Bota na conta de Eugênio

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  • Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Se está bem perto de garantir matematicamente a permanência na Série B, o Vitória precisa agradecer a um homem: Eugênio Machado Souto, o Geninho. Aos 71 anos, o treinador explorou os atalhos da competição e, em pouco tempo, montou uma equipe competitiva, algo que seus antecessores não conseguiram. Em um momento em que os técnicos jovens atraem para si os holofotes do futebol brasileiro, numa busca desesperada (e justa) por modernização do nosso jogo, Geninho mostrou que experiência ainda importa.

Não é que Marcelo Chamusca, Osmar Loss e Carlos Amadeu não tenham conhecimento ou capacidade para estar na área técnica. Entretanto, a verdade é que Geninho foi o único que conseguiu passar segurança para clube e torcida, mesmo tendo à disposição um elenco de pouca qualidade técnica, ainda que não fosse ruim a ponto de ser rebaixado - há equipes piores que o Vitória. O motivo é simples: o Vitória precisava de um treinador tarimbado, com as costas largas, apto a lidar com a dureza que é disputar a segundona.

Dentro de campo, Geninho simplificou o jogo do Vitória, que hoje se defende com mais força e procura atacar da maneira mais direta possível, explorando também a letalidade de Thiago Carleto nas bolas paradas. Mesmo sem jogadores importantes em um momento delicado da competição, entre eles Jordy Caicedo e Wesley, os que conseguem dar profundidade ao time, ele conseguiu tirar o melhor que esse grupo pode dar. De quebra, melhorou o rendimento de atletas como Eron e Felipe Garcia.

Não é só isso. A experiência e serenidade de Geninho ajudou a segurar um elenco insatisfeito por causa dos salários atrasados. Por mais que o assunto fosse tratado abertamente por alguns atletas, como Lucas Cândido, um dos mais regulares do elenco, a bomba só estourou na véspera do jogo contra o CRB, quando o grupo decidiu que não concentraria e ameaçou não treinar. Foi o treinador quem contornou a situação e impediu que a bomba estourasse de vez.

O treinador é o elo entre elenco e diretoria. Pensando na catástrofe que seria uma queda para a Série C, sua contratação foi, sem dúvida, o principal acerto de Paulo Carneiro em seu primeiro ano de gestão. Transferiu para um profissional experiente e conciliador a responsabilidade de administrar as insatisfações do grupo. Em entrevista coletiva, Geninho deu o recado: o Vitória precisa equilibrar suas contas para montar uma equipe competitiva para a próxima temporada.

Nordeste forte na Série A

Com pés no chão e um planejamento bem estruturado, Fortaleza e Ceará caminham a passos largos para permanecer na Série A, seguindo o exemplo do Bahia, que saiu na frente dos clubes nordestinos e fez um campeonato seguro, oscilando apenas na reta final.

É provável que tenhamos novamente quatro clubes do Nordeste na elite na próxima temporada, já que o Sport deve substituir o CSA. Por mais que tenham orçamento inferior, os clubes nordestinos mostram que, com planejamento, é possível fazer frente a rivais endividados e desorganizados do Sudeste. O Vitória tem um norte a seguir.

Rafael Santana é repórter do globoesporte.com