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Depois de ficar de fora em 2019, Cacique retornou fazendo uma das aberturas mais vibrantes dos últimos anos
Alexandre Lyrio
Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 20:59
- Atualizado há um ano
Laroyê! Saudando Exu, à luz de um lindo por do sol no Farol da Barra, o Cacique Carlinhos Brown iniciou os trabalhos para a abertura oficial do Carnaval de Salvador nesta quinta-feira (20). Acompanhado por sua banda e 150 percussionistas, Brown voltou ao Carnaval de Salvador com toda a força depois de ficar de fora em 2019. Na voz dele, a música Muito Obrigado Axé foi a primeira a ser tocada e cantada em coro pelos folições no Carnaval 2020.
Pouco antes, o prefeito ACM Neto entregava, pontualmente às 17h56, a chave da cidade para o Rei Momo Dilson Chagas, em uma cerimônia realizada em cima do "pranchão" em que Brown desfilou no Circuito Barra Ondina. "No ano em que a axé music completa 35 anos, o trio elétrico 70 anos, o Olodum 40 e Luiz Caldas, pai do axé, 50 anos de carreira, é uma honra abrir o Carnaval", disse Brown, pedindo paz aos foliões e união às autoridades.
Sem dúvida, foi uma das aberturas de Carnaval mais emocionantes e vibrantes dos últimos anos. Com os 150 percussionistas, Brown sacudiu a Barra com os seus maiores hits. Da tribalista Já Sei Namorar à Namorada; de Você, O Amor e Eu à Tantinho. “Brown, além de um dos maiores músicos, é o maior compositor do Carnaval da Bahia”, disse o administrador José Liberato de Oliveira, 45 anos, colado no trio e cantando todas as músicas.
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No final de 2017, Brown anunciou durante o Festival Virada que não iria mais participar do carnaval de rua da capital baiana a partir de 2019. “Acho que já colaborei bastante com o carnaval de Salvador e preciso encontrar novas formas de fazê-lo. E a forma de fazer é se ausentar, porque quem não larga o osso não encontra maneira de inovar”, disse na oportunidade. “O carnaval tem muito a oferecer, a render, e estou encontrando outras formas de fazê-lo. Realmente a rua já não passa mais pelo meu desejo. Posso fazer camarote”, disse. Pelo visto, o Cacique só aguentou ficar de fora realmente um ano. "Ele voltooooooou! Ele voltooooooou!", gritava, no conturbado momento em que Brown subia no trio, a feirante Maria Francisca dos Santos, 50 anos. "Ó o tanto de gente em volta dele. Ele é muito querido, tem que tocar todo Carnaval", aconselhou.
Evolução
Em seu último Carnaval à frente da cidade, o prefeito ACM Neto disse que o momento é de emoção e de avaliar o quanto a festa cresceu nesse período. “Sem dúvida é uma emoção estar aqui pelo oitavo ano seguido abrindo o Carnaval. Nesse período tivemos conquistas e evoluções. A festa evoluiu, assim como a cidade. A festa é a tradução do momento que a cidade vive. Tentamos fazer com que Salvador seja uma cidade que brilhe. A gente chega hoje com o sentimento de dever cumprido”.
A Prefeitura, acredita ACM Neto, acertou em apostar na divulgação nacional e internacional da festa. Para ele, Salvador tem brilhado muito, a ponto de ser um destino indicado por veículos de imprensa de todo o mundo. "Com isso, a gente dá oportunidade aos mais pobres, pois movimentamos a economia. A gente tá fazendo o maior Carnaval de todos os tempos".
Falha O trio de Carlinhos Brown apresentou um pequeno problema de gerador após cerca de meia hora de apresentação. Uma fumaça começou a sair na parte de trás do caminhão, além de um liquido preto. Em menos de 10 minutos o problema foi resolvido com a troca do gerador. Assim que o trio voltou a tocar, Brown fez uma homenagem aos 40 anos do Olodum.
Chamou o vocalista Lucas Di Fiori e tocou Protesto do Olodum, Madagascar, Faraó e tantas outras. “O Olodum é um dos maiores símbolos dessa cidade”, disse Brown. Em seguida emendou com canções da Timbalada como Levada do Timbau, Ô Timbaleiro. “Brown é um gênio. Gênios como ele não podem ficar de fora do Carnaval”, disse o vendedor Roberto Carlos Mota, 39 anos, mais um fã do cacique.
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