Coelba e Celpe realizam workshop sobre eficiência energética

Encontro realizado em Petrolina (PE) orientou clientes sobre as Chamadas Públicas de projetos

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Publicado em 28 de junho de 2019 às 11:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: Lúcio Adeodato

A preocupação com o meio ambiente pode andar lado a lado com a busca pela competitividade. E esse casamento precisa passar pela gestão de energia. Essa foi um dos aprendizados do “Workshop Eficiência Energética – como apresentar projetos nas chamadas públicas", realizado nesta quinta-feira, 27, no auditório do Hotel Nobile Suítes Del Rio, em Petrolina (PE). O evento levou a assinatura das distribuidoras do Grupo Neoenergia, Coelba e Celpe, através do Programa de Eficiência Energética regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com organização do Jornal CORREIO.

Diante de uma plateia atenta e participativa, foram tratados, ao longo de cinco palestras, temas como a importância da gestão de energia para a sustentabilidade e competitividade das empresas, tendo os setores da indústria e do agronegócios como destaques. Pela manhã, o público, formado por empresários de diversos ramos, estudantes e profissionais das áreas de agronegócios e engenharia, entre outras, conheceu os canais de atendimento ao cliente da Celpe e Coelba e foi alertado para a importância de adotar a gestão de energia em suas empresas.

À tarde foi a vez de executivos do Grupo Neoenergia apresentarem os detalhes sobre o Programa de Eficiência Energética (PEE), além de trazerem as principais informações a respeito da Chamada Pública de Projetos, mecanismo criado pela Aneel. Pela norma, as distribuidoras de energia elétrica do país têm que realizar chamadas públicas para selecionar projetos voltados ao PEE. Como precisam seguir uma série de regras, o workshop foi criado para compartilhar o conhecimento de especialistas no intuito de orientar os consumidores interessados. Esse ano, a chamada pública aconteceu de março a maio, mas a Coelba já adiantou que mais uma edição acontecerá até o final do ano. “A iniciativa de realizar os workshops em vários locais da nossa área de concessão é justamente para que a gente consiga capacitar nosso cliente. Para que ele conheça o programa e possa apresentar um projeto. Essa proposta inicia por ele identificar as oportunidades de eficiência energética dentro de suas instituições e unidades consumidoras, passando por criar uma parceria com uma empresa que vai ajudar a elaborar o projeto e, assim, consiga de fato propor esse projeto dentro de uma chamada pública”

Daniel Sarmento, supervisor da Unidade de Engenharia e Projetos de Eficiência Energética do Grupo NeoenergiaOs clientes que podem ser contemplados pelo PEE são das classes residencial (condomínios), comércio e serviços, industrial, serviços públicos e poder público, das esferas federal, estadual e municipal, além das instituições sem fins lucrativos (a fundo perdido). Entre os benefícios da implantação estão a redução no consumo e na conta de energia elétrica, maior vida útil dos equipamentos eficientes instalados, possibilidade de redução de custos com manutenção e operação a partir da otimização dos equipamentos e/ou processos.

Felicidade é segurança A abertura do evento foi realizada pelos profissionais da Celpe, José Albuquerque e Cleriston Gonçalves, que falaram da importância de se adotar uma cultura de segurança que vá além do ambiente de trabalho. “Quando idealizamos, ao sair de manhã para trabalhar, que à noite queremos estar de volta, convivendo com quem amamos, nos tornamos mais prudentes no trânsito, nas atitudes, e isso reflete em segurança”, afirmou Cleriston. “Internalizamos que felicidade é segurança”, completou José Albuquerque. José Albuquerque e Cleriston Gonçalves destacam a importância de se adotar uma cultura de segurança que vá além do ambiente de trabalho Em seguida, o gerente do Departamento de Operações da Celpe, Hugo Vidal, trouxe informações sobre o alcance da distribuidora em Pernambuco e apresentou seus canais de atendimento ao cliente. “Estamos presentes em 184 municípios do estado, além de Pedra do Fogo, na Paraíba, e em Fernando de Noronha, atendendo a 9 milhões de habitantes, o que faz de nós a sétima maior distribuidora do país”, afirmou. Hugo Vidal traz informações sobre o alcance da Celpe em Pernambuco A palestra de Maria Luzia Matos, analista sênior do Departamento de Atendimento ao Cliente da Coelba – regional Juazeiro, deu continuidade à programação da manhã. A profissional também apresentou os números da distribuidora de energia, a maior do Norte e Nordeste, com mais de 15,3 milhões de habitantes atendidos, e destacou projetos como o Luz para Todos, que deve chegar à 245 municípios baianos em 2019. 

Maria Luiza também apresentou os diversos canais de atendimento e comunicação que podem ser acionados pelos clientes, inclusive um app que permite o acesso e pagamento da segunda via da conta, além dos perfis da Coelba no Facebook, Twitter e Instagram. “Constantemente, estamos aprimorando os canais e estreitando nossa relação com os clientes”, afirmou. Maria Luzia Matos destaca os canais de comunicação e atendimento da Coelba Energia na indústria Pela manhã, o workshop contou também com a palestra do gestor de Energia e especialista em Eficiência Energética no Senai - IST Energia, Rodolfo Pinheiro. O profissional falou sobre eficiência energética e gestão de energia no setor industrial – principal consumidor do segmento elétrico.   Rodolfo explicou a diferença entre eficiência e gestão energética, destacando a segunda como fundamental para que a primeira aconteça. “O PEE da Aneel é muito voltado para a substituição e modernização dos equipamentos, para a melhora das tecnologias, e não necessariamente para o aperfeiçoamento dos processos, então são olhares um pouco diferentes. As ações de gestão de energia preparam a empresa para conseguir devolver o investimento do PEE (que varia de R$ 200 mil a R$ 1.5 milhão)”, explica.

De acordo com o gestor, o dinheiro empregado tem que ser devolvido para a concessionária, que reinveste em outros projetos. “Mesmo com o prazo de 60 meses, a empresa precisa estar preparada e entender que gestão de energia tem que fazer parte do planejamento estratégico dela. A decisão de tomar o valor para a eficiência energética tem que ser amadurecida”, sugere. Rodolfo Pinheiro explica a diferença entre eficiência e gestão energética É preciso que as empresas entendam que um projeto de eficiência energética não é feito em poucos dias. “Aneel exige projetos muito bem embasados. Isso é necessário já que os recursos são provenientes das tarifas dos consumidores como um todo, então precisam ser destinados de forma correta e com um controle muito grande”. No caso da Indústria, o Senai possui uma equipe qualificada para auxiliar as empresas. “Um bom projeto não nasce do dia para a noite e também exige uma mudança de postura do consumidor. Então, a gente tem feito palestras de conscientização mostrando o PEE para a Indústria. O Senai ajuda do início ao fim, inclusive no desenvolvimento do projeto”, revela. 

Vantagens  Outra questão destacada por Rodolfo foi a percepção das grandes empresas de que a gestão de energia ajuda a melhorar seu desempenho competitivo, mesmo não sendo esse seu principal objetivo ao adotar as novas práticas. “Muitas empresas que implantaram o sistema de gestão não foram motivadas pelo desempenho energético e sim por conceitos como sustentabilidade. Mas é claro que logo ao iniciar o projeto, ficou claro que houve uma melhora nos resultados”, avalia. No caso das pequenas e médias empresas, a principal motivação para investir em gestão de energia é o mercado competitivo. “Elas precisam encontrar uma forma de sobreviver e a gestão energética é uma importante ferramenta”, defende.  

No campo O especialista em Energia e Mudanças Climáticas, José Henrique Zloccowik, encerrou a programação da manhã com a palestra “Eficiência Energética na Irrigação e no Agronegócio”, na qual apresentou possibilidades de redução de custos e consumo de eletricidade no campo. O consultor mostrou que o correto dimensionamento de projetos, com a decisão de compra de equipamento – da tubulação de irrigação a automação do processo - levando em conta o consumo de energia, pode ser mais trabalhoso, a princípio, mas traz resultados eficazes a longo prazo.  José Henrique Zloccowik ministra a palestra “Eficiência Energética na Irrigação e no Agronegócio” Dificuldades José Henrique acredita que os recursos provenientes do Programa de Eficiência Energética são de grande ajuda para modernizar o setor agro. “O bacana desse mercado é que ele pode acessar o PEE. O gap está na hora de montar o projeto de eficiência energética integrado com a gestão de energia e submeter esse projeto. Hoje, as distribuidoras não conseguem destinar todos os recursos porque faltam projetos de qualidade. Mas esse mercado está amadurecendo com a ajuda das empresas de serviços energético (ESCOs – Energy Services Company). Com a consolidação desse mercado, esses recursos serão felizmente bem empregados”, aposta. Daniel Sarmento apresenta os procedimentos do Programa de Eficiência Energética A programação da tarde do workshop foi destinada justamente a esclarecer todas as dúvidas sobre como apresentar projetos nas chamadas públicas. Para tal, falaram ao público o supervisor da Unidade de Engenharia e Projetos de Eficiência Energética do Grupo Neoenergia, Daniel Sarmento, e o engenheiro da Unidade de Projetos de Eficiência Energética do Grupo Neoenergia, Artur Andrade Costa. Suas palestras complementares trouxeram dados e o funcionamento do mecanismo. 

Os especialistas falaram da importância das ESCOs nas etapas do PEE, fazendo primeiro o pré-diagnóstico do consumidor para ser avaliado na chamada pública de acordo com as regras determinadas pela Aneel no edital.  “Existe uma disputa pelos recursos e por isso uma classificação, então um projeto bem feito tem muito mais chance de conseguir esse dinheiro”, explica Artur.  Artur Andrade Costa explica o mecanismo de chamada pública das distribuidoras A dificuldade de aprovação dos projetos foi destacada por Daniel, que ressaltou uma mudança positiva que vem para ajudar nesta etapa. “A atual forma da chamada pública da Neoenergia é mais vantajosa para que essa prospecção seja feita com sucesso, principalmente para as instituições sem fins lucrativos – também contempladas no PEE – porque o projeto selecionado significa que a distribuidora vai contratar diretamente aquela ESCO. É uma motivação para essas empresas participarem mesmo sem serem remuneras nessa etapa do projeto, porque se forem selecionadas serão remuneradas durante todo o contrato. Essa modificação das chamadas públicas dos anos anteriores para essa atual ajuda os clientes a prospectarem ESCOs”. “Mas é importante que elas tenham experiência em chamadas públicas”, complementa Artur.  

Para Daniel, ainda existem poucas ESCOs capazes de fazer os projetos, “mas isso tende a melhorar, principalmente com mudança na regra que garante a contratação”, acredita. O especialista destaca que os sites das distribuidoras trazem o edital da última chamada pública com todas as exigências para os projetos. “É uma ótima forma de conhecer as regras. O que a gente pede é que não esperem por uma chamada para começarem o projeto. Podem iniciar já”, dá a dica.

As próximas edições do “Workshop Eficiência Energética – como apresentar projetos nas chamadas públicas” serão realizadas em Caruaru no dia 18 de julho e em Barreiras no dia 25 de julho.

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