequestradores. Eles estavam muito nervosos", afirmou.

Emocionado, o menino de 8 anos foi o primeiro a ser liberado. Ele ficou aos cuidados de um dos policiais até a situação terminar. Um dos criminosos saiu mancando depois da operação, mas disse para a polícia que se machucou durante a fuga.

O comandante da Rondesp Atlântico, major Edmundo Assemany, contou que o histórico dos presos ainda será levantado. "A princípio, nenhum deles participou das outras ocorrências com reféns no bairro, mas a gente ainda vai qualificá-los na delegacia para saber se eles têm alguma participação em alguma ocorrência dessa natureza", disse.

A única exigência do grupo, segundo a polícia, foi a presença da imprensa. Os reféns não se machucaram na ação e os presos também não foram feridos. Já algemados, os homens foram encaminhados para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba. Com eles, os policiais encontraram três pistolas e um revólver.

Os moradores acompanharam atentos a negociação. Os que moram próximo lotaram as janelas e portões, enquanto os mais distantes se aglomeraram na frente das TVs dos estabelecimentos comerciais do fim de linha. No final, aplaudiram o trabalho dos policiais.  Homens são presos depois de liberar os reféns (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Outros casos No último dia 28 de maio cinco homens invadiram uma casa no bairro de Santa Cruz e mantiveram uma família refém por cerca de três horas. À época, seis pessoas foram feitas refém na casa, que fica na Rua da Floresta -  duas mulheres, duas crianças e dois homens. Participaram das negociações a Rondesp e o Bope, além da 40º CIPM. A negociação durou de 18h30 até 23h40.

Já em dezembro do ano passado, quatro homens invadiram o Centro de Saúde Osvaldo Caldas Campos, também no bairro de Santa Cruz, e fizeram 16 reféns por mais de três horas. Caíque Silva Cerqueira, 19 anos, Danilo Santos Nascimento, 28, Jeferson Oliveira Silvany e Erick dos Santos Batista trocaram tiros com militares das Rondesp antes de renderem funcionários e pacientes da unidade, incluindo um adolescente de 12 anos. 

No dia da ação, Erick e Jeferson não tiveram os nomes divulgados pela pasta. Os suspeitos só liberaram as vítimas após negociação do Bope, com intermédio das mães de Danilo e Caíque. A imprensa também acompanhou toda negociação - a pedido dos quatro suspeitos.

Em abril deste ano, outro caso similar aconteceu na localidade de Serra Verde, no Vale das Pedrinhas, também no Complexo do Nordeste de Amaralina. Eric dos Santos Batista estava novamente envolvido - com outros cinco homens, ele invadiu uma casa durante uma fuga e fez novos reféns. Eric ficou apenas um mês no presídio. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ele foi solto por ordem judicial.