Cimatec: uma vantagem da Bahia

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  • Armando Avena

Publicado em 17 de maio de 2019 às 04:38

- Atualizado há um ano

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A Bahia tem uma vantagem competitiva na atração de empresas industriais e tecnológicas que se destaca entre os estados brasileiros. Trata-se do Senai/Cimatec, um centro de tecnologia e inovação dos mais modernos do mundo e que dá ao empresário baiano enorme vantagem quando se trata de montar uma empresa, desenvolver uma ideia ou inovação ou mesmo aumentar a produtividade de um negócio. O Senai/Cimatec é uma espécie de Posto Ipiranga do empresário industrial, uma loja de soluções com 42 áreas de competência e que estabelece um verdadeiro diferencial em relação a outros estados da federação. 

A área de atuação desse centro de tecnologia, que é ligado ao sistema Fieb, é muito ampla,  possuindo, por exemplo, um centro educacional que viabiliza a formação básica e superior, de tal modo que ali se forma desde o soldador até o doutor em engenharia. Além da formação  e qualificação de mão de obra, o centro tem expertise na área de pesquisa, inovação e otimização de processos e lá estão presentes os mais avançados equipamentos, a exemplo de cinco supercomputadores, um deles o maior da América Latina, e que podem viabilizar todo tipo de procedimento, a exemplo de simulações do processo de produção e modelos de produção e produtividade, incluindo um Big Data, que pode agregar os dados isolados de várias áreas e segmentos, viabilizando simulações únicas. 

O centro de tecnologia presta serviços diretamente  às empresas, pois possui laboratórios que avaliam a qualidade, propõem novos modelos de produção, viabilizam maior produtividade e por aí vai. As empresas que usam alguns dos serviços do Senai/Cimatec registram, em média,  um aumento de mais de 60% na produtividade e, nesse momento, existem 95 projetos de inovação rodando ao mesmo tempo entre as 400 empresas que o centro atende por ano. É, sem dúvida, uma vantagem competitiva da Bahia e se constitui num estímulo fortíssimo à atração de empresas. E essa vantagem vai se ampliar, pois no início do segundo semestre será inaugurado o Cimatec Industrial, uma nova unidade do centro, localizada em uma área de 4 milhões de m² no Polo Industrial de Camaçari, onde será possível a implantação de plantas pilotos daqueles projetos desenvolvidos em bancadas  e que poderão ser testados e começar a produzir em escala de mercado, algo único no Brasil. 

E o Senai/Cimatec presta serviços às empresas não apenas no âmbito tecnológico, mas no apoio ao desenvolvimento de ideias, na geração e aceleramento de startups e no acesso a fundos de fomento e a investidores. E o mais importante é que esse centro, oriundo do setor privado, é autossustentável e 90% dos seus recursos são provenientes dos serviços que presta.  O Senai/Cimatec é um exemplo de ação profissional e estratégica e mostra como a Bahia pode se inserir de forma competitiva nos mercados nacionais e internacionais.

BOLSONARO E O IMPEACHMENT O traçado de Brasília é uma aula de Ciência Política ministrada por Oscar Niemeyer. Quando desenhou a capital do país, o arquiteto colocou no centro da Praça dos Três Poderes o Parlamento, a fonte de todo poder.  Na história recente da frágil democracia brasileira, todos os presidentes que não tiveram maioria no Congresso Nacional caíram, de uma forma ou de outra. Getulio Vargas suicidou-se, Jânio Quadros renunciou, João Goulart foi deposto e Fernando Collor e Dilma Rousseff sofreram o impeachment. Fernando Henrique Cardoso –  com muita lábia, muita distribuição de cargos e engolindo todo tipo de sapo – e Luís Inácio Lula da Silva – com muita lábia e muita corrupção – mantiveram a maioria no Congresso e terminaram seus mandatos. No Brasil, presidente que não estabelece uma base no Congresso Nacional cai. Simples assim. A não ser que a economia esteja em alta e o desemprego em baixa, mas para isso acontecer os projetos precisam ser  aprovados no Congresso Nacional. Alguém precisa avisar ao presidente Jair Bolsonaro. 

É HORA DE GOVERNAR A economia brasileira caiu 0,68% no trimestre relativo ao período dezembro/fevereiro, medido pelo IBC-Br do Banco Central, que é uma prévia do PIB. O PIB do primeiro trimestre de 2019, que será divulgado pelo IBGE até o final deste mês, deverá mostrar a estagnação da economia ou uma leve queda. É preciso avisar ao Presidente Bolsonaro que não é hora de brigar, é hora de governar.

BAHIA: É HORA DE AVANÇAR A TV Bahia lançou esta semana o projeto Avança: Nosso Caminho É o Desenvolvimento, uma campanha extremamente oportuna, cujo objetivo é ressaltar as potencialidades econômicas da Bahia e as oportunidades de negócios que já se concretizaram e que podem se concretizar. O mais importante é o timing da campanha, pois se adotarmos como parâmetro a aprovação da reforma da Previdência, o momento de investir é agora. No lançamento da campanha, o economista Ricardo Amorim disse o que esta coluna vem reiterando: o Brasil está pronto para crescer, pois os dois pilares de sustentação da economia já estão de pé – os juros baixo  e a  inflação sob controle – bastando apenas construir o terceiro pilar fundado na reforma da Previdência,  e no ajuste fiscal daí decorrente, para que a economia brasileira possa embicar em direção ao crescimento ainda este ano.  Se a reforma for aprovada no primeiro semestre, quem começou a investir agora vai levar vantagem. É verdade que o governo Bolsonaro tem se mostrado uma máquina de gerar crises inúteis e demonstra total falta de articulação política, mas a responsabilidade de governo é também do Congresso Nacional que, pelo bem do Brasil, tem obrigação de aprovar a reforma da Previdência.

MILAGRES NO TURISMO A canonização de Irmã Dulce pode fazer milagres para o turismo baiano, através do chamado  turismo religioso, que não tem sazonalidade, não precisa de Centro de Convenções e cresce em todo mundo, inclusive no Brasil. E Salvador vai passar a ter um Caminho da Fé, que liga  o Santuário de Irmã Dulce, no Largo de Roma, à Igreja do Bonfim, na Colina Sagrada, um espaço de 1km para peregrinação de fiéis. A Prefeitura já lançou a licitação para a requalificação da Avenida Dendezeiros, no bairro do Bonfim, prevendo calçadas mais largas, arborização, iluminação pública e implantação de 14 totens informativos e acessibilidade. Será preciso, no entanto, que haja a promoção do novo destino e que a iniciativa privada se mobilize para potencializar a atração turística com o oferecimento de produtos e serviços para turistas e fiéis.

BAHIA 40 ANOS Ocorre na próxima terça-feira, 21 de maio, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, o seminário Bahia 40+: O Futuro da Economia.  O evento faz parte das comemorações dos 40 anos do CORREIO  e será uma oportunidade para discutir as transformações da economia do nosso estado e avaliar a melhor maneira da Bahia se desenvolver durante os próximos 40 anos. Na oportunidade, terei o prazer de proferir a palestra Os Últimos 40 Anos: O Outro Lado da Economia Baiana de 1979 a 2019 e debater os caminhos que a Bahia seguiu até aqui e seus desafios para o futuro.