Cidade boa de negócio: Lauro de Freitas completa 56 anos e é polo de serviços

Em dois anos, setor de serviços da cidade cresceu mais de 63%, aponta o IBGE

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  • Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2018 às 04:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

Beatriz Gomes é gerente da Malta Limp,  que vende produtos de limpeza em Lauro de Freitas (Foto: Marina Silva/CORREIO) Pode até soar estranho, mas as caixas de papelão empilhadas no fundo da loja são um bom sinal. “Estão ali porque estamos sem espaço, por enquanto. Mas, até o final do mês, a gente vai ampliar a loja para ter um novo depósito”, disse, empolgada, Beatriz Gomes, 25 anos. Ela é gerente da Malta Limp, empresa especializada em produtos de limpeza em geral, instalada na Avenida Luís Tarquinio, em Lauro de Freitas.

A cidade foi escolhida para abrigar o negócio por conta do crescimento. Faz sentido: em 56 anos de emancipação, completados nesta terça-feira (31), Lauro de Freitas conseguiu se firmar como a segunda cidade da Bahia com maior Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado em junho passado.

Fazer negócios por lá parece ser mesmo um bom investimento. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, a cidade possuía, em janeiro, 15.247 empresas, onde trabalham 128.156 pessoas - mais da metade delas atua na área de serviços (70.780), que abrange 5.626 empresas.

O comércio, área de atuação da Malta Limp, aparece em segundo lugar. São 13.576 empregos em 2.999 empresas. Logo depois vem a indústria, com 917 companhias e geração de 5.568 postos de trabalho no município.

Foi também neste setor que Edjane Barbosa, 27, apostou. Há três meses, ela abriu a loja de bolsas e acessórios femininos Batom Vermelho. Agora, planeja uma filial para daqui a dois anos:“Observei o potencial que Lauro é. Tem um comércio forte e uma grande circulação de pessoas. Então, busquei um ponto em um local centralizado. Hoje, colho os frutos”, disse Edjane. Há três meses, Edjane Barbosa abriu a loja de bolsas e acessórios femininos Batom Vermelho (Foto: Marina Silva/CORREIO) Serviços A cidade, que se emancipou em 1962 e desde 1973 integra a Região Metropolitana de Salvador, reúne possibilidades variadas de investimento. O lugar, que já teve engenhos de açúcar próximos ao mar, é hoje o ‘paraíso’ dos serviços.

O setor, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresceu 63,6% em número de empresas entre os anos de 2016 e 2018. Foi quando André Palmeira, proprietário do Retaurante e Casa dos Bolos Saara, abriu as portas, há dois anos. Há um mês, ele ampliou o espaço, onde vende bolos caseiros, doces e salgados.“Resolvemos abrir justamente num período de crise no país e, mesmo assim, deu certo. O comércio aqui é forte e as pessoas, por mais dificuldade que tenham, não ficam sem se alimentar. As pessoas vêm aqui para comer bem  e confortavelmente”, pontuou André.O desenvolvimento no setor de serviços é, para o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, José Pires, “uma vocação natural”. Ele avalia que a cidade, hoje, apesar de ainda ter espaço para muitos investimentos, tende a ter um crescimento mais vertical que horizontal.

“A cidade começou com 200 mil metros quadrados, hoje temos cerca de 63  mil metros quadrados para crescer”, disse, apontando o setor leste do município como o de mais capacidade de atrair novos investimentos. O dono do Restaurante e Casa de Bolos Saara, André Palmeira, anda com o sorriso aberto. Há um mês, ele ampliou o negócio (Foto: Marina Silva/CORREIO) Crescimento Ao analisar o crescimento econômico da cidade, o superintendente de Desenvolvimento Produtivo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), Jean Esdras, disse que em Lauro de Freitas o desenvolvimento foi possível com a oferta de serviços mais especializados na área de educação e saúde.“Outro fator determinante foi a iniciativa do setor público de cobrar menos impostos, o que atraiu muitas empresas de Salvador”, disse Esdras.Em breve, a cidade ganhará um novo centro comercial, o Parque Shopping Bahia. Para o diretor-executivo da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Bahia (FCDL-BA), Carlos Machado, o setor será fortalecido. “Lauro de Freitas é uma grande vertente de crescimento comercial da Bahia e este novo shopping é uma prova disso”, declarou.

Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta, o diferencial da cidade é que lá há diversas lojas, que oferecem serviços elétricos, de decoração e de materiais de construção, voltadas para empreendimentos no litoral.

Setor imobiliário O setor imobiliário em Lauro de Freitas, que iniciou 2018 com 817 empresas no ramo e geração de 7.387 empregos, ainda tem muita perspectiva de crescimento. Nos últimos anos, o setor construiu e vendeu cerca de 4 mil imóveis na cidade.

A avaliação é do presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), Cláudio Cunha, para quem “existe um potencial muito grande para crescimento na região”.

Cunha destaca a necessidade de regulamentações de novas áreas de crescimento pela lei do zoneamento urbano e o plano diretor. “Acredito que com essas regulamentações, os investidores terão segurança em desenvolver seus empreendimentos e movimentar a economia local, com a geração de empregos e novas oportunidades de moradia”, disse. Setor de serviços cresceu mais de 63% nos últimos dois anos, segundo o IBGE (Foto: Marina Silva/CORREIO) Centro Administrativo A Prefeitura de Lauro de Freitas terá um novo Centro Administrativo. Hoje, as secretarias ficam em prédios alugados e espalhados pela cidade. O Centro será instalado em um único espaço, na Avenida Luís Tarquínio Pontes, no bairro Pitangueiras.

A construção dos prédios é fruto de uma contrapartida do Parque Shopping Bahia, em fase de construção na Avenida Santos Dummont (Estrada do Coco).“São três edifícios que abrigarão as secretarias que não possuem sedes próprias. As unidades estão localizadas atrás do Parque Shopping, onde funcionava a antiga Insinuante, e não trará custos aos cofres públicos”, disse a prefeita, Moema Gramacho.Segundo ela, a estruturação dos acessos às unidades e pequenas reformas nos prédios serão feitas pelo shopping, conforme a Lei de Contrapartida Social, com investimento de R$ 400 mil.