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Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Depois de muitos anos, Paulo Carneiro retorna ao Vitória como presidente. Lá atrás, deixou o clube na terceira divisão. Agora, foi eleito justamente porque a torcida (e mais especificamente a maioria dos sócios votantes) temia, dentre outros males, o mesmo destino: o calabouço da terceirona.
Ocioso dizer que o rubro-negro está metido num fosso técnico, financeiro e administrativo. Machucados e magoados, os sócios resolveram focar somente nos trechos valorosos do currículo de Paulo Carneiro, ansiando por mais uma trajetória vencedora do velho-novo mandatário.
Agora, Paulo terá que provar na prática o que é apenas teoria: que a experiência de outrora vai ajudar a ter sucesso no agora. Vamos torcer por isso.
De saída, só uma coisa é certa: se o Vitória não for pra lugar nenhum em 2019, será até injusto jogar a responsabilidade sobre o recém-empossado gestor, que acaba de assumir um clube derrocado e com seu principal órgão, o Departamento de Futebol, pegando no tombo.
No primeiro dia de serviço na Toca do Leão, o presidente rubro-negro voltou a afirmar o que já tinha dito em entrevistas pré-eleição: pretende disputar as partidas da segunda divisão na Fonte Nova, colocando o Barradão de lado.
Talvez uma planilha de Excel ainda não exibida em público explique tal escolha, mas é difícil que tal planilha esclareça por que, logo agora que o Vitória precisa de força, deixará o recanto onde sempre foi mais forte - inclusive pelas mãos de Paulo Carneiro.
Alguém há de dizer que nos últimos anos o Barradão deixou de ser sinônimo de potência rubro-negra, mas é preciso ter clareza que o problema não foi nem é o Barradão, e sim os times (quase escrevo bandos) montados por desastrosas gestões um ano depois do outro. A bem da verdade, o Vitória tem sido fraco em tudo quanto é estádio.
Mas é em sua casa, no território conquistado palmo a palmo de Canabrava, que pode recuperar a autoestima, levar a torcida pra perto de si novamente e reencontrar a trilha da grandeza. É no concreto do Barradão, moldado na ribanceira, que os torcedores pisam com firmeza, fazendo ecoar a paixão que anda amuada.
Paulo Carneiro sabe disso porque é personagem central na história de afirmação do Barradão como casa rubro-negra (tanto que se refere ao estádio como “o maior artilheiro”), mas agora levanta uma bandeira diferente.
Pelo jeito, parece mesmo decidido a levar os jogos para a Fonte Nova. Tomara que mude de ideia. Para sair da crise, o Vitória precisa se reencontrar consigo mesmo, com suas memórias mais luminosas e, consequentemente, reencontrar sua torcida. E o melhor cenário pra isso sempre será o Barradão.
Conselhos Além da eleição de Paulo Carneiro, os sócios optaram por entregar ao mesmo grupo do presidente o controle do Conselho Fiscal e a maior parte das cadeiras do Conselho Deliberativo. Absolutamente nada a contestar, porque foi este o quadro pintado pela democracia.
Entretanto, espera-se que o Conselho Fiscal atue com independência e que a maioria do Conselho Deliberativo não esteja ali somente para assentir com a cabeça. Será bem melhor para o Vitória.
Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados