Chegou a hora da retomada do turismo de negócios em Salvador

Novo Centro de Convenções pode gerar até 2 mil empregos por evento

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  • Do Estúdio

Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 10:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: Igor Santos/Secom

A capital baiana está de volta ao roteiro de turismo nacional e internacional de negócios com a inauguração, em 26 de janeiro, do Centro de Convenções de Salvador (CCS) na orla da Boca do Rio. Fruto de um investimento de R$ 130 milhões dos cofres municipais, o equipamento passa a ser administrado pela GL Events, empresa que venceu a disputa pela concessão pelo prazo de 25 anos.

A expectativa é que o CCS receba, em três anos, 130 eventos importantes. Para 2020, já são 20 confirmados. O primeiro será um evento corporativo da Polishop, em março, que vai reunir, durante dois dias, quatro mil pessoas de todo o Brasil. Também já foram anunciados o Afropunk, a Bienal do Livro da Bahia, a Superbahia - Feira de Supermercados, e a Yes Show Room - Feira de Móveis, que acontecerá pela primeira vez na capital baiana.

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Novos empregos Com isso, espera-se algo em torno de R$ 500 milhões por ano movimentando os 50 setores ligados à economia do turismo como um todo, e não apenas o de negócios, desde hotéis ao comércio de rua, passando por operadores do trade, taxistas, locadoras, bares e restaurantes, só para citar alguns. Para quem atua na área, pode significar uma oportunidade de trabalho, já que a expectativa é que se gere até dois mil empregos temporários por evento, além dos 100 fixos permanentes.

O cozinheiro Márcio está otimista. Profissional com passagens por grandes restaurantes, viu a sua carreira ser interrompida quando o antigo Centro de Convenções fechou. “Tive a oportunidade de fazer pratos, montar cardápios, mas depois que perdi o emprego não consegui mais retornar ao mercado. Foi um fim de sonho para mim, que perdi casa, carro e precisei levar minha família para o interior porque não tive condições de ficar em Salvador”, revela. “Isso não aconteceu só comigo, mas com colegas meus, amigos, irmãos. Quando fechou, os empresários não tiveram mais retorno comercial e passaram a demitir”, conta.

Márcio esteve no Centro de Convenções de Salvador após a inauguração e voltou a ter esperanças. “É uma nova infraestrutura, moderna, ampla, que vai atrair o público daqui e de fora. Salvador vai ganhar muito com isso”, avalia. O cozinheiro Márcio espera que surjam novas oportunidades de trabalho (Foto: reprodução) O presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Bahia (Abrasel - Bahia), Daniel Alves, explica que o equipamento vai atrair clientes para o segmento na medida em que o turista de negócios não costuma ficar apenas um dia na cidade. “Os participantes saem das convenções e vão para esses estabelecimentos, que são alguns dos maiores empregadores da cidade. Então, de uma maneira geral, o equipamento vai revitalizar o turismo aquecer a nossa economia”, opina. O setor conta hoje com cerca de cinco mil bares e restaurantes funcionando em Salvador.

“O Centro de Convenções representa o renascimento do turismo na capital, porque o nosso turismo não pode ser sazonal, precisa ser perene. Nós perdemos um aporte financeiro muito grande deixando de receber grandes eventos. Além disso, a estrutura vai revitalizar aquela região da orla, que havia sido projetada para o antigo centro, que morreu. Então, a nossa expectativa é de grandes melhorias”, aposta Daniel.

Incremento na renda Outra categoria que está otimista com abertura do CCS é a de taxistas. Atuando na profissão há 23 anos, Arthur lembra do tempo em que fazia ponto no antigo Centro de Convenções e de como os eventos que aconteciam lá ajudavam no orçamento. “Tinha muito congresso e aquele turista de negócios que vinha rapidinho. Era muito bom. Muita história para contar. Quando fechou, foi um baque grande para quem trabalhava nesse entorno. Uma pancada enorme. Minha filha estudava em escola particular e hoje estuda na pública, e eu tive que cortar o plano de saúde”, conta Arthur. O taxistar Arthur acredita que o movimento na praça voltará a crescer com o novo CCS O presidente da Associação Geral dos Taxistas, Dênis Paim, acredita que a renda da categoria terá um aumento de até 70% com as corridas, sobretudo quando ocorrerem grandes feiras e congressos no CCS. “Quando tínhamos o Centro de Convenções funcionando, havia uma opção a mais de corrida. Sempre houve grandes eventos, convenções, formaturas, vários encontros importantes nacionais e internacionais. Movimentava muito a cidade”, lembrou ele, que trabalha como taxista há 12 anos.

Paim avaliou que, após o fechamento do antigo Centro de Convenções, em Armação, a economia da cidade esfriou e o impacto foi sentido pelos profissionais. “Agora, com o novo centro, com certeza a cidade vai voltar a ser o que era antes. Estamos todos aguardando e dando as boas-vindas a esse equipamento”.

Arthur visitou o CCS e saiu impressionado com o equipamento. “Salvador está de volta à rota dos grandes eventos. O movimento, com certeza, vai aumentar não só para a gente, mas para o entorno também, movimentando restaurantes e hotéis”, acredita. Salvador conta atualmente com 7,2 mil veículos cadastrados para serviço de táxi junto à Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob). Esses profissionais se beneficiam diretamente do turismo na cidade. Agora, com o novo Centro de Convenções, contam com a retomada do turismo de negócios e eventos para melhoria do movimento de passageiros.

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