Carnaval: como curtir sem transformar o salário em cinzas

CORREIO conversou com especialistas e reuniu macetes práticos para curtir sem gastar além da conta

Publicado em 16 de fevereiro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/Secom/PMS

Bloco, transporte, fantasia, comida e cerveja do circuito. Se for para colocar os gastos na ponta do lápis, pode ser que o salário do mês de fevereiro vire cinzas antes que chegue a quarta-feira. Orçamento apertado ou não, como bons soteropolitanos, e turistas também, sempre é possível dar aquele jeitinho para poder curtir a festa do Momo. 

O engenheiro sanitarista e ambiental Gabriel Rangel, 23, é um exemplo de folião raiz que não abre mão de curtir a folia esteja a conta bancária como estiver. Presença certa nas ruas da cidade desde que se entende por gente, o Carnaval do jovem foi mudando ao longo dos anos. “Eu fui feito num Carnaval, então vou desde pequeno. Comecei indo com família e tem sete anos que vou sozinho, todos os anos, todos os dias”, conta ele. 

De folião que corria atrás do trio por entre as cordas até a curtição pipoca todos os dias, o peso financeiro da festa foi um dos fatores que contribuiu para mudar a forma como Gabriel brinca o Carnaval. “Pagar 700 em um dia de Coruja, não dá mais. Hoje curto sete dias com bem menos do que isso”, diz ele, que conta preferir a folia pipoca também por ser a forma mais democrática da festa. 

“Além de ir na pipoca, eu pechincho tudo. As coisas das fantasias eu compro na Avenida Sete e eu mesmo monto. Pechincho a cerveja nos isopores do circuito. Chego a ficar amigo do vendedor, ajudo até a vender, pra garantir a cerveja mais barata”, conta ele. 

Para a folia deste ano, o orçamento das fantasias girou em torno de R$ 200 e Rangel separa por volta de R$ 60 por dia para usar na rua. “Varia quando eu saio mais cedo, na sexta, por exemplo, que curto desde de tarde, acabo gastando um pouco mais”, explica. Mesmo assim, ao final de sete dias, a curtição pipoca, vestindo-se a caráter, sairá por cerca de R$ 650, uma economia de mais de R$ 200 reais, comparando com o preço de um dia no bloco Coruja, que Gabriel costumava seguir nos primeiros anos. 

Sem saber, Gabriel coloca em prática as dicas dadas por educadores financeiros para garantir um Carnaval mais barato. Seja na pipoca, ou até indo atrás dos blocos, o CORREIO garimpou dez dicas práticas com os especialistas para que o dinheiro não vire cinzas ao final do Carnaval. Veja o que sugerem os educadores financeiros Edísio Freire, Meire Cardeal, e Edval Landulfo.

1. APOSTE NO ESQUENTE - Fazer aquela festa em casa antes de sair para rua ajuda na economia. Juntando a galera, cada um contribuindo um pouco, dá para já fazer um rango reforçado em casa e ir alimentado para o circuito. Em casa pode, também, já começar a beber aquela cerveja mais barata, comprada no mercado, e, com certeza, mais gelada.

2. VÁ DE GALERA -Estacionar no circuito é sempre um problema. Então é legal estar em grupo e usar os aplicativos de transporte, dividindo com os amigos que morem na mesma região. Assim é possível dividir entre todos do grupo o valor do transporte e ainda estar de olho em qual aplicativo oferece os menores preços naquele momento.

3. COLOQUE A PIPOCA NA CONTA - A programação do Carnaval está repleta de atrações gratuitas, sem corda, e por isso mais baratas. Inclusive, grandes nomes do Carnaval, como Ivete, Cláudia, Daniela e Saulo, sairão com trios gratuitos na festa deste ano. Aproveite, também, esses momentos pra curtir gastando menos.

4. USE A PROGRAMAÇÃO A SEU FAVOR - Se você é muito fã de um determinado artista e não abre mão de ir atrás dele no bloco, use a programação a seu favor. Os blocos tem diferença de valores - um fã de Claudia Leitte, por exemplo, que escolhe o Bloco Blowout, ao invés do Largadinho (ambos com a cantora) economiza pouco mais de R$ 100 na fantasia.

5. FAÇA SEU PRÓPRIO CAMAROTE - Se você for o tipo de folião que gosta de ver todas as atrações passarem parado no mesmo lugar, uma ideia é levar seu próprio isopor para curtir com a galera. Cerveja comprada no mercado e gelada de casa sai mais barato e ainda dá pra investir em outras bebidas, que não são encontradas no circuito.

6. DINHEIRO VIVO E TROCADO É MELHOR  - Estabelecer cotas de gasto para cada dia que for para a avenida vai ajudar a evitar estourar o orçamento durante o Carnaval. Além disso, se possível, é bom levar o dinheiro trocado para evitar transtornos.

7. NA PORTA DE CASA - Pesquise sobre os carnavais nos bairros, monte um bloquinho com amigos e vizinhos e faça a festa perto da sua casa. Nos bairros também você poderá ter grandes bandas e cantores animando a festa. É bom para levar as crianças e para você desfrutar de um Carnaval mais tranquilo e econômico.

8. O DIA D -  Se você realmente deseja curtir em um camarote ou em um bloco mais caro, lembre que mesmo as atrações mais onerosas tem dias mais baratos. Camarotes, por exemplo, ficam com valores mais em conta nos dias alternativos (de quinta a sábado) do que nos dias clássicos (domingo a terça). Se mesmo assim for caro para o seu orçamento, dê prioridade ao que te faz feliz, mas alterne com o descanso, para não gastar todos os dias.

9. A CARÁTER - Faça a sua própria fantasia, dê uma olhada no seu armário, no da mãe, do pai, da irmã, irmão e use a imaginação, você pode se surpreender encontrando coisas de outros carnavais. Evite investir em fantasias prontas e adereços, e dê asas a sua imaginação!

10. ATÉ O SOL RAIAR? - Você já pensou em sair mais cedo da folia (o transporte poderá ficar mais em conta) e finalizar o carnaval na sua casa ou na dos amigos? Bebida e comida mais barata (organizem antes), em local mais confortável para fazer a resenha do dia e repor as energias!

O CORREIO Folia tem o patrocínio do Hapvida, Sotero Ambiental, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e apoio do Salvador Bahia Airport e Claro.

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier