Bolsonaro chega à Bahia para formalizar concessão de trecho da Fiol

Sem máscara, presidente foi recebido por apoiadores em Conquista e Tanhaçu

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  • Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2021 às 10:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

(Foto: Reprodução/Blog do Anderson) O presidente Jair Bolsonaro desembarcou no Aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, às 8h35 desta sexta-feira (3). Ele visita hoje as obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), em Tanhaçu, participando da cerimônia que formaliza o contrato de concessão de um trecho da via.

Assim que chegou, Bolsonaro foi logo ao encontro de apoiadores que o esperavam no aeroporto. Depois, seguiu de helicóptero das Forças Armadas para Tanhaçu, chegando cerca de 1 hora depois. Lá, outro grupo de pessoas o aguardava. 

Nessa chegada, Bolsonaro não usou máscara facial para evitar a disseminação da covid-19. O uso de máscara é obrigatório em muitas cidades baianas, incluindo Conquista e Tanhaçu. Muitos dos apoiadores do presidente também não faziam uso do equipamento.

É a terceira vez que Bolsonaro vem à Bahia este ano. Em janeiro ele esteve em Coribe e em abril na cidade de Feira de Santana. 

Fiol A solenidade também contará com as presenças  do ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas, do CEO da Bamin  Eduardo Ledsham, dentre outras autoridades. 

“É muito importante a presença do presidente para assinar o contrato de concessão da Fiol, dada a sua relevância para a Bahia. A gente está falando do projeto mais estruturante do estado. Um projeto que vai atender o setor mineral, num primeiro momento, e que depois vai atender também ao agronegócio, que cresce a taxas impressionantes, sobretudo no Oeste”, disse o ministro.  

No total, serão investidos R$ 3,3 bilhões na ferrovia, de acordo com o Ministério da Infraestrutura (Minfra). A expectativa da pasta é de que o trecho concedido a iniciativa privada entre em operação em 2025, com a capacidade de transportar mais de 18 milhões de toneladas de carga.  

Em um primeiro momento, 16 locomotivas e 1,4 mil vagões estarão em operação, dos quais, pelo menos, 1,1 mil serão destinados ao escoamento de minério de ferro. Em 10 anos, ainda de acordo com o Minfra, o volume de carga deve mais do que dobrar, superando 50 milhões de toneladas em 2035 – e chegar a 34 locomotivas e 2,6 mil vagões.  “A partir do momento que houver a assinatura desse contrato, a gente vai ter o desfecho das obras, a conclusão, recuperação do que foi perdido e a preparação para o início da operação”, diz Tarcísio.  No entanto, o governo federal ainda não divulgou uma previsão para a construção dos outros trechos da Fiol, que vão ligar Caetité até o Tocantins, atravessando o oeste da Bahia.  

Já a Bamin diz que a capacidade total da via é para 60 milhões de toneladas por ano e que ela utilizará até 18 milhões de toneladas anuais. “As cargas da mineradora irão demandar apenas um terço da capacidade da via. Outros dois terços serão dedicados a outros produtos provenientes do agronegócio”, disseram.

Leia mais: Entrevista com Eduardo Ledsham: ‘A Fiol vai muito além da Bamin, é um fato’ 

Bamin diz que ferrovia vai trazer avanços socioeconômicos para Bahia  A Bamin está comemorando a conquista da Fiol, que, para a empresa, vai consolidar a logística de seus projetos e operações, que incluem a Mina Pedra de Ferro, na região de Caetité, e o Porto Sul, em Ilhéus.  ”Com a Fiol, os dois empreendimentos vão prover o fornecimento com baixo custo de um minério de ferro de alta qualidade, excepcional no mercado mundial. Por demandar menor custo de produção, com redução do consumo de energia e emissão de poluentes, também contribui para melhorar a performance da indústria”, disseram, em nota. Segundo a empresa, os projetos irão gerar mais de 10 mil empregos diretos e 60 mil indiretos na fase de implantação e 1.500 empregos diretos e 9 mil indiretos quando entrarem em operação. 

A Fiol foi leiloada em abril, durante a Infra Week, evento ocorrido na B3, a bolsa de valores oficial do Brasil, sediada em São Paulo. O leilão teve apenas um lance válido, justamente o dado pela Bamin. A companhia arrematou o ativo com outorga de R$ 32,7 milhões, valor mínimo proposto.  

A assinatura do contrato de concessão também faz parte do Setembro Ferroviário, que foi lançado ontem (2), pelo governo federal, durante o envio da Medida Provisória 1.065/2021, a MP das Ferrovias, para o Congresso. A ideia do governo é colocar em prática diversas iniciativas ligadas ao modal, como as obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, que devem começar no dia 17 deste mês.