Braga Netto diz que ameaça às eleições é 'invenção'; Lira também nega

Presidente da Câmara diz que não recebeu nenhuma ameaça

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  • Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2021 às 09:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo ABr

O ministro da Defesa, general Braga Netto, afirmou que é uma "invenção" a reportagem que afirma que ele enviou um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), condicionando a eleição de 2022 ao voto impresso e "auditável". Ele foi questionado ao chegar ao ministério na manhã desta quinta-feira (22).

Em um evento, ele falou do tema. "Hoje foi publicada uma reportagem na imprensa que atribui a mim mensagens tentando criar uma narrativa sobre ameaça feitas por interlocutores a presidente de outro poder. O Ministro da Defesa não se comunica com os presidentes dos poderes por meio de interlocutores. Trata-se de mais uma desinformação que gera instabilidade entre os poderes da República em um momento que exige a união nacional", disse.

"O Ministério da Defesa reitera que as Forças Armadas atuam sempre e sempre atuarão dentro dos limites previstos na Constituição", completou o ministro, que afirmou ainda que a discussão sobre o voto impresso é "legítima" e cabe ao Congresso. "A discussão sobre o voto eletrônico-auditável por meio de comprovante impresso é legítima, defendida pelo governo federal e está sendo analisada pelo parlamento brasileiro, a quem compete decidir sobre o tema".

O próprio Lira disse ao blog de Ana Flor, do G1, que é "mentira" que tenha recebido qualquer tipo de recado do ministro falando sobre as eleições de 2022 e o voto impresso, projeto que tramita em uma comissão da Casa e deve ser derrotado.

Segundo a reportagem, quando Braga Netto enviou o recado, estava acompanhado dos comandantes da Aeronáutica, Marinha e Exército. A conversa foi relatada por um interlocutor.

Isso aconteceu no último dia 8, segundo a matéria. Nesse mesmo dia, o presidente Bolsonaro, que tem visto a popularidade cair em levantamentos sobre a disputa de 2022, declarou publicamente que sem voto impresso não aconteceria eleição.

O voto impresso é uma das principais causas atualmente defendidas por Bolsonaro e seus aliados, que questionam a lisura do atual processo, pelo qual o presidente foi eleito várias vezes na sua vida política. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contestam o presidente e dizem que o voto eletrônico é seguro e também auditável.