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Ivan Dias Marques
Publicado em 5 de fevereiro de 2022 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Como é esperado, uma inflação anual alta acaba rebatendo em diversos outros indicadores econômicos. Na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na quarta-feira (2), o grupo decidiu por unanimidade, elevar a taxa Selic de 9,25% ao ano para 10,75% ao ano – alta de 1,5 ponto percentual e o oitavo aumento seguido da taxa. A Selic voltou ao patamar de dois dígitos pela primeira vez em quatro anos e meio – a última vez em que ela esteve neste patamar foi em julho de 2017, quando era de 10,25% ao ano. De acordo com projeções de analistas do mercado financeiro, a Selic deve voltar a subir em março, para 11,75% ao ano, e permanecer neste patamar até o fim do ano. A inflação fechou 2021 em 10,06%, o maior índice desde 2015. Para 2022, o mercado financeiro já prevê inflação acima dos 5%. Com a nova Selic, os juros reais, ou seja, descontada a inflação, atingiram 6,41% ao ano, levando o Brasil novamente ao topo do ranking das 40 maiores economias do mundo. >
A Selic influencia nos empréstimos bancários num momento em que os brasileiros estão com o poder de compra reduzido. A aumento foi criticado pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). Para o presidente da Fieb, Ricardo Alban, enquanto o mundo inteiro está praticando juros negativos, o Brasil vai na contramão, favorecendo somente o Sistema Financeiro. "Até mesmo a economia americana, que sofreu uma pressão inflacionária na faixa de 7%, como há muito não sofre, está trabalhando com uma linha de juros reais negativos. Então, nós temos um país com baixo poder de consumo e com sérios problemas no seu setor produtivo, mas vamos penalizar esses setores com uma ferramenta isolada de política monetária", critica.>
Crimes estarrecem e escancaram o racismo no país Dois crimes ocorridos durante a semana escancaram o racismo estrutural no Brasil e estarreceram o país. Primeiro, o congolês Moïse Kabamgabe, de 25 anos, foi espancado até a morte na segunda (24) próximo a um quiosque na praia da Barra da Tijuca, após cobrar pagamento atrasado, segundo informações da família da vítima. Amarrado e surrado por 15 minutos com pedaços de madeira, Moïse morreu sem ninguém socorrê-lo. Testemunhas alegaram ter chamado a Guarda Municipal do Rio e não foram atendidas. Policiais só chegaram no local depois que viram uma ambulância da Samu prestando assistência a Moïse, àquele momento, já morto. Um dos presos pelo assassinato do congolês diz estar de consciência tranquila já que ‘somente’ o imobilizou com um golpe de jiu-jitsu.>
Na quarta-feira (2), foi a vez de Durval Teófilo Filho, de 38 anos, ser morto por um sargento da Marinha quando se aproximava do portão do condomínio em que ambos moravam, em São Gonçalo (RJ). Aurélio Alves Bezerra alega que confundiu Durval com um assaltante, já que ele mexia na mochila ao chegar no portão do condomínio. Foram três tiros. Para completar, Aurélio foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O Ministério Público mudou a tipificação do crime para homicídio doloso e Aurélio segue preso. >
Fim da prova de vida presencial Na quarta-feira (2), o governo federal anunciou mudanças na prova de vida do INSS. A partir de agora, o governo vai fazer uma busca nas suas bases de dados de movimentações recentes dos cidadãos para usar como comprovação. Serão consultados emissão de CNH e vacinação no SUS, por exemplo.>
"A partir de agora, a obrigação de fazer a prova de vida é nossa, do INSS. Se o cidadão renovou passaporte, se tirou carteira de identidade ou renovou, se votou, se fez transferência de imóvel, de veículo, fez uma operação inclusive na iniciativa privada, nós vamos aceitar isso como prova de vida. Faremos busca destas bases tanto do governo federal, estaduais e municipais e também de entidades privadas", explicou o presidente do INSS, José Carlos Oliveira.>
Com a mudança, cerca de 36 milhões de brasileiros que são beneficiários não precisarão mais se deslocar anualmente a uma agência bancária para fazer a comprovação. Cerca de 5 milhões deles têm mais de 80 anos.>
Ba-Vi termina em empate O primeiro Ba-Vi de 2022 - e único garantido até o momento - terminou em empate em 1x1. O clássico aconteceu no Estádio Manoel Barradas, na última quarta-feira, e foi válido pela primeira fase do Campeonato Baiano. Apenas 1.500 torcedores e somente rubro-negros foram permitidos na praça esportiva, por conta das restrições impostas pelo governo estadual devido à pandemia. Em campo, os gols aconteceram somente no segundo tempo. O Leão abriu o placar com um golaço de Luidy e o Bahia empatou com o colombiano Rodallega, aproveitando rebote de bola na trave do atacante Ronaldo. A história do clássico poderia ter sido diferente se ambas as equipes não perdessem grandes oportunidades em momentos diferentes do jogo. Logo aos 4 minutos, Marco Antônio, do Bahia, perdeu um gol sem goleiro. Já Guilherme Queiroz, do Vitória, desperdiçou um pênalti no fim do Ba-Vi, quando o placar já estava em 1x1. >
***'Este Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição, concita os brasileiros para que o ano eleitoral seja marcado pela estabilidade e pela tolerância, porquanto não há mais espaços para ações contra o regime democrático e para violência contra as instituições públicas' Luiz Fux Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), na reabertura dos trabalhos do Judiciário>