Cai número de pessoas na fila da UTI em Salvador pela primeira vez desde fevereiro

Prefeito Bruno Reis não considera que cidade passou pior momento da pandemia

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  • Daniel Aloísio

Publicado em 18 de março de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Nara Gentil/CORREIO

Pela primeira vez desde 20 de fevereiro, diminuiu o número de pacientes à espera por um leito de UTI em Salvador. Na terça-feira (16), eram 87 e, nesta quarta-feira (17), 79.  A redução, ainda tímida, 9,2%. "Isso se dá pelo esforço que fizemos para regular uma quantidade expressiva de pacientes. É um trabalho realizado pela prefeitura em parceria com o governo do estado, seja na rede contratualizada nossa, praticamente forçando que leitos fossem abertos e que fossem priorizados os pacientes da rede pública, como também em unidades próprias, onde seguimos ampliando leitos”, afirmou o prefeito Bruno Reis, durante a entrega de novos equipamentos de saúde. 

A redução na fila da UTI em Salvador não foi acompanhada pela queda no número de pacientes aguardando leitos clínicos na cidade, que cresceu de 25 para 53, no mesmo período. Isso também contribuiu para o aumento no número total de pessoas aguardando regulação na capital: 112 para 132. A infectologista Adielma Nizarala, médica infectologista da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ainda não estamos vendo uma luz no fim do túnel.  “Ter menos pacientes pode significar só que a gente conseguiu transferir mais pacientes, abrir mais leitos. Um dia de queda não diz muita coisa. A gente precisa saber se o dado se mantém em queda e se vai ter redução de casos graves. Infelizmente, pode ser que hoje volte a crescer”, argumentou a médica.  Após 20 dias de endurecimento das restrições em Salvador, a taxa de transmissão da covid-19 começou a cair. Estava em 1,27, em 27 de fevereiro, e agora está em 1,15, segundo o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde. Isso significa que cada grupo de 100 contaminados tem o potencial de transmitir o vírus para outras 115 pessoas, o que ainda não é a taxa ideal.  Além disso, o número de casos ativos em Salvador caiu 50% se comparado com o que tinha no mês de dezembro. Eram 2.912 frente aos 1.565 casos atuais.

O prefeito Bruno Reis também ainda não considera que a cidade se livrou do pior momento da pandemia. “Ninguém pode afirmar que não terá colapso. Essas ampliações que estamos fazendo permitiram e vem permitindo que a gente não tenha. Os números vêm melhorando, mas ainda não repercutiram nas UPAs, no sistema de saúde. Nossa expectativa é que repercuta, pois quanto menos infecção, menos gente no sistema. Mas isso dá a certeza de que estamos livres do colapso? Não. Podemos afirmar que já passamos pelo pior momento? Também não. Vamos aguardar o fim dessa semana para sinalizar se houve uma redução expressiva mesmo”, disse o prefeito.  

Em entrevista à TV Bahia, na noite desta quarta-feira, 17, o governador Rui Costa afirmou que na opinião dele, o sistema baiano de saúde já está em colapso. “É um colapso toda as vezes que você tem um número grande de pacientes na fila esperando. Na medida em que você não consegue regular, em menos de 24 horas, um paciente que precisa de UTI, isso já é um sinal de colapso”, disse.  

O prefeito de Salvador, no entanto, não considera que a capital esteja em colapso. "Graças a abertura de dois novos hospitais de campanha com leitos de UTI e transformação em unidades básicas de saúde em exclusivas para covid, nós estamos evitando o colapso. A regulação demora em média 48 horas", afirmou ontem, também à TV Bahia. 

*Com a orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro