Casos de malária continuam crescendo no Sul da Bahia

Agora são 42; especialistas designam "surto"

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  • Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2021 às 22:13

- Atualizado há um ano

Já são 42 casos confirmados de malária no Sul da Bahia, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado. Quarenta são no município de Itabela, um em Porto Seguro e o outro é o caso índice, que veio do Amazonas.

Na semana passada, o número de casos confirmados de malária já havia saltado de 9 para 36, um aumento de 289%. Desde então, a Sesab acompanha o surto na região e enviou técnicos e materiais para análise dos casos. Os resultados foram confirmados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen).

A pasta informou ainda que já foram enviados técnicos da Vigilância Epidemiológica estadual para os municípios, para pesquisa do vetor (o mosquito do gênero Anopheles), e oferta de treinamento sobre o manejo clínico dos pacientes, além de reconhecimento geográfico e delimitação da área de risco, com busca ativa de casos suspeitos e tratamento supervisionado. Também foram encaminhados 120 mosquiteiros de casal e 200 mosquiteiros de solteiro.

Os últimos casos registrados de malária na Bahia foram em 2018, com 77 casos confirmações de residentes do município de Wenceslau Guimarães, pelo exame gota espessa.

Surto

De acordo com o médico e cientista especializado em doenças infecciosas e inflamatórias na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Bruno Andrade, Um surto pode ser definido como um aumento rápido e inesperado do número de casos de uma doença contagiosa em uma região, em uma área específica, bem definida. "Doença contagiosa é aquela que é transmitida diretamente de um indivíduo para outro, normalmente através de um agente infeccioso. Infecções que causam surtos apresentam um alta capacidade de transmissão, de expansão, em um curto espaço de tempo. Mas um surto sempre afeta uma região restrita, explica.

A malária é transmitida pela picada de mosquitos Anopheles infectados com o parasita, o protozoário Plasmodium. A doença também pode ser transmitida por compartilhamento de seringas, transfusão de sangue e de mãe para o feto, na gravidez.

Entre os sintomas estão febre alta, calafrios, sudorese e dor de cabeça, dores musculares, taquicardia e aumento do baço. Nos casos letais, o paciente desenvolve o que se chama de malária cerebral.

Já a prevenção, de acordo com o especialista, é feita através de controle dos insetos, que são os vetores da doença. "Em áreas em que a malária é um problema recorrente e frequente - que chamamos de áreas endêmicas -, os municípios realizam controles de vetores - semelhante ao que corre na dengue, por exemplo-  e a população utiliza inseticidas e telas de proteção nas casas. Em casos de ocorrência de surtos, é importante a rápida identificação dos casos para tratamento imediato e implementação de medidas de controle para evitar alastramento dos casos", esclarece.