Bolsonaro participa de motociata em Porto Alegre sob forte esquema de segurança

Polícia Militar gaúcha acompanha o presidente durante todo o trajeto

Publicado em 10 de julho de 2021 às 12:05

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução/Redes sociais

Um forte esquema de segurança protege o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em motociata que ocorre na manhã deste sábado (10), em Porto Alegre (RS). De acordo com imagens divulgadas ao vivo pela TV Pampa, a Polícia Militar gaúcha acompanha todo o trajeto feito pelo mandatário do poder Executivo, que também recebe a proteção de agentes de segurança ao seu redor.

Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio Grande do Sul informa "assegurar a execução de ações de prevenção e policiamento, em cumprimento do dever de garantir a manutenção da ordem pública e proteção dos cidadãos, sejam participantes do evento ou não". Ao longo do percurso, o presidente recebe aplausos de apoiadores que carregam bandeiras do País.

Semana conturbada Após uma semana marcada por conflitos com membros da CPI da Covid e ataques às eleições e ao Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro participa do ato de apoiadores, que se concentravam na FIERGS (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul) desde cedo, de onde partiu depois das 10h para o passeio com o líder nacional. Assim como aconteceu em atos anteriores, ele não usa máscara.

Bolsonaro está no Rio Grande do Sul desde a tarde dessa sexta, quando participou de feira em Caxias do Sul. "(Quanto) às pressões que eu enfrento, fiquem tranquilos, meu couro é grosso", disse ele em discurso aos presentes no evento. A fala repercutiu nas redes sociais também pelo acesso de soluços do presidente durante a fala, como é possível ver no vídeo publicado pelo perfil do Planalto no Twitter (a partir de 2h07). O presidente abriu a sua tradicional live de quinta-feira dizendo que estava "há uma semana" com o ataque e que, por isso, talvez não conseguisse se "expressar adequadamente" na transmissão.

De Caxias do Sul, ele partiu para Bento Gonçalves para um jantar com empresários, e nesta manhã foi até Porto Alegre. O presidente está acompanhado de Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, e do deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS).

Durante a semana, cresceu a pressão por uma resposta de Bolsonaro aos indícios de corrupção em seu governo, segundo oitivas da CPI da Covid. A cúpula da comissão enviou uma carta ao presidente pedindo para que ele se manifestasse a respeito das acusações, mas o presidente se negou a respondê-la.

O chefe do Executivo também fez novos ataques às eleições com urna eletrônica, repetindo acusações sem fundamento de fraudes e ameaçando, inclusive, a não fazê-las em 2022 caso não seja implantado um sistema de voto impresso. As declarações provocaram fortes reações do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso.

O encontro faz parte de uma série de eventos em que o presidente busca reforçar a relação com a sua base mais fiel. O presidente já participou de passeios em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Chapecó, em Santa Catarina.

Após a motociata de São Paulo, estimada em ter custado R$ 1,2 milhão aos cofres públicos, Bolsonaro foi multado em R$ 552,71 por não ter usado máscara contra o coronavírus no trajeto. Cenas de aglomeração também foram recorrentes em passeios anteriores.

Ao final do ato, é comum também que Bolsonaro cumprimente apoiadores e discurse à multidão presente. Em Chapecó, ele voltou a criticar medidas de isolamento e afirmou que a CPI da Covid era conduzida por "sete pilantras". "Temos uma CPI de sete pilantras que não querem investigar quem recebeu o dinheiro, apenas quem mandou o dinheiro. Lamentavelmente, o Supremo decidiu pela CPI, e decidiu também que governadores (fossem desobrigados) a comparecer à mesma. Querem apurar o quê? No ‘tapetão’, não vão levar", disse na ocasião.

Porto Alegre ainda vive um cenário preocupante da pandemia, apesar de o número de internações ser o menor em cinco meses. A taxa de ocupação de leitos de UTI na cidade está em 82,85%, segundo dados da prefeitura da capital gaúcha atualizados pela última vez no final da tarde desta sexta, 9. A cidade teve 159 192 casos confirmados da doença e 5.194 óbitos.