Capital em miniatura: maquete de Salvador é tombada pela Prefeitura

Material está guardado na Fundação Mário Leal Ferreira enquanto aguarda um espaço definitivo para exposição

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  • Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação Max Haack/ Secom PMS

A Maquete de Salvador foi tombada pela Prefeitura. Ela está guardada na Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), no Vale dos Barris, enquanto aguarda um espaço definitivo para exposição. O valor documental da miniatura da cidade fica resguardado no decreto publicado no Diário Oficial do Município (DOM).

Na maquete está representada toda a porção continental da capital. No formato atual de 100,5m², o modelo é constituído por 97 módulos nas dimensões de 1m x 1m e por mais sete módulos nas dimensões de 1m x 0,5m, compondo um mosaico de 104 módulos na dimensão de 13m x 13,5 metros. Na escala real, a representação do modelo abrange um território de 402 km², dos quais 279 km² correspondem à representação integral dos bairros de Salvador.

O material, concebido pelo arquiteto Assis Reis, na década de 1970, vem sendo ampliado e atualizado com a contribuição de arquitetos, artistas, servidores públicos e estudantes, que atuaram de forma artesanal na sua construção. Foram usados elementos como madeira, cortiça e lixa, permitindo a atualização de acordo com as mudanças que vêm acontecendo na primeira capital do Brasil ao longo dos anos.

O tombamento leva em consideração o interesse comum da sociedade civil e do poder público na preservação da maquete. O processo para reconhecimento agregou o parecer técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do dia 6 de outubro último, emitido pela conselheira Flor-De-Liz Dantas e Cardoso. O documento foi agregado ao processo 306/2020, aprovado pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural da Fundação Gregório de Matos (FGM). A aprovação do tombamento será inscrito no Livro de Tombamento dos Bens Móveis e Coleções.

A peça tem o objetivo de representar as mudanças urbanas na cidade, mantendo, assim, a ideia original da sua criação. O “modelo reduzido”, como a obra era chamada por Assis, foi proposto à gestão municipal em 1973, quando começou a ser montada em um espaço no próprio escritório do arquiteto, no bairro do Comércio, até a transferência para uma área disponibilizada pela Prefeitura, com o objetivo de dar continuidade ao trabalho de montagem.

A intenção do arquiteto era de que a maquete pudesse servir como instrumento para o planejamento urbano da cidade, expondo aquelas intervenções que julgava inadequadas justamente pela falta de um planejamento apropriado. Na ideia inicial de Assis, a peça também permitiria aos cidadãos soteropolitanos o conhecimento do espaço da sua cidade ao ver representadas todas as edificações existentes, por meio de uma técnica de fácil compreensão.