Bons ventos para  o saneamento  na Bahia

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  • Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2021 às 05:45

- Atualizado há um ano

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 Apesar de referir-se especificamente ao setor público, a formalização de serviços de tratamento de água e efluentes definida pelo Novo Marco Regulatório do Saneamento trará inúmeros benefícios para o setor privado, com reflexos altamente positivos para o meio ambiente e para a comunidade. O público terá que se ajustar e o privado não poderá permanecer à margem.

À luz dos refletores proporcionados pelo marco, ficará muito difícil para indústrias e empresas na Bahia utilizarem, por exemplo, locais inapropriados para descartes ou mesmo manterem métodos pouco ortodoxos de descontaminação ou tratamento de resíduos líquidos. 

As técnicas de soluções sustentáveis e a expertise para o tratamento de efluentes estão disponíveis no País, ao alcance de indústrias, complexos urbanos e comerciais como condomínios, shoppings, hospitais etc. Vão muito além do competente descarte correto de efluentes. A economia proporcionada pelo tratamento que permite o reuso de água pode chegar a 40-50% do valor cobrado pela concessionária pública. 

Cerca de 46,9% dos brasileiros, segundo dados do Instituto Trata Brasil, não possuem rede de esgoto e o acesso à água não evolui satisfatoriamente (passou de 83,6% para 83,7%).  

 Na Bahia há uma enorme demanda reprimida: 18,4% da população não tem acesso à água tratada e 60,5% não dispõe de rede de esgoto, segundo o Instituto Trata Brasil. Para o meio ambiente e a comunidade, o benefício é patente. 

O marco será fundamental no combate à contaminação da água - gerado pelo descarte criminoso de incontáveis cidades e empresas que lançam nos rios e nos ralos resíduos dos mais variados. Por outro lado, o reuso de água precisa ser urgentemente estimulado, o que trará maior segurança hídrica diante de meses cada vez mais secos.

 O Polo industrial de Camaçari, com suas mais de 90 empresas, é um exemplo de como a industrialização e a cultura de tratamento tecnológico correto de efluentes podem e devem conviver para construção de um ambiente economicamente sustentável.

O maior complexo industrial integrado do hemisfério sul, além de gerar negócios e empregos, promove, continuamente, o tratamento na fonte dos efluentes líquidos e resíduos sólidos.  

 Mas a Bahia enfrenta desafios em outras áreas, como o lançamento irregular de efluentes na Baia de Todos- os-Santos, oriundo, entre outros locais, do Polo industrial de Aratu, que ainda carece de investimentos de muitas empresas irregulares. Certamente veremos um movimento positivo nessas regiões. 

O novo marco promete fazer de 2021 um ano de notícias boas para o saneamento. Esperamos que o setor público contagie o privado, no sentido de reduzir os índices inaceitáveis de falta de tratamento de efluentes no País, melhorando não só o meio ambiente, mas a vida e a saúde da população. 

Diogo Taranto é diretor de Desenvolvimento de Negócios no Grupo Opersan, especializado em soluções ambientais para o tratamento de águas e efluentes. [email protected]