Cenas de Carnaval: Blocos tradicionais

Das festas de amigos para as ruas de Salvador

  • D
  • Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: 07.03.1984/Arquivo CORREIO

Todo Carnaval começa no anterior e muitos deles nas escolas e faculdades. Assim, de estudantes, sejam eles secundaristas ou universitários, surgiu os principais e mais antigos blocos de trio de Salvador. O mais antigo deles é de 1962, Os Internacionais, que, inclusive já mudou de nome para se adaptar à sua atração principal algumas vezes (InterAsa, Interlada, InterNet, etc.). Surgiu no bairro do Santo Antônio e era exclusivo para homens até meados dos anos 90. A prática era igual à do maior rival dos Internacionais. Rivalidade mesmo. Surgido em 1963, criado por amigos que desistiram de sair no bloco, O Clube dos Corujas foi abreviado com o tempo, virando só Os Corujas e, depois, Corujas. O nome vem do ato de ‘corujar’ as meninas por parte de seus integrantes, que começaram saindo de fantasia, mas depois passaram para as famosas mortalhas. 

[[galeria]] No final da década 70 e início da de 80, apareceram mais dois blocos resistentes do Carnaval. Em 1978, o Camaleão, criado por universitários e assim batizado pelo artista plástico Bel Borba, por conta dos camaleões que existiam na Praça da Piedade. Já em 1980, os ex-alunos do Colégio Marista, para continuar se encontrando após a entrada na universidade, fundaram o Bloco EVA. EVA é a abreviação de Estrada Velha do Aeroporto, onde ficava o sítio de um dos fundadores, local de encontro do grupo. Nos anos 90 e 2000, os blocos conseguiram, quase sempre, trazer novidades. Das mortalhas para os abadás, para a ‘beca do EVA’, os abadás diários do Cheiro de Amor (uma espécie de fantasia), a criação de um comércio forte e da pirataria. Havia também as fichas e a expectativa de ser ‘aprovado’ pelo bloco, o que gerou - inclusive - acusações de segregação racial e social. O crescimento desordenado e pouco planejado levou muitos blocos a falirem e causou um repensamento do Carnaval, que se transformou numa festa bem mais plural nos últimos anos. 

*Cenas de Carnaval é um oferecimento do Bradesco, com patrocínio do Hapvida e apoio de Vinci Airports, Fieb, Salvador Shopping, Unijorge, Claro, Itaipava Arena Fonte Nova e Sebrae