Brasil cresce em inovação, mas o caminho é longo

Por Hugo Brito

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  • Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Saiu na semana passada o índice Global de inovação feito pela Universidade americana Cornell, a faculdade de administração Insead e pela Ompi (Organização Mundial da Propriedade Intelectual). O Brasil subiu 5 posições no ranking. Nosso país agora ocupa a 64ª posição entre as 126 economias avaliadas. Quando comparado a outros 18 países da América Latina e Caribe, o Brasil fica em sexto lugar, atrás de Uruguai (62) e Colômbia (63). Claro que a melhoria deve ser comemorada, mas a análise do relatório mostra pontos preocupantes e que, seguramente, são entraves para chegar mais perto do topo da lista que tem como primeiro lugar a Suíça, seguida por Holanda, Suécia, Reino Unido, Singapura e Estados Unidos que é o sexto colocado na lista de países que mais inovam.

Ambiente prejudicial para a inovação

O crescimento na média esconde dados que mostram que ainda há muito o que melhorar. Dentre os 126 países do ranking mundial de inovação o Brasil ocupa a posição 110 em “ambiente para negócios”. Já no item “facilidade para abrir um negócio” ficamos na posição 123. O peso tarifário que inovadores enfrentam também é alto. A posição do Brasil nesse item é a de número 106. Em termos de segurança e a estabilidade do ambiente político também não vamos bem e ficamos em 89º lugar.

Mas, e o crescimento vem de onde?

Um dos indicadores que mais eleva nossa posição média é a “escala de mercado interno”. Nesse ponto o Brasil fica na oitava posição, ou seja, há muito espaço para inovar e crescer por aqui. A “criação de aplicativos para dispositivos móveis” é outro indicador que nos leva para cima. Nele ficamos em 39º lugar. Mesmo com todas as dificuldades ocupamos a 28ª posição em “pesquisa e desenvolvimento”. Segundo Alexis Rockenbach, Head de Inovação do UOL DIVEO, o investimento em tecnologias como Big Data, IoT e Inteligência Artificial/ Machine Learning são impulsionadores desses números positivos. "O desenvolvimento pela inovação cria novas perspectivas, impulsiona e melhora a economia de um país. Atuar focado nesses pilares é um grande diferencial de países desenvolvidos e pode fazer a diferença nos negócios e na sociedade. É sempre importante lembrar a necessidade de continuar evoluindo e incorporando novas tecnologias no dia a dia para se manter à frente no mercado", arremata Alexis.

Twitter passado a limpo

O Twitter está fazendo uma limpeza na rede para combater bots, aqueles programas que simulam tuitadas, curtidas e seguidores, e artificialmente criam audiência para diversos usuários que utilizam-se disso para, obviamente, ganhar mais de anunciantes. Só na última semana há a notícia da remoção de mais de 70 milhões de contas falsas, acarretando perda de seguidores para muita gente que vai ter que conversar melhor com os patrocinadores depois de verem suas audiências virar pó. Segundo a Socialbakers, empresa de otimização de performance corporativa em redes sociais, com esse movimento o Twitter viu o seu valor na bolsa de valores despencar mas com esse ajuste a empresa acredita que ganhará mais transparência e, então, melhorará os negócios a longo prazo.

Marceneiros modernos

Marceneiros de todo o país estão modernizando sua relação com os clientes através do aplicativo Marcenaria d. Já foram mais de 23 mil downloads feitos por profissionais, fornecedores e clientes. Além de permitir o relacionamento cliente/profissional usando o app o marceneiro pode fazer simulações através da função “projetar um móvel”. Nela, além de peças já criadas pela Duratex – fabricante de MDF e criadora do app - é possível fazer novos móveis e, com o uso de realidade aumentada, colocá-los no ambiente onde está prevista a instalação, uma forma de garantir ainda mais a satisfação dos clientes.

Queimei a língua. Que bom !

Falei aqui na coluna, duas semanas atrás, que o Projeto de Lei Complementar 53/2018, conhecido como Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), ia ser mais um a mofar em Brasília. Acontece que o processo andou e agora apenas espera a sanção presidencial. Depois disso contará o prazo de 18 meses para que as empresas que possuem bancos de dados de seus clientes se adequem. Dentre as punições para quem descumprir a legislação e divulgar dados de clientes sem autorização estão multas de até 2% do faturamento da empresa, além da própria suspensão do funcionamento do banco de dados, e ainda a proibição total das atividades de tratamento de dados. Sem dúvida uma grande evolução em termos de segurança que atinge, inclusive, quem não usa a internet.