Chuva: fim de ano de milhares de baianos é com tristeza

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 1 de janeiro de 2022 às 05:00

- Atualizado há um ano

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As imagens das ruas do bairro Urbis IV, em Itabuna, correram o mundo. De jet-ski, pessoas percorrem o que deveria ser uma rua, mas era um rio de água marrom deixando à mostra somente a partir do segundo andar dos imóveis.  Casas engolidas, arrastadas, demolidas. Vidas ceifadas, destruídas pelas perdas de bens adquiridos com o suor do trabalho de muitos e muitos anos.  Um cenário de guerra e pânico que se instalou em mais de uma centena de municípios baianos desde o início de dezembro e que se intensificou no início da última semana. Nenhum lugar do mundo, segundo o site Metsul Meteorologia, teve a quantidade de chuva como na Bahia no mês. O maior volume de água visto em solo baiano em 32 anos.  Até sexta-feira, eram 25 óbitos registrados no estado por conta das chuvas torrenciais. Quase 100 mil pessoas estavam desabrigadas ou desalojadas. Mais de 600 mil afetadas e uma centena e meia de municípios em estado de emergência. Falta tudo: o que comer, o que beber, o que vestir, documentos, teto e chão.  A imagens de Itabuna, Ubaíra, Ilhéus, Laje, Itamaraju, Jiquiriçá, Ubaitaba, entre outras tantas cidades, correram o planeta. Chegaram até a ativista Greta Thunberg, uma das vozes mais ativas atualmente quando se fala de mudanças climáticas. A solidariedade também foi longe, ainda bem. Bombeiros de outros estados se uniram aos baianos no auxílio às vítimas. Famosos e grandes empresas fizeram doações, mas o grosso mesmo veio de brasileiros e baianos simples, que tentaram, com doações, amenizar os efeitos das chuvas devastantes. Os efeitos da catástrofe ainda devem perdurar por meses ou anos. Que a Bahia siga unida a si mesma.

De férias, Bolsonaro anda de jet-ski e vai a parque temático De férias, o presidente Jair Bolsonaro tem feito um tour por Santa Catarina. Mesmo criticado por descansar enquanto a Bahia sofre com as chuvas, o que rendeu nas redes sociais a hashtag #BolsonaroVagabundo, o presidente seguiu andando de jet-ski na praia e posando para fotos com apoiadores. No dia 28, ele chegou a dizer que esperava não interromper as férias, que terminam na segunda-feira (3). Nas redes sociais, ele se defendeu com vídeos de ministros no interior baiano.  No dia 30, ele visitou o parque temático Beto Carrero World, no município de Penha. Ele compareceu ao espetáculo "Hot Wheels Epic Show!", promovido no parque de diversões. Após a apresentação, o presidente foi à pista e dirigiu um dos carros do show, enquanto era ovacionado por apoiadores. Depois, ele  visitou a loja Havan, em São Francisco do Sul, que pertence a um de seus mais fervorosos apoiadores, o empresário Luciano Hang. A rotina do presidente seguiu sem alterações, mesmo após ter recebido a informação de que o deputado Coronel Armando (PSL-SC), com quem se encontrou no Estado, testou positivo para covid-19.

Balanço O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), fez um balanço durante a semana do ano de 2021. Desde que a pandemia começou, em março de 2020, e até dezembro deste ano, o investimento no combate ao coronavírus foi de R$ 1,3 bilhão. Dinheiro que saiu dos cofres públicos para resolver aquele que foi considerado pelo prefeito o maior desafio de 2021: a saúde.

Outros investimentos na saúde nos últimos 12 meses somam R$ 293 milhões (R$ 242 milhões em 2020). Em seguida, a aparece Mobilidade, com R$ 200 milhões, Educação, com R$ 83 milhões, e Assistência Social, com R$ 65 milhões. Demais despesas somaram R$ 72 milhões.  “Não esperava enfrentar um ano com tantas dificuldades. Apesar dos cenários de adversidade tivemos planejamento para não atrasar nossos compromissos e vamos fechar o ano com o caixa nas mesmas condições do ano passado”, afirmou o prefeito.

Casos de covid e internações voltam a crescer no país A semana foi de retorno de preocupação com a alta nos casos de covid. Enquanto boa parte do mundo já enfrenta uma quarta onda, com Europa e EUA batendo recorde de casos diários, o Brasil sente o aumento nos resultados positivos de testes e nas internações em hospitais. Ainda antes do Natal, no dia 22, testes positivos somaram 14% do total. Já na quarta-feira, dia 29, o número passou para 20,5%. "A gente começa a enxergar o tsunami, e geralmente essa onda passa primeiro pela farmácia", afirma Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma. Em São Paulo, as hospitalizações mais que dobraram no final de dezembro em relação ao início do mês.

MEC proíbe passaporte da vacina em universidades, mas instituições rebatem O ministro da Educação, Milton Ribeiro, no dia 30, decidiu proibir as Instituições Federais de Ensino de exigir a vacinação contra covid-19 como condicionante ao retorno das atividades educacionais presenciais. De acordo com ele, só poderia haver exigência do chamado passaporte da vacina por meio de lei. Diversas instituições do país, no entanto, rebateram o ministro e pretendem cobrar a imunização. Em nota, a Ufba disse que a vacinação é uma medida de proteção individual e principalmente coletiva. A Ufob e UFRB também sinalizaram que manterão a exigência.  Instituições de outros estados, como Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Federal de Brasília (IFB), seguirão o mesmo caminho.

***'A extensão da destruição é o que impressiona. Parece que houve uma guerra. As crateras, as barragens que foram levadas, as pontes, o dano à infraestrutura é enorme' Rui Costa, governador da Bahia, sobre as chuvas que devastaram o estado durante a semana