'Caminho das Índias' mescla tradição indiana e Ocidente

Nova novela do horário nobre estreia nesta segunda-feira (19)

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  • Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2009 às 17:57

- Atualizado há um ano

Uma profusão de cores quentes, culinária exótica, formas milenares, muita ostentação, devoção, mistérios e uma religiosidade à flor da pele. Caminho das Índias, novela das oito que estreia segunda-feira (19) na Globo, é uma história essencialmente sensorial.

Márcio Garcia, Juliana Paes e Rodrigo Lombardi, na trama que vai abordar costumes e loucura(Foto: Divulgação/ Rede Globo)

A contrastante cultura indiana é apresentada com todas as suas tradições pela autora Glória Perez, que enfoca os costumes locais através do amor proibido entre Maya e Bahuan, de Juliana Paes e Márcio Garcia. 'Tenho me sentido a própria indiana. Sou fisicamente parecida com elas. Nas gravações, me perguntavam se eu era indiana. Entrei muito nesse universo, nessa cultura tão rica', anima-se a atriz Juliana Paes.

Ambos indianos, Maya trabalha numa central de telemarketing e se apaixona perdidamente por Bahuan, um empresário de uma multinacional americana que volta à Índia a pedido de seu mestre e pai de criação, Shankar, vivido por Lima Duarte.

Tony Ramos e Lima Duarte: líderes de clãs indianos(Foto: Divulgação / Rede Globo)

No entanto, Maya não sabe que Bahuan é um intocável, ou seja, segundo os costumes do país, uma pessoa impura e condenada a viver à margem da sociedade. Porém, seu pai adotivo, Shankar, é um brâmane, designação dada à casta mais alta, que são as pessoas mais aceitas na sociedade hindu.

'Essa saga pelo amor proibido entre os dois mostra um envolvimento romântico, sonhador, já que não há beijos nos namoros', explica Márcio Garcia. Contornada por tradições quase sempre exóticas para os hábitos ocidentais, a trama pretende abordar os costumes e religiões, desnudando todos os contrastes culturais.

CIDADES

Foram gravadas cenas em cidades indianas como Jaipur e Agra, entre palácios, templos e o estranho trânsito local, onde trafegam simultaneamente pessoas, carros, bicicletas, motos e até camelos e elefantes. 'Isso foi complexo, tivemos de equacionar as cenas diante dessa livre circulação. Não podíamos fechar ruas. Fizemos as gravações com a falta de silêncio e a dificuldade de concentração', ressalta o diretor Marcos Schechtman.

Vera Fischer: volta à cena na nova novela das 21h(Foto: Divulgação/ Rede Globo)

Para continuar as gravações nesse mergulho entre mundos tão distintos, foram construídas três cidades cenográficas no Projac para ambientar os núcleos. A maior delas mostrará cenários do Rajastão, onde ficam as fachadas das casas dos clãs indianos da novela, como a família Ananda, encabeçada por Opash, de Tony Ramos, a casa dos Meetha, que é a família da Maya, e a casa de Shankar, de Lima Duarte.

Nas outras cidades, foram recriados trechos do Rio Ganges – que faz parte dos sete rios sagrados pelos indianos que descema cordilheira dos Himalaias – e o bairro da Lapa, no Rio, onde se passa o principal núcleo cômico da história.

LOUCURA

Todo o luxo de Dubai – nos Emirados Árabes Unidos – é exibido como o primeiro dos cenários para a ganância de Yvone, de Letícia Sabatella.

A vilã que não comete assassinatos, mas arquiteta planos mirabolantes para se dar bem à custa da infelicidade alheia, se envolve com o empresário Raul, de Alexandre Borges, marido de sua amiga de infância Silvia, vivida por Débora Bloch.

'Ela é uma psicopata. Um lobo em pele de cordeiro. Minha primeira personagem com desvio de caráter', define Letícia.

Além da psicose, a autora como sempre também lança mais uma campanha social com a novela. Tarso, personagem interpretado por Bruno Gagliasso, é um jovem que vive reprimido pelas cobranças profissionais feitas pelo pai Ramiro, de Humberto Martins.

Diante das pressões, o jovem desenvolve uma doença mental, passa por tratamentos tradicionais até ser acolhido pelo método da renomada psiquiatra Nise da Silveira.

Este será o gancho da história para a autora apresentar artistas e profissionais com doenças mentais e divulgar essas pessoas que ainda vivem à margem da sociedade.

'Eles são os nossos intocáveis. São esquecidos, vistos como incapazes, varridos para debaixo do tapete', salienta a autora.

(Notícia publicada na edição de 18/01/2009 do CORREIO)