Carreira: o futuro começa no presente

Planejamento profissional deve ser feito após uma autoanálise e projeção dos próximos cinco anos

Publicado em 24 de julho de 2018 às 11:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shutterstock

Escolher uma profissão é uma das missões mais difíceis da vida. É o momento de conciliar as aptidões pessoais com algo que traga retorno financeiro. A árdua tarefa é conseguir trabalhar com o que gosta e ser bem remunerado por isso. Mas há fórmula mágica para ter uma carreira bem-sucedida?

“Não existe uma receita. Cada caso é único”, destaca Alessandra Calheiras, gestora do Setor de Carreiras da Rede FTC. Para ela, a trajetória percorrida desde a graduação ajuda bastante a dar um norte ao profissional. É o momento de conhecer a área de atuação, através de estágios, e entender como o mercado se comporta.

“Quais são as áreas disponíveis? Quais são as competências demandadas? Essa compreensão é superimportante não só para descobrir a carreira que irá trilhar como também o que fará para complementar o conhecimento”, explica a gestora.

Projeção Não basta compreender o mercado e saber o que ele está oferecendo. É preciso, também, fazer uma autoanálise. O profissional tem que saber aonde quer chegar para poder trilhar no presente o que quer alcançar no futuro. “Neste momento vale fazer perguntas como: Qual a área de afinidade? Onde posso me desenvolver? Não adianta fazer uma pós-graduação pensando apenas em tendência de mercado”, orienta Luiz Francisco Rocha e Silva, coordenador da pós-graduação da Faculdade Adventista da Bahia.

Para criar um plano de carreira, a dica é fazer uma projeção de cinco anos. O profissional tem que identificar o papel que deseja assumir no final deste período para, então, traçar os objetivos e arregaçar as mangas. “A gente só vai ser alguma coisa se começar hoje. O que posso dizer com toda a certeza é que a pós-graduação é fundamental. Todas as estatísticas demonstram que existe um acréscimo de salário e uma projeção de carreira quanto mais bem formado o sujeito for”, pontua Alessandra Calheiras.

Uma pesquisa conduzida pela Catho Educação atesta o que defende a gestora. Uma especialização pode aumentar o salário em até 118%. Ainda segundo a pesquisa, para profissionais com cargos de coordenação, a pós-graduação pode aumentar os salários em até 53,7%.

Como escolher a pós-graduação Em 1965, o Ministério da Educação regulamentou a pós-graduação e reconheceu a modalidade como um novo nível de ensino no Brasil. Com base no modelo americano, o professor Newton Sucupira elaborou um parecer que fixava as principais regras que passou a orientar as inúmeras instituições de ensino que passaram a oferecer o serviço aos estudantes com diploma de graduação.

Mas diante de tanta oferta, como o profissional deve escolher qual curso fazer e em qual instituição estudar? Vai depender da área escolhida, dos objetivos de carreira e o que o mercado está exigindo. De início, é preciso se encaixar em um dos dois grandes grupos de pós-graduações: academia ou gestão. Se a pessoa tiver como interesse a academia, nas áreas de pesquisa ou docência, será preciso fazer uma pós-graduação Strictu Sensu.

Se o foco for o mercado de trabalho, o mais indicado é procurar por pós-graduação Lato Sensu, que engloba especializações e MBA (Master Business Administration). Na área de saúde, há ainda a opção de residência estudantil, que é o estudo aliado diretamente à prática. “Nós recebemos mais profissionais Lato Sensu, que objetivam aprimoramento da prática profissional em um segmento mais específico. O que acontece é que as graduações acabam formando profissionais mais generalistas. A especialização vai dar mais a especificidade que o mercado tem exigido”, pondera Fabiano Leichsenring, diretor acadêmico da Faculdade Adventista da Bahia.

Ao definir a área que se quer ir, o próximo passo é escolher onde cursar. “A instituição tem que ter algumas características: solidez acadêmica e estabelecimento no mercado. É bom, também, analisar as grades curriculares dos cursos. As melhores pós-graduações são aquelas oferecidas por universidades”, indica Luiz Francisco Rocha e Silva, coordenador da pós-graduação da Faculdade Adventista da Bahia.

Para Alessandra Calheiras, gestora do Setor de Carreiras da Rede FTC, a escolha deve ser bastante criteriosa porque vai acompanhar o profissional a vida inteira, podendo até abrir portas. “É um investimento em conhecimento e em imagem”, ressalta. Fabiano Leichsenring concorda: “Permite que os estudantes façam vínculo com outros profissionais e outras instituições e isso acaba sendo mola propulsora dele no mercado de trabalho. O aluno que quer se inserir no mercado consegue desenvolver esse relacionamento, bem como o aluno que já está inserido no mercado de trabalho e, por algum motivo, quer migrar de área ou procurar melhores oportunidades”.

Qualificação ajuda a driblar a crise econômica

Ter um diploma de graduação nem sempre é o suficiente para se inserir no mercado de trabalho. Com a economia brasileira em processo de retomada do crescimento, os profissionais recém-formados e os já experientes se deparam com o mesmo problema: concorrência cada vez mais acirrada.

“A crise é um desafio para todo mundo, mas é também um momento de muitas oportunidades. As equipes são mais exigidas, há a necessidade de inovar em métodos, processos, produtos e serviços. Se por um lado existe uma demanda em inovação, tem que também haver oferta. A oferta é de gente capacitada”, pondera Alessandra Calheiras.

Oportunidade A pós-graduação é um grande polo de reciclagem ou aprimoramento dos conhecimentos já adquiridos na graduação e no mercado de trabalho. Quanto mais qualificado, mais chances de se empregar. Para quem é autônomo, os cursos de extensão são também facilitadores para desenvolver uma competência específica e se reposicionar profissionalmente.

Há 14 anos formada em Engenharia Civil pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Margarete Moreno ingressou este ano na sua quinta pós-graduação. Ela integra a primeira turma da especialização em Engenharia de Segurança Contra Incêndios e Pânicos da UNIRB – curso de extensão pioneiro no Norte e Nordeste.

“A pós-graduação sempre complementou meu currículo. Ter conhecimentos específicos é meu diferencial. Sempre senti que o mercado abriu mais as portas para mim por conta da formação. É o diferencial, inclusive, no meu momento como autônoma. Se eu permanecesse apenas com a graduação, talvez estivesse em casa sem fazer nada”, contou a engenheira, que sustenta a família como freelancer.

Além de assinar projetos de clínicas e hospitais por toda a Bahia, com os títulos Margarete Moreno já leciona em uma pós-graduação de instituição privada.

A longo prazo, ela já sonha ser mestre. “Estou como aluna especial do mestrado de arquitetura da UFBA. Como quero seguir a carreira de docente, este título será muito importante”, conta, empolgada.

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