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Biden e o Brasil

Felippe Silva Ramos

  • D
  • Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2021 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

Hoje, o Democrata Joe Biden toma posse como presidente dos Estados Unidos. Nos últimos dois anos, o presidente Jair Bolsonaro trocou os históricos laços diplomáticos entre os Estados brasileiro e americano por uma relação de amizade pessoal com Donald Trump. A lógica do presidente brasileiro foi política: a presença de um líder populista de tendência autoritária na maior potência democrática do globo serviria de cheque em branco para o bolsonarismo tensionar as instituições também por aqui. Juntos, Trump e Bolsonaro denunciaram conspirações inexistentes do globalismo, da esquerda, do comunismo, da OMS e dos cientistas. No entanto, o intervalo de predomínio da anti-razão terminou nos Estados Unidos. 

No período eleitoral, Biden prometeu restaurar o papel dos Estados Unidos como líder do mundo ocidental democrático, com valorização do multilateralismo, da ciência, da democracia, dos direitos humanos e do meio ambiente. Basicamente, todas as pautas políticas de Biden irão se chocar com a agenda ideológica de extrema direita da atual política externa brasileira. Na questão da destruição da Amazônia, Biden chegou a ameaçar medidas concretas de sanções econômicas contra o Brasil. 

O namoro terminou. Bolsonaro se mostrou fiel até o último momento da relação. Defendeu as alegações infundadas de Trump sobre supostas fraudes nas eleições. Deslegitimou o próximo presidente com o qual terá de se relacionar a partir de agora. Resta ao governo brasileiro decidir se permanecerá no caminho ideológico, o que o deixará isolado mundialmente, ou se retornará ao caminho da diplomacia pragmática e profissional que sempre marcou o Itamaraty. Para isso ocorrer, o chanceler precisará ser trocado e o filho Eduardo afastado dos assuntos internacionais. Biden tem agenda e poder. Bolsonaro, por enquanto, tem apenas discurso em contradição com os interesses do país que governa. 

*Felippe Ramos é professor de Relações Internacionais da UNIFACS