Camaçari é uma das melhores cidades para se fazer negócio no Brasil

Município tem o segundo maior PIB do estado, mão de obra qualificada e os mais altos salários da indústria 

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  • Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Ao comemorar seu aniversário de 263 anos, Camaçari também tem outros motivos para festejar. Apesar de todo o cenário causado pela pandemia, a capacidade de atração de investimentos rendeu ao município o primeiro lugar no ranking das melhores cidades para se investir no setor industrial, e 8º lugar no setor imobiliário, conforme o estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios 2.0, edição de 2020, elaborado pela Urban Systems - empresa especializada em análise de dados demográficos em mapas digitais, para dimensionamento e levantamento de tendências -, e divulgado com exclusividade pela revista Exame, especializada em economia, negócios, política e tecnologia.

Camaçari tem hoje mais de 300 mil habitantes, sendo que 36,4% dos empregos formais na cidade e 10% da arrecadação estadual são gerados pelas indústrias instaladas na cidade. Para estimular ainda mais o desenvolvimento das atividades empresariais e fomentar a geração de novos postos de trabalho, o prefeito Elinaldo Araújo tem buscado alternativas para sistematizar e modernizar o tratamento dos incentivos fiscais.

Como resultado disso foi sancionada a Lei Municipal nº 1.672, que institui o Programa Municipal de Atração, Manutenção e Ampliação de Investimentos para o Desenvolvimento de Camaçari – Invista em Camaçari. A lei propõe medidas de benefício fiscal e econômico, tais como a isenção, total ou parcial de tributos, entre eles: Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITIV), além de taxas incidentes sobre o processo de aprovação e instalação dos projetos econômicos.

“Sempre estivemos atentos e focados em atrair novos empreendedores para o município, e com o encerramento das atividades da montadora Ford em Camaçari, o que nos surpreendeu, estamos ainda mais empenhados em buscar medidas de fomento à atividade empresarial de nossa cidade, que resultará na geração de novos postos de trabalho e no incremento da arrecadação direta e indireta”, explica o prefeito  Elinaldo Araújo.

O empenho da gestão levou empresas a firmarem compromisso de operarem em Camaçari, como a Apta Embalagens, com investimentos de R$ 40 milhões para atender o grupo O Boticário; o Atakadão Atakarejo, com sua maior loja e investimentos de R$ 85 milhões; a escola bilíngue Mapple Bear do Grupo ACBEU, com investimentos de R$ 20 milhões; o Senai Cimatec Park, um centro tecnológico industrial com investimentos de R$ 60 milhões; e Assaí Atacadista com R$ 54 milhões, totalizando R$ 259 milhões.

Panorama do desenvolvimento econômico da cidade:Com a implantação do Atakadão Atakarejo, em janeiro de 2019, foram gerados 500 empregos diretos. Outros 100 postos de trabalho devem ser gerados quando entrarem em funcionamento as 21 lojas, que compõem a galeria do empreendimento, localizada na parte da frente do estabelecimento. A inauguração da rede Assaí Atacadista em Camaçari também foi destaque na geração de vagas, com 600 empregos, entre diretos e indiretos. Em 2018 o Centro de Integração e Apoio ao Trabalhador (CIAT) foi totalmente requalificado. Todos os dias, o CIAT recebe cerca de 1.000 trabalhadores para atendimento sobre vagas de empregos e cursos de qualificação profissional gratuitos, ofertados na unidade. A economia criativa foi outra vertente muito trabalhada na Sedec, através da Coordenação de Economia Solidária (Ecosol). Artesãos, bordadeiras e pequenos empresários do ramo gastronômico, participaram da Feira do Pôr do Sol, que movimentou durante os verões, todo o comércio das localidades de Vila de Abrantes, Jauá, Arembepe, Guarajuba, Monte Gordo e Barra do Pojuca. Outro passo relevante foi a Carteira Nacional do Artesão, trazida para estes empreendedores, por meio da parceria da Ecosol junto com a Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), e a Coordenação de Fomento ao Artesanato da Bahia, conforme regimento do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB). O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que atua em parceria com a prefeitura há mais de 20 anos, através do Banco de Oportunidades, encaminhou 1.366 alunos ao mercado de trabalho. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), outro grande parceiro da gestão, em 2018, firmou convênio com valor superior a R$ 5,7 milhões, para a criação de cinco eixos de trabalho: a Central do Empreendedor; Programa Sabores e Saberes; Consultoria de Melhoria do Desempenho Empresarial e Consultoria Empresarial; Fortalecimento da Gestão do Turismo e Município Empreendedor. Até o início deste ano, mais de 5 mil atendimentos foram realizados aos contribuintes nas Centrais da sede e de Arembepe; mais de 3.500 viabilidades analisadas; mais de 1.500 alvarás de funcionamentos emitidos; cerca de 200 alvarás sanitários emitidos, e mais de 1.200 Microempreendedores Individuais (MEIs) abertos. Em junho de 2021, a cidade celebrou o contínuo investimento e os novos projetos da planta da Bridgestone do Brasil. A fabricante japonesa de pneus anunciou ampliação e modernização da unidade. Com investimento de R$ 700 milhões, dentro do plano de expansão da planta, a área construída da empresa passará de 75.000 metros quadrados (m²) para 104.000 m². A capacidade produtiva diária de pneus de 10.500 passará para 12.900. Atualmente, tem cerca de 900 colaboradores diretos e 400 indiretos. Após a ampliação vai gerar 142 novos postos de trabalho. Serão dois anos de obras e nesse período outras 420 vagas serão geradas. Complexo Industrial de Camaçari Instalado na cidade há 43 anos, o Polo Industrial de Camaçari, maior complexo industrial do Hemisfério Sul, é um capítulo de sucesso na história do município. Lá operam 90 indústrias, que são representadas pelo Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), e geram 15 mil empregos diretos e 30 mil indiretos, com faturamento de US$ 15 bilhões por ano. Essas empresas são responsáveis por mais de 30% das exportações da Bahia.

Inicialmente, o Polo atuava nos segmentos químico e petroquímico, mas ao longo dos anos expandiu suas atividades e hoje a produção inclui pneus, metalurgia do cobre, têxtil, bebidas, celulose, fertilizantes, fármacos, energia eólica, bebidas e serviços (incluindo logística). A localização estratégica do Polo permite fácil acesso às indústrias através das rodovias BA-093, BA-535 (Via Parafuso), Canal de Tráfego, ferrovias, portos e aeroportos.

O Polo Industrial de Camaçari não tem destaque somente pelas suas dimensões e presença de grandes empresas, mas também por ser ambientalmente correto e contar com a mão de obra altamente qualificada e com altos salários. Este complexo coloca Camaçari como a cidade mais industrializada da Bahia e uma das maiores do Brasil. Além disso é o segundo maior PIB do estado, ficado atrás somente de Salvador, e também o segundo maior gerador de impostos.

De olho no futuro Muito se fala sobre todos os avanços e desenvolvimento do Polo ao longo dos anos, mas, de acordo com o especialista Danilo Peres, que integra a Gerência de Estudos Técnicos da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), é preciso destacar as possibilidades futuras que o complexo oferece para a indústria. Inaugurado em novembro de 2019, o Cimatec Park é considerado um marco para o desenvolvimento do município  (Foto: Valter Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB) Prova disso é a implantação do Cimatec Park, inaugurado em novembro de 2019, considerado um marco para o desenvolvimento do município e fator de atração de mais investimentos, que já gerou cerca de 300 empregos, entre diretos e terceirizados. O Cimatec Park é um grande laboratório que aponta para o futuro. Antes da expansão, as empresas podem fazer simulações de suas atividades em menor escala de produção para testar seus planejamentos, fazer treinamentos de mão de obra e corrigir o que precisar antes de novos e mais altos investimentos.“O Climatec Park está instalado em uma área de quatro mil metros quadrados. São 20 galpões, mini fábricas para simulação de negócios. Isso mostra que o Polo de Camaçari tem vários caminhos para ajudar a indústria, é o ambiente de negócios perfeito, com inovação, tecnologia, mão de obra, insumos…”, destaca Danilo Peres.Desenvolvimento em cadeia O crescimento econômico gerado pelas indústrias do Polo de Camaçari garante benefícios não só para as empresas instaladas no complexo, mas também para terceirizados e prestadores de serviço. Um bom exemplo é o grupo LemosPassos, quarta maior produtora de refeições coletivas do país - de acordo com o ranking da Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (ABERC) - que em Camaçari atende a indústria Carbonor, há 4 anos. Além da Bahia, a empresa também está presente em mais oito estados, gerando dois mil empregos diretos e indiretos.“A produção de refeição coletiva exige um trabalho elaborado, personalizado para cada público, de modo a atender às necessidades específicas de cada um. É feito um trabalho conjunto entre nossas nutricionistas e a gestão das empresas para chegarmos a um cardápio que seja variado, nutritivo e com sabor”, explica Ademar Lemos Jr., presidente do Grupo LemosPassos.Para atender a demanda de uma indústria, a empresa garante treinamentos constantes voltados para segurança alimentar, qualidade e realização de processos de produção que sejam eficientes para o melhor aproveitamento dos alimentos na linha de produção.

Indústria Sustentável A maior parte das empresas que hoje estão no Polo de Camaçari é de grande porte e todas já têm em seus planejamentos estratégicos uma política de meio ambiente e produção sustentável. Nesta seara, contam ainda com a parceria e colaboração da Gerência de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da Fieb, que atua junto às indústrias mapeando tendências de gestão e protocolos que devem atender e alertando sobre os impactos caso essas diretrizes não sejam implementadas.“Hoje as empresas são de grande porte e já seguem as diretrizes da ONU e requisitos ambientais, de sustentabilidade, segurança, qualidade , desenvolvimento econômico e mercadológico com certificações internacionais” , salienta Arlinda Negreiros, gerente de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da Fieb.Além disso, as indústrias também contemplam as diretrizes do Environmental, Social, and Governance (ESG) Criteria. Assim, além de ações importantes, por exemplo, como tratamentos de seus resíduos e implementação de logística reversa, as empresas precisam considerar sua relação com os clientes e colaboradores; respeitar os direitos humanos, manter uma relação sustentável com a comunidade do entorno, bem como desenvolver um programa de Compliance, de compartilhamento transparente de informação. “As indústrias do Polo já têm toda essa concepção, o grande desafio é fazer isso com a cadeia produtiva. Hoje as empresas priorizam a produção e terceirizam muitos serviços e é preciso ter esse comprometimento de toda a cadeia”, afirma Arlinda.

O Projeto Aniversário de Camaçari é uma realização do Correio com apoio institucional da Prefeitura de Camaçari.

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