Bolsonaro se iguala a Jango e FHC em indicações na Petrobras

Com mudança em curso, Petrobras terá o quarto presidente em atual gestão. Apenas Sarney e Collor mudaram mais

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Publicado em 25 de junho de 2022 às 16:00

- Atualizado há 10 meses

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Quem não pôde ou não quis viajar para matar as saudades das festas juninas encontra em Salvador um cardápio diversificado de opções, desde os tradicionais festejos no Centro Histórico, passando pelo Parque de Exposições e Paripe. por Paula Fróes

(Tânia Rêgo/Agência Brasil) Houve um tempo em que o trabalho na direção de uma estatal era como o paraíso da administração pública. Bons salários, por vezes acima do teto da  administração pública, além da possibilidade de uma gestão mais próxima da lógica privada. E neste contexto a Petrobras sempre foi a joia da coroa. Pois bem, novos tempos e a presidência da petrolífera se torna um desafio de resistência. Quanto tempo o novo presidente da Petrobras vai durar no cargo?

Em três anos e meio de mandato, o presidente Jair Bolsonaro já rifou três nomes e caminha para a sua quarta indicação. Com isso, ele já se igualou a João Goulart e Fernando Henrique Cardoso – cada um indicou quatro, mas lembremos que FHC fez isto num intervalo de oito anos. No caso do atual presidente, ainda tivemos a indicação do economista Adriano Pires, que teve o nome encaminhado para o comando da empresa, porém desistiu do cargo antes de tomar posse. 

Quando Caio Paes de Andrade assumir a presidência da estatal – o que só não deverá acontecer no caso de uma grande reviravolta porque o governo federal é majoritário no conselho de administração da empresa – Bolsonaro estará a uma indicação de se igualar a José Sarney e Fernando Collor de Melo, cada um com cinco presidentes indicados durante os seus mandatos presidenciais. 

Desde o início do atual mandato presidencial, passaram pela presidência da Petrobras o economista Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna e José Mauro Coelho. Atualmente, responde interinamente pelo cargo Fernando Borges, atual diretor executivo de Exploração e Produção da companhia. Mais recente nome a deixar o cargo, José Mauro Coelho vinha sofrendo um processo de fritura pública em razão da política de preços adotada pela estatal. A mesma questão abreviou os mandatos dos seus dois antecessores. 

Coelho permaneceu apenas 68 dias no posto. No início desta semana, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu uma apuração sobre as notícias que anteciparam a renúncia do executivo. 

A verdade é que quem assume o cargo de presidente da Petrobras hoje chega com uma indicação política para atuar numa empresa que tenta atuar sob as regras do mercado internacional de petróleo. E aí é pressão para todo lado. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que “não há o que comemorar” sobre os fatos recentes envolvendo a estatal. 

O parlamentar vem liderando discussões sobre mudanças na política de preços de petróleo e derivados no Brasil. O presidente da Câmara e o governo vinham pressionando pela renúncia de Coelho há pelo menos três semanas e o executivo chegou a até a ser demitido publicamente por Bolsonaro. Agora, o caminho está livre para o novo indicado, que será a solução até Deus sabe quando.

Tomara que chova, ou vai ser difícil pagar a conta de luz... A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou na última terça-feira (21) o reajuste nos valores das bandeiras tarifárias – cobrança extra aplicada às contas de luz quando aumenta o custo de produção de energia no país. A maior alta será no valor da bandeira vermelha patamar 1 (alta de 63,7%). A bandeira amarela vai subir 59,5%, e a vermelha patamar 2 aumentará 3,2%. A bandeira verde, que está atualmente em vigor, seguirá sem cobrança. Os novos valores passam a valer a partir do dia 1ª de julho. 

Desde 16 de abril, está em vigor a bandeira verde, ou seja, não há cobrança extra aplicada à conta de luz. A Aneel informou que a tendência é que a conta de luz dos consumidores fique com a bandeira verde até o fim do ano, devido à recuperação dos reservatórios das hidrelétricas.

Porém, a cobrança pode voltar a partir de 2023, a depender dos custos envolvidos na produção de energia. 

Depois dos recentes aumentos nas contas e com a inflação em patamares cada vez mais elevados, o jeito é aprender algum tipo de dança da chuva que funcione.

Cadê a licença?  O Ministério Público Federal (MPF) entrou na Justiça Federal pedindo a paralisação de todas as atividades na Bahia Marina. O MP diz que a licença de instalação, concedida pelo Ibama,  está vencida desde 2013. Mas o interessante é que de lá para cá, a Marina solicitou uma licença prévia em 2015, a prorrogação da licença de instalação em 2016 e a prorrogação de sua licença prévia em 2019, segundo relatórios do próprio Ibama. E nada de resposta.

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Batida no licor   As fábricas Arraiá do Quiabo  e  Licores Roque Pinto, tradicionais produtores de licor artesanal em Cachoeira, no Recôncavo baiano, tiveram sua produção interrompida esta semana, quando fiscais do Ministério de Agricultura, Agropecuária e Abastecimento (Mapa), junto com agentes da Polícia Federal (PF), interditaram os estabelecimentos. A medida se deu pelo descumprimento de exigências de funcionamento estabelecidas pelo ministério.

Triste marca 30 mil mortes causadas pela covid-19. Esta foi a marca atingida pela Bahia nesta semana. Desde o início da pandemia, em 2020, já foram registrados mais de 1,56 milhão de casos no estado. Nacionalmente, 670 mil pessoas já morreram.