Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Ronaldo Jacobina
Publicado em 30 de janeiro de 2021 às 11:11
- Atualizado há 2 anos
Embora tenha nascido em Salvador, foi no interior – mais precisamente na cidade de Jequié, onde morou quando ainda era garoto - que Gabriel Pontes se apaixonou pela cozinha. Não aquelas bem equipadas e cheias de aparatos tecnológicos dos grandes restaurantes por onde trabalhou mundo à fora, mas a cozinha de raiz, aquela cuja estrela principal é o fogão à lenha.>
Pois foi nela que ele se inspirou quando, depois de passar por casas estreladas como o D.O.M de Alex Atala e o Kaá, ambos em São Paulo, resolveu abrir, na cidade onde nasceu, o Rangaço, restaurante que começou a funcionar no ano passado e que opera – por enquanto – somente no modo virtual. Sanduiche de carne do sol De lá, de seu fogo à lenha, saem direto para casa do cliente, delícias em forma de petiscos e sanduíches que têm feito a alegria da já crescida clientela que aprovou a fusão que o chef faz da comida brasileira com a de outros países da América Latina. >
Rangos como a porção de patacones (R$16,90), uma iguaria típica de países como Equador e Colômbia, que aqui ganharam sotaque nordestino em versão à base de mandioca e queijo coalho com melaço apimentado. Batatas rústicas crocantes E é dessa forma que o chef, que cursou Gastronomia na Faculdade Metropolitanas Unidas (SP) e de lá foi direto para a cozinha de Henrique Fogaça, no Sal Gastronomia, de onde saiu como sous-chef, vem construindo sua marca. A paixão pela gastronomia do continente latinoamericano – que está presente no cardápio, que ele considera (e a gente confirma) - uma "experiência sem fronteiras que mistura os temperos e as referências do Sertão com as da América do Sul”, é resultado de suas andanças pelas bandas de lá. Sanduba com carne de porco é um dos sucessos do cardápio A primeira parada foi em Lima, no Peru, onde se pós-graduou pela Le Cordón Bleu local, antes de viver novas experiências no Equador, na Argentina, no Uruguai, Colômbia e, finalmente, na Amazônia, por onde entrou de volta no Brasil. >
Vivências Essa vivência, no melhor estilo mochilão, está na cozinha do Rangaço. A começar pelo sanduba O Porco (R$ 31,90), um dos carros-chefes do cardápio que traz a cremosidade e a picância do molho peruano de huancaína e a cebola roxa marinada no limão (com raspas incluídas), ingredientes típicos do Peru. >
Além de extremamente saboroso, a porção é generosa. São 180g de fatias da carne (copa/lombo) que se misturam a três outras de queijo. Para rechear ainda mais o pão, no caso aqui, o brioche, ainda vai um creme de alho que faz – e como faz! – toda a diferença. Patacones à moda do sertão brasileiro Outro sucesso da casa – e a gente entende porque - é o Completaço (R$ 32,90). A baguete de sal (21cm) quase não é suficiente para abrigar o recheio que compreende 180g de cupim desfiado, refogado na manteiga de garrafa com um leve toque de manjericão fresco, tomate maduro grelhado e molho de melaço com pimenta doce. Para ficar ainda mais suculento, o “cabra” ainda coloca queijo coalho maçaricado no meio!>
Pra melhorar, se é que isso é possível, vale pedir uma porção de batatas rusticas que lá ganha o nome de Batata de Verdade (R$11,90) que logo a gente entende o por que da escolha deste nome de batismo. Para acompanhar, maionese de páprica defumada, finalizada com semente de coentro. Comer a batata, que permanece consistente até o dia seguinte, com essa mistura, faz a gente esquecer que existe balança. >
O menu do Rangaço tem ainda o sanduba Do Sol (R$32,90) que consiste num corte generoso de fraldinha do sol, passado na chapa com manteiga de garrafa, catupiry com creme de mandioca, vinagrete de pimenta biquinho e crocante de batata doce, tudo arrumadinho no pão redondo de sal de fermentação natural, feito na casa. O Vegetariano é feito com tomate grelhado e shitake O cardápio é enxuto – como deve ser – mas completo. Tem ainda o Clássico (R$31,90) que também tem como base a fraldinha, e uma opção natureba que é o Vegetariano (R$31,90), que reúne no pão integral de fermentação natural, ingredientes naturais como tomate recheado com cogumelo shitake refogado no azeite com cebola, cenoura e especiarias. >
Tudo isso preparado na grelha onde é derretido também o queijo Minas (da região do Serro-MG) que se mistura ao pesto rústico de manjericão com alho frito e castanha de caju. >
Para beber, a sugestão é a Cajuína Cristalina, um suco de caju batido com gengibre que é uma delícia. Bateu a fome, né? Então chama o chef Gabriel Pontes que ele vai te preparar um rangaço. >
Onde comer:@rangaco.co. >