Braskem recebe certificado internacional para a produção de plásticos sustentáveis

Produto é feito em mesma quantidade e qualidade que os de origem fóssil

Publicado em 24 de março de 2021 às 11:27

- Atualizado há 10 meses

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A Braskem foi a primeira empresa brasileira a receber a ISCC Plus (Certificação Internacional de Sustentabilidade e Carbono, na sigla em inglês) para utilização de matérias-primas alternativas, como o óleo de pirólise, para que as unidades industriais da companhia, localizadas no Sul e Sudeste, transformem esse insumo em plásticos sustentáveis.

“Na prática, significa que estamos cada vez mais perto – e com a chancela de uma organização internacional – de ampliar a comercialização de resinas e produtos químicos mais sustentáveis, com as mesmas características dos produzidos atualmente por meio de matérias-primas fósseis. Entre as matérias-primas que pretendemos testar está o óleo de pirólise, que utiliza em seu processo produtivo plásticos com maior dificuldade técnica de serem reciclados mecanicamente, como embalagens flexíveis compostas por diferentes materiais. Os estudos nesse sentido também nos aproximam de rotas ainda mais sustentáveis, para além da cana-de-açúcar, e são uma alternativa à nafta do petróleo”, explica Luiz Alberto Falcon, responsável pela plataforma de Reciclagem da Braskem. 

A certificação ISCC Plus baseia-se no conceito de balanço de massa, que é um conjunto de regras técnicas que garantem que a mesma quantidade de matéria-prima, produzida a partir de material pós-consumo e que entra no processo, saia como produto final com as mesmas características das resinas e químicos de origem fóssil. Esse controle permite que a sustentabilidade dos produtos circulares seja devidamente creditada e reconhecida. Na Braskem, até então, a ISCC Plus era válida apenas para a produção do polietileno I’m greenTM bio-based, feito a partir do etanol da cana-de-açúcar.  

Com esse novo passo, a ISCC Plus passa a ser válida para as unidades industriais da Braskem no Polo Petroquímico do Grande ABC, no estado de São Paulo, e no Polo Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul. São nessas unidades em que a companhia dará sequência, ao longo de 2021, aos testes para essas rotas, em especial as que envolvem o uso do óleo de pirólise e outras matérias-primas renováveis. 

A novidade chega junto com o recém-anunciado acordo de cooperação firmado entre a Braskem, a Fábrica Carioca de Catalisadores (FCC S.A.), SENAI CETIQT e COPPE/UFRJ para viabilizar as próximas fases dos testes. O corpo de pesquisa formado por estas instituições investirá cerca de R$ 2,7 milhões, entre recursos financeiros e humanos, para o desenvolvimento de novos catalisadores, substâncias que aumentam a velocidade de uma reação química, com o intuito de aperfeiçoar o rendimento durante o processo de pirólise tornando este processo de reciclagem avançada, também conhecida como reciclagem química, mais atrativa e economicamente viável para aplicação em escala industrial.  

Recentemente, nos Estados Unidos, a Braskem anunciou outras duas iniciativas para ampliar o uso de matérias-primas mais sustentáveis. O trabalho conjunto com a Encina, permitirá o uso de tecnologia capaz de criar produtos químicos sustentáveis a partir de plástico pós-consumo, desenvolvendo polipropileno (PP) circular, com as mesmas características da resina fóssil, para embalagens de alimentos e produtos de consumo e higiene. Na América do Norte, a Braskem também anunciou a parceria com a Agilyx para o início de um estudo de viabilidade para desenvolvimento e construção de um projeto avançado para produção de matéria-prima oriunda da reciclagem de plástico. O objetivo é encontrar um caminho eficiente e sustentável para a produção de PP a partir de matéria-prima produzida utilizando resíduos plásticos mistos. 

Todas essas iniciativas estão em linha com a estratégia de diversificação de matéria-prima da Braskem e vai ao encontro dos macro-objetivos da empresa para ampliar o conceito de economia circular na cadeia do plástico e se tornar uma empresa carbono neutro até 2050. Uma das metas é ampliar o portfólio I’m greenTM para incluir, nos próximos 10 anos, 1 milhão de toneladas de resinas termoplásticas e produtos químicos produzidos com conteúdo renovável e circular.