Clubes devem policiar redes sociais de atletas?

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 9 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Dá trabalho para o ser o humano ser racional. Naturalmente, a emoção é que nos comanda no dia a dia. Com os esportistas, parece até mais difícil conseguir raciocinar nos momentos cruciais e, por isso, aqueles que o fazem são tão valorizados: o meia ‘cerebral’, o tenista ‘focado’, o piloto ‘estrategista’, o jogador de basquete ‘clutch’. Pode ver. Em comum, todos eles possuem o trabalho psicológico forte. As redes sociais vieram, então, para atrapalhar mais ainda quem age com emoção. E, cada vez mais, os clubes - empregadores de atletas - e os patrocinadores vêm ficando de olho no que os esportistas escrevem por aí. Se no início de aplicativos/sites, como Instagram e Twitter, um atleta só era alvo das instituições quando fazia uma besteira muito grande - e aí entrava em ação a gestão de crise - agora, o buraco é mais embaixo. No mês passado, o volante Rabiot, do PSG, foi suspenso por cinco dias após curtir um vídeo de um outro jogador que celebrava a eliminação da equipe parisiense da Liga dos Campeões: um ‘like’. Na semana passada, o meia Arrascaeta, do Flamengo,  curtiu uma postagem no Twitter em que havia um pedido de demissão do técnico do time, Abel Braga. O treinador foi questionado numa entrevista e ficou, visivelmente, constrangido  com a situação. Do ponto de vista legal, é bom os atletas saberem que esse tipo de atitude pode causar uma demissão por justa causa. Não é o caso dos dois atletas citados, que são bens valiosos dos clubes e jamais seriam dispensados. Mas aquele jogador que pouco interessa a um time pode dar a seu empregador exatamente aquilo que ele deseja. Para os clubes, é importante que se tenha um código de ética das redes sociais e que ele seja apresentado ao atleta em sua chegada. Todo esportista, direta e indiretamente, é um representante da instituição. E a credibilidade e o valor da marca (brand equity) dela são importantes para que o clube se valorize junto a patrocinadores e à sociedade em geral. É preciso não deixar a emoção longe das redes sociais. Pra depois não chorar pelo ‘like’ ‘printado’.

Surfe As ondas em Gold Coast, na Austrália, não estavam lá graaande coisa, mas não dá pra falar que não teve emoção na primeira etapa do Mundial de Surfe. Prejudicado por uma lesão no ano passado, Ítalo Ferreira começou muito bem, assumindo a ponta do ranking com a vitória. Gabriel Medina não foi mal, caindo para Jordy Smith, um surfista top, assim como Filipe Toledo, eliminado por John John Florence, que mostrou estar totalmente recuperado de sua lesão. Caiu na semi para Kolohe Andino numa bateria de ondas ruins.  Destaque maior que Ítalo só para Caroline Marks, a americana de apenas 17 anos vencedora da etapa feminina. Caroline amassou a heptacampeã Stephanie Gilmore na casa dela e, na final, bateu a tricampeã Carissa Moore. A jovem surfista fez as duas melhores ondas da bateria decisiva e poucas chances deu à havaiana. De quebra, Caroline é a primeira mulher a levar o cheque de US$ 100 mil dólares, já que a WSL resolveu dar a mesma premiação a homens e mulheres a partir deste ano - uma ótima medida. 

*Ivan Dias Marques é subeditor de Esporte e escreve às terças-feiras**Opiniões e conceitos expressos no texto são de responsabilidade exclusiva do autor