César Romero: Geometria Lírica

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  • Cesar Romero

Publicado em 30 de julho de 2017 às 00:01

- Atualizado há um ano

Em cartaz na Caixa Cultural – Rua Carlos Gomes, a exposição Athos Bulcão – Tradição e Modernidade, com curadoria de Marcus de Lontra Costa, até 20 de agosto.

Athos Bulcão foi pintor, desenhista, escultor, cenógrafo, artista gráfico e professor.A mostra apresenta um panorama da produção do artista, um dos expoentes da arte moderna brasileira. Nascido no bairro carioca do Catete em 1918, desistiu do curso de Medicina em 1939 para se dedicar às artes visuais. Seis anos depois trabalhou como assistente de Cândido Portinari no painel de São Francisco de Assis da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. Logo depois fez um estágio no ateliê do mestre. Viveu em Paris por dois anos, quando tomou contato próximo com as obras de Léger, Miró, Klee. De volta ao Brasil, logo recebeu convite do arquiteto Oscar Niemeyer para trabalhar para Brasília, onde se estabeleceu a partir de 1958.

 A solidão de Brasília, seus imensos espaços e a arquitetura construtivista, influenciaram a obra do artista, em suas modulações de formas e cores. Ninguém no Brasil compreendeu como ele a integração de obras de arte com a arquitetura. Seus trabalhos estão ligados a espaços públicos, entre murais, painéis e relevos. As formas geométricas escolhidas por ele eram simples, enxutas, diretas e, num jogo de armar, tomavam diversas possibilidades, diversas capacidades. Era econômico nas cores, mas tinha uma enorme capacidade de ajustá-las e torná-las enigmas.

Há mais de 200 obras suas integradas à arquitetura em Brasília, seus trabalhos se incorporavam com delicada harmonia entre o concreto e a paisagem. É um símbolo da capital federal, como Antoni Gaudí foi para Barcelona.

A exposição privilegia a produção arquitetônica de murais e azulejaria do artista, reconhecida pelo caráter geométrico e pelas presenças monumentais em cidades como Rio de Janeiro, Brasília e Buenos Aires. Os vídeos, gravuras, estudos, textos e material iconográfico que integram a mostra ajudam o visitante a traçar um elo entre a trajetória do artista, a arte e a própria arquitetura.

Para esta exposição, foram selecionadas aproximadamente 40 obras de formatos variados, que abrangem os fundamentos criativos e signos plástico-poéticos de Bulcão. Seis grandes murais de azulejos são expostos acompanhados de seu projeto/planta e de uma foto de sua aplicação no local de origem. A expografia conta com uma sala dedicada exclusivamente à produção de gravuras e serigrafias. Acompanha ainda uma vitrine contendo material iconográfico e documental sobre sua obra, além de vídeos que revelam a produção de azulejos do artista. Um mestre.