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Bruno Wendel
Publicado em 19 de abril de 2022 às 15:20
- Atualizado há 2 anos
"Eram duas situações. Uma havia um contrato em que a droga era exclusiva de uma facção paulista. A outra, era na modalidade de consórcio, quando diversos grupos que se reuniram para remeter drogas para a Europa, dividindo o custo e a quantidade do entorpecente. Normalmente quando é uma carga específica, vem sempre com a mesma logomarca. Neste caso, foram vários desenhos, indicativo que pertence a mais de um fornecedor", declarou o delegado da Polícia Federal Adair Gregório, responsável pela investigação. Ele não revelou os nomes das organizações criminosas. >
Durante a coletiva realizada na sede da PF em Salvador, no Itaigara, o delegado disse que todas as sete pessoas presas na manhã desta terça-feira (19) na Operação Descobrimento eram de a uma rede encarregada de fazer a remessa da droga para a Europa. "Todos que tiveram mandados de prisão e busca apreensão são responsáveis pelo envio e recebimento da droga, ou ajudaram no carregamento ou no transporte ou são doleiros", disse o delegado.>
Foram expedidos mandados no Brasil e exterior. Aqui, as prisões aconteceram em São Paulo (2), Cuiabá (1) , Jundiaí (1) e Recife (1). Segundo ele, os presos responderão por tráfico internacional de drogas, evasão de divisas e formação de quadrilha. Outras duas pessoas, que também tiveram as preventivas decretadas, não foram localizadas, porque estão em viagem internacional. >
Ainda durante a operação de combate ao tráfico internacional de drogas, duas prisões foram realizadas em Portugal, incluindo a doleira Nelma Kodama, ex-namorada do também doleiro Alberto Yousseff, que foi detida em um hotel de luxo no país europeu. O nome dela foi confirmado pela TV Globo, pois a PF não fala nome de presos. >
Nelma já foi acusada de agir em parceria com Yousseff em um esquema para lavar dinheiro que movimentou mais de R$ 10 bilhões. Ela cumpriu pena de cinco anos por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa, variando entre o regime fechado e o domiciliar. Em 2019, ela parou de usar uma tornozeleira eletrônica, após três anos de monitoramento. Doleira foi presa em Portugal (Foto: Reprodução) Ainda nesta terça, a PF cumpriu cinco dos sete mandandos de prisão, entre eles contra o ex-secretário Nilton Borgato. Ele foi preso em Cuiabá e está na Polícia Federal. Ele será encaminhado ao Centro de Custódia de Cuiabá enquanto aguarda a audiência de custódia. Ao G1 MT, o advogado dele, Luiz Derze, disse que não teve acesso ao processo e que o mandado de prisão não cita pelo que Borgato é investigado. Disse que o cliente está à disposição da Justiça para esclarecimentos.>
O ex-secretário foi preso no apartamento em que mora, no bairro Jardim Aclimação. Ele assumiu a pasta em janeiro de 2019 e deixou o cargo em março desse ano, para se dedicar a uma candidatura a deputado federal pelo PSD. >
O PSD divulgou nota afirmando que tomou conhecimento das medidas contra o ex-secretário pela imprensa e que aguarda o desenrolar da investigação para tomar qualquer tipo de decisão. >