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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2019 às 11:57
- Atualizado há 2 anos
O presidente Jair Bolsonaro, na noite desta terça-feira (8), ironizou a assinatura do diploma que será entregue ao músico e escritor Chico Buarque pela conquista do Prêmio Camões, a mais importante honraria literária em língua portuguesa. Ele foi escolhido vencedor pelo conjunto de sua obra.>
“É segredo. Chico Buarque?”, disse, segundo Veja, ao ser questionado por jornalistas na chegada ao Palácio da Alvorada. “Eu tenho prazo? Até 31 de dezembro de 2026, eu assino”, respondeu, fazendo alusão a um segundo mandato, já que o seu atual termina em dezembro de 2022. Chico Buarque ainda não se posicionou sobre a polêmica.>
Pelas regras da premiação, os governos brasileiro e português pagam cada um 100 mil euros (o que equivalente a cerca de R$ 450 mil). A parcela do Brasil já fooi depositada em junho. A única dúvida – e que divide o governo – é Bolsonaro assinar o diploma para um artista que considera seu desafeto político por criticar abertamente o seu governo e apoiar ostensivamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – em setembro deste ano, ele visitou o petista na prisão em Curitiba e pediu a sua libertação.>
Em setembro, a organização do 8º Festival de Cinema do Brasil, de Montevidéu, disse ter recebido instrução da embaixada do Brasil no Uruguai para não exibir o documentário Chico: Artista Brasileiro, sobre o compositor. A embaixada divulgou ter feito apenas “sugestões” sobre a programação do festival quando uma lista de filmes foi enviada pelos organizadores.>
O Prêmio Camões foi instituído em 1989 por Brasil e Portugal. De acordo com o Ministério da Cultura de Portugal, a escolha reconhece anualmente “escritor cuja obra contribua para a projeção e o reconhecimento da língua portuguesa”.>
Chico Buarque, 74 anos, estreou como escritor de ficção em 1974, com a novela Fazenda Modelo. Em 1979, publicou o livro infantil Chapeuzinho Amarelo. O primeiro romance, Estorvo, foi lançado em 1991. Quatro anos depois lançou o segundo, Benjamin. Em 2003, publica Budapeste; em 2009, Leite Derramado e em 2014, Irmão Alemão. Ele escreveu as peças de teatro Roda Viva (1968); Calabar (1972); Gota D’Água (1974), e Ópera do Malandro (1978).>