Bolsonaro cancela vinda a Salvador para missa de Irmã Dulce

Evento que celebra canonização será no próximo dia 20, na Fonte Nova

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 19:26

- Atualizado há um ano

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Foto: Osid e AFP/Arquivo O presidente Jair Bolsonaro cancelou sua participação na primeira celebração no Brasil pela canonização de Irmã Dulce, que será realizada em Salvador no próximo dia 20, na Arena Fonte Nova.

A informação foi confirmada pela Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, nesta quarta-feira (9), que informou que a desistência ocorreu "em decorrência de ajustes na agenda".

De acordo com o órgão, a participação é impossível porque seriam necessários "ajustes em voos da agenda internacional sequenciais ao compromisso que ocorreria na Bahia". Isso porque Bolsonaro partiria de Salvador e iria direto para Tóquio, no Japão, onde fará um tour por cinco países da Ásia e Oriente Médio.

Irmã Dulce será canonizada neste domingo (13), no Vaticano, em Roma, na Itália. A cerimônia será às 5h da manhã (horário de Brasília), o equivalente a 10h da manhã no país europeu.

Irmã Dulce
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Canonização Religiosa da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, Irmã Dulce nasceu em Salvador, em 26 de maio de 1914. Na capital, morreu em 22 de maio de 1992. A religiosa foi beatificada em 22 de maio de 2011, em cerimônia no Parque de Exposições. 

José Maurício, baiano que mora em Recife, foi o objeto do segundo milagre de Irmã Dulce. Através das orações para Dulce, José voltou a ver. José Maurício era cego e voltou a enxergar (Foto: Thais Borges/CORREIO) A Canonização de Irmã Dulce começou em janeiro de 2000. Com o início do processo, seus restos mortais, que desde 1992 estavam na Igreja da Conceição da Praia, foram então transferidos para a Capela do Convento Santo Antônio, na sede das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), também em Salvador.

A validação jurídica do virtual milagre presente no processo foi emitida pela Santa Sé em junho de 2003. Já em abril de 2009, o Papa Bento XVI reconheceu as virtudes heróicas da Serva de Deus Dulce Lopes Pontes, autorizando oficialmente a concessão do título de Venerável à freira baiana. O título foi o reconhecimento de que Irmã Dulce viveu, em grau heróico, as virtudes cristãs da Fé, Esperança e Caridade.

O voto favorável e unânime da Congregação para a Causa dos Santos, que levou ao título de Venerável, havia sido concedido em 2008 e anunciado em janeiro de 2009 pelo colégio de cardeais, bispos e teólogos após a análise da Positio – documento canônico misto de relato biográfico e das virtudes e resumo dos testemunhos do processo. Os teólogos que estudaram a vida e as obras de Irmã Dulce a definiram como a “Madre Teresa do Brasil”, pelas semelhanças do seu testemunho cristão com a Beata de Calcutá, sendo “um conforto para os pobres e um exame de consciência para os ricos”.

O título de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres foi concedido depois que foi reconhecido como milagre a salvação, pela intercessão de Irmã Dulce, da sergipana Cláudia Cristiane Santos. Em janeiro de 2001, ela sofreu durante 18 horas com sangramentos após o parto do seu filho, Gabriel, na Casa de Saúde e Maternidade São José, na cidade de Itabaiana. Após o padre José Almí de Menezes rezar por Irmã Dulce, Cláudia se viu curada instantaneamente.  Cláudia e seu filho Gabriel: salvos no primeiro milagre de Irmã Dulce (Foto: Reprodução) No dia 9 de junho de 2010 é realizada a exumação e transferência das relíquias (termo utilizado para designar o corpo ou parte do corpo dos beatos ou santos) da Venerável Dulce para sua capela definitiva, localizada na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, situada ao lado da sede da Osid, no Largo de Roma. A Capela das Relíquias foi construída na própria Igreja da Imaculada Conceição, erguida no local do antigo Cine Roma e do Círculo Operário da Bahia, construídos pela freira na década de 40.

No dia 13 de outubro, além de Irmã Dulce, serão canonizados os seguintes beatos: John Henry Newman, cardeal, fundador do Oratório de São Filipe Néri na Inglaterra; Giuseppina Vannini (no século Giuditta Adelaide Agata), fundadora das Filhas de São Camilo;  Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, fundadora da Congregação das Irmãs da Sagrada Família e Margherita Bays, Virgem, da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.