Caiu na rede, é problema

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 1 de junho de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Algumas vezes, inclusive eu neste espaço, nós jornalistas já apontamos o perigo que são as redes sociais para os atletas profissionais. No calor das vitórias ou derrotas, estimulados por usuários mal-educados, jogadores acabam escrevendo demais, mostrando demais e, depois da bobagem postada, a turma da gestão de crise tem um trabalhão para consertá-la, quando consegue.

Os casos são muitos. Só aqui na Bahia, nos últimos dois anos, tivemos a foto do ‘churrasco’ exposta pelo meia do Bahia Gustavo Ferrareis - um momento normal interno do grupo, que não deve ser publicizado; as respostas dúbias de Vinícius, também do tricolor, numa postagem de um perfil de humor tricolor; e a exposição ridícula do zagueiro Kanu, do Vitória, posando como pugilista, após a vergonha do primeiro Ba-Vi do ano. Em todos os casos, os próprios atletas acabaram se prejudicando.

A questão não é tolher o atleta, afinal, suas redes sociais são particulares. Mas dar um media training sobre como se portar de uma forma mais comedida e que não cause prejuízo aos clubes e aos jogadores. Isso passa por muita conversa, exemplos e, em último caso, multas proporcionais ao dano à instituição.

Mas de nada adianta controlar os atletas se os dirigentes fazem o mesmo. Nos EUA, caiu como uma bomba a descoberta de que o General Manager (uma espécie de gerente geral, cargo comparável ao diretor de futebol) do Philadelphia 76ers, equipe da NBA, utilizava cinco contas falsas no twitter. O site The Ringer foi o primeiro a dar a notícia. 

Bryan Colangelo, que já foi eleito Executivo do Ano da NBA em 2007, usava as contas falsas para criticar seu antecessor – Sam Hinkie – e alguns atletas do elenco, revelar problemas internos dos jogadores, se autobajular e dar dicas para repórteres da Philadelphia sobre questões particulares médicas e de comportamento dos atletas.  As cinco contas seguiam jogadores, membros da imprensa especializada e eram usadas em períodos diferentes, interagindo, inclusive, com torcedores da franquia. O The Ringer, jogando verde, questionou o 76ers sobre apenas duas contas e o time confirmou que uma delas pertencia a Colangelo, que nega ser dono das outras.

Mas os indícios são fortes demais. Logo após o questionamento do site, as contas foram mudadas de públicas para privadas. Além disso, os usuários criados pelo GM seguiam membros e dirigentes do time de basquete universitário da filha de Colangelo e tinham a mesma linguagem, por exemplo.

Entre os criticados pelos perfis falsos está Joel Embiid, um dos principais jogadores do 76ers e que participou do All Star Game deste ano, além de ser eleito para a seleção número 2 da temporada. Embiid, que é ativo nas redes sociais, obviamente ficou irritado e já tornou essa irritação pública (quem vai ter moral de controlá-lo agora?).

Assim, dos times mais humildes às poderosas franquias da NBA, parece que há muita gente despreparada para o poder que as redes sociais podem ter. Para o bem e, principalmente, para o mal. As equipes de gestão de crise ainda terão muito trabalho pela frente.

Mais NBA Quem lê esta coluna, provavelmente, já saberá o resultado da primeira partida da final da liga americana, que aconteceu ontem entre Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers. Mesmo não terminando a temporada regular na frente, as duas equipes mostraram o porquê de irem para a quarta decisão consecutiva. O segredo para vencer está na defesa. 

Ivan Dias Marques é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras