BNB prepara pacote especial para agricultores da Bahia

Pacote de medidas para facilitar a liberação de crédito será lançado nas próximas semanas

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  • Georgina Maynart

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 06:57

- Atualizado há um ano

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Um pacote de incentivos exclusivos para os agricultores baianos. Nas próximas semanas, o Banco do Nordeste (BNB) vai lançar uma série de novas regras de apoio aos produtores rurais do estado. A medida, que demonstra o potencial de expansão do agronegócio na Bahia, foi confirmada pelo presidente do BNB, Romildo Carneiro Rolim.

As novas regras serão apresentadas até o dia 15 de setembro. Uma delas envolve o processo de desembolso dos financiamentos e a validade dos laudos técnicos. Geralmente eles são exigidos para garantia do pagamento e liberação do crédito. Entre outras ações, o banco promete reduzir a quantidade de visitas técnicas obrigatórias para liberação dos recursos.

O setor agro já representa cerca de 45% da carteira de clientes do BNB. Entre janeiro e junho deste ano, o banco aplicou na Bahia cerca de R$ 3,8 bilhões. Foram realizadas 404 mil operações de crédito no estado, com clientes rurais e urbanos. O volume é cerca de 5% maior do que o realizado no mesmo período de 2018.

Nos seis primeiros meses do ano, foram investidos R$ 13,4 bilhões em toda a área de atuação do banco, que abrange a região Nordeste, o Norte de Minas Gerais e o Espírito Santo. Apenas em junho, os produtores rurais contrataram mais de R$ 1,1 bilhão através do programa Agroamigo.

Em entrevista exclusiva ao CORREIO, Romildo Rolim antecipou detalhes de como serão implantadas as novas regras na Bahia. Falou ainda sobre os recordes de resultados positivos obtidos pelo banco no primeiro semestre deste ano. Presidente do BNB, Romildo Carneiro Rolim, confirma pacote de medidas para agricultores da Bahia. (Foto: Fernanda Oliveira BNB) *O que os agricultores baianos podem esperar deste novo pacote de ações que está sendo preparado?

É um pacote especial de novidades, que envolve vários detalhes do processo de crédito. São medidas voltadas para o agronegócio empresárial, mas que acreditamos contemplar também todos os outros produtores. Vamos reduzir, por exemplo, a quantidade de visitas técnicas exigidas e ampliar a validade dos pareceres de avaliação dos bens. Isto tudo tem a ver com o fluxo e a modernização dos processos do banco. Devemos lançar o pacote completo até o dia 15 de setembro em Luis Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia.

*Porque um pacote de medidas voltado exatamente para este setor produtivo?

O BNB é um parceiro do agro, e o setor já representa uma parcela forte de clientes. Tem sido assim em todos os estados de competência da Sudene, mas principalmente nos estados da Bahia, Maranhão e Piauí. São clientes com reivindicações próprias e específicas, por conta, por exemplo, do calendário agrícola e dos investimentos de custeio da produção. A ideia é tornar o processo de contratação e desembolso mais rápido e atender mais pessoas.

*A economia brasileira está em retração, entretanto, no primeiro semestre deste ano, o BNB obteve lucro líquido de R$ 744,8 milhões, cerca de 223% a mais que no mesmo período do ano passado. A que se deve este desempenho positivo?

Esse lucro é um somatório das ações que as equipes do banco têm realizado, envolvendo desde a gestão do risco, redução das despesas administrativas à maior velocidade da contratação de crédito. O lucro inclusive foi maior do que o projetado, bem acima da expectativa, e o maior da história da instituição em um semestre. É também uma prova de que confiamos na retomada da atividade econômica regional através do financiamento a empreendimentos em segmentos como energia e saneamento básico. Apenas para infraestrutura foram destinados R$ 5,7 bilhões neste período.

*Daqui para frente, alguma estratégia diferente para continuar crescendo nesta região que enfrenta tantos entraves de ordem climática?

Nós temos que promover o desenvolvimento no sertão, no semiárido, este é o nosso papel. Criar condições para o desenvolvimento territorial, principalmente através de nossos parceiros, como o Sebrae, o Senar, as secretarias municipais e estaduais. Através destas parcerias acreditamos ser possível introduzir inovação, melhorar os produtos e tornar a cadeia produtiva viável e sustentável. Mas queremos dar ainda mais celeridade para o pequeno produtor, micro e pequena empresa, seja rural ou urbano.