Carnaval tem público recorde pelo segundo dia seguido

Prefeitura registrou aumento de 16% na movimentação de pessoas no transporte coletivo neste domingo

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  • Donaldson Gomes

Publicado em 24 de fevereiro de 2020 às 20:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Max Haack/Secom

Assim como aconteceu no sábado, o Domingo de Carnaval foi marcado por um aumento na movimentação de pessoas em Salvador. Segundo dados da Prefeitura, a alta foi de pelo menos 16%, porque os dados levam em conta apenas a movimentação através do sistema de transporte público.  “Nós temos um número de pessoas muito superior em relação ao ano passado”, destacou o prefeito ACM Neto durante entrevista coletiva no início da tarde desta segunda-feira (dia 24). “A gente acredita que a movimentação de pessoas é muito maior do que esta porque ainda temos as pessoas que utilizam o transporte por aplicativos. Isso mostra que o carnaval é um sucesso absoluto, que as pessoas desejam estar nas ruas, mas traz um desafio de planejamento para o próximo ano, principalmente na organização do circuito Barra-Ondina”, avaliou. “Ontem eu tentei andar no circuito Barra-Ondina, vi de perto uma quantidade de gente que eu nunca tinha visto, repetindo o que já havia acontecido no sábado. A próxima gestão terá que pensar nos caminhos que o carnaval precisa ter para evitar essa pressão tão grande no circuito, que é algo que é desejado pelas pessoas”, diz. 

Neto lembra que as principais atrações estão lá e isso faz as pessoas desejarem ir para lá. O prefeito destacou que a existência do circuito do Campo Grande se deve a um “esforço enorme que a prefeitura faz” para assegurar as atrações. “Não é uma tarefa simples, a gente sabe que o carnaval precisa de equilíbrio e este é um desafio a se pensar para o próximo ano”, destacou. 

O prefeito destacou o trabalho desenvolvido pelo município, de oferecer atrações em diversos locais da cidade e com uma diversidade de estilos. Porém, o gestor municipal lembrou que apesar do esforço para atrair os artistas e foliões para o Campo Grande, essa decisão não cabe à Prefeitura. “Só existe alguma coisa aqui (no Campo Grande) ainda por causa da Prefeitura. Se fôssemos deixar sob a responsabilidade dos empresários e dos artistas, talvez o carnaval do Campo Grande nem existisse mais”, afirmou Neto. Ele lembrou que a Prefeitura contrata diversas atrações sem cordas para desfilarem no circuito. 

“O que eu não posso fazer é obrigar os artistas a virem para cá, da mesma maneira que não posso obrigar o folião a vir para cá (para o Campo Grande). Tem coisas que a gente não controla”, disse. Neto lembrou que desde o seu segundo ano de gestão, foram tentadas algumas mudanças no percurso, pela percepção de esvaziamento da área. Mas lembrou que a capacidade de atuação da Prefeitura tem uma limitação: “eu não consigo mandar na vontade de milhões de foliões que estão nas ruas”. 

O prefeito lembrou que a terça-feira (dia 25) costuma ser o dia mais forte no circuito do Campo Grande, mas ressaltou a necessidade de pensar no que fazer em relação ao futuro. “Isso não vai se resolver na força, temos que conversar, entender as demandas, para definir quais serão os rumos do carnaval”, destacou. 

Aplicativos Questionado a respeito do transporte por aplicativos, o prefeito ACM Neto explicou que não vê possibilidade de dar o mesmo tratamento aos aplicativos e aos taxis. “Sabe por que é impossível dar o mesmo tratamento? Porque, primeiro, há uma quantidade menor de táxis. No caso dos aplicativos, são mais de 20 mil que funcionam regularmente, fora os que se tornam  aplicativo só durante o carnaval”, comparou. 

“A questão dos aplicativos precisa ser pensada, mas não é o problema central do carnaval”, disse. 

Patrocínios Neto acredita que o modelo de patrocínios adotado pela Prefeitura para financiar o carnaval é um grande sucesso. “É um sucesso absoluto, não há uma prefeitura no país que consiga arcar com mais da metade de todos os seus custos relacionados à festa com recursos privados, como nós conseguimos”, disse. 

O prefeito destacou a relevância do acordo de patrocínio com a marca de cervejas Skol, da Ambev. “Em contrapartida, a Skol tem a zona de exclusividade para a venda de bebidas”, disse. Neto lembrou que o assunto chegou a despertar polêmica no passado, mas a “concordância da população” fez o assunto ser superado. “A população é favorável sim que a Prefeitura busque recursos para bancar a festa e para garantir que no restante do ano tenhamos condições de fazer investimentos em infraestrutura, saúde e educação”, respondeu. 

“Se tem uma coisa que eu acho um grande êxito e que é até paradigmático é o nosso modelo de patrocínio”, destacou.