Bellintani explica negociação por SAF do Bahia: 'Temos pequenos avanços'

Tricolor está em conversa avançada com o Grupo City

Publicado em 21 de maio de 2022 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Apesar da proposta oficial ainda não ter sido concretizada, as negociações entre o Bahia e o Grupo City para a compra de uma possível SAF do tricolor seguem em andamento. Na noite de sexta-feira (20), o presidente do Esquadrão, Guilherme Bellintani, voltou a falar sobre o assunto. 

Em tom de cautela, Bellintani argumentou que uma negociação dessa requer o máximo de cuidados.  

“A conversa segue acontecendo. Em outros momentos a gente chegou a dar prazos, falando que estava muito perto de acontecer. Agora, pela profundidade do processo que precisa acontecer, a gente tem preferido não dar prazos, mas o que eu posso dizer é que cada dia temos pequenos avanços, trabalhando bastante, tem muita gente envolvida no processo, com alta qualidade e muita preocupação no que está sendo feito, pessoas do mais alto gabarito envolvidas nesse tema”, iniciou o dirigente. 

“Não é na velocidade que eu queria, não é na velocidade que o torcedor queria, mas é na velocidade necessária para uma decisão de tamanha responsabilidade que é essa. É uma decisão permanente, eterna para o clube, que dificilmente terá volta e por isso precisa ser bem trabalhada e estamos fazendo isso”, completou.

Nas últimas semanas, representantes do Grupo City estiveram em Salvador para estreitar as conversas. Após o acerto final, a proposta de compra e transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) vai ser levada ao Conselho Deliberativo e posteriormente à Assembleia Geral Extraordinária (AGE), na qual os sócios vão decidir sobre a venda ou não. 

Guilherme não falou sobre valores, mas a negociação gira em torno de R$ 650 milhões por 90% das ações do Bahia. O fundo árabe passaria então a gerir o futebol tricolor. Questionado se os acordos para pagamento de dívidas realizados nos últimos dias têm relação direta com a transformação do clube em SAF, Bellintani garantiu que não.  

“Primeiro que não estamos tomando nenhuma decisão diária no clube em função de SAF. Nós administramos o clube diariamente como se nada fosse acontecer. É lógico que, paralelo a isso, a gente faz toda a negociação da SAF esperando que ela aconteça no menor prazo possível, mas o dia a dia do clube é independente da SAF. A gente não pode contar com algo que não foi assinado, que não foi avaliado pelo Conselho Deliberativo, que é uma instância que vai analisar com todo cuidado. Não podemos contar com uma coisa que não foi votada pelos sócios”, disse. 

Essa semana, o Bahia firmou um novo acordo com a Justiça do Trabalho. O tricolor estava em débito com o acórdão firmado em 2011 e chegou a ter um pedido de bloqueio de receitas na CBF. No novo contrato, o clube reduziu os aportes mensais de R$ 450 mil para R$ 150 mil. O valor é utilizado pela Justiça para quitar dívidas trabalhistas. Além disso, o Esquadrão usou a cota pela classificação às oitavas de final da Copa do Brasil para amortizar o débito.    

“Seguimos pagando as nossas dívidas. Dei o exemplo da dívida trabalhista, nós liberamos o pagamento de R$ 2,7 milhões [cota da Copa do Brasil] mais R$ 150 mil por mês ou 10% da renda mensal do clube, o que for maior, lembrando que até hoje o clube vive em função dessa dívida antiga, com muita dificuldade”, afirmou Bellintani.