Com a inflação, venda de Zé Rafael fica atrás da de Robson Luís

Nos valores atuais, Robson teria sido vendido por R$ 15,7 milhões; Zé saiu por R$ 14,5 milhões

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  • Vitor Villar

Publicado em 30 de novembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr./CORREIO e Welton Araújo/CORREIO

A notícia a seguir pode ser encarada de duas formas. Pelo lado negativo, o Bahia iniciará 2019 sem um dos seus principais jogadores nas duas últimas temporadas. Pelo lado bom, abrirá o ano com os cofres cheios para investir.

Na quinta-feira (29), o Palmeiras anunciou a compra do meia tricolor Zé Rafael, com quem assinará contrato de cinco anos. Pela negociação, o Bahia informou oficialmente que ganhará R$ 14,5 milhões. O valor corresponde aos 70% dos direitos econômicos que o Esquadrão tinha do atleta.

Em valores nominais, essa é a maior venda da história do Bahia. Deixou para trás a do volante Bruno Paulista, negociado com o Sporting Lisboa em agosto de 2015 por, na época, R$ 13,2 milhões – sendo que o tricolor detinha percentual equivalente a R$ 11,3 milhões, valor considerado nesta reportagem.

Em valores reais, no entanto, ela é a segunda maior. Fica atrás do meia-atacante Robson Luís, vendido ao Santos em 1998. Segundo levantamento feito pelo site do jornalista pernambucano Cassio Zirpoli, a negociação foi feita à época por R$ 4,5 milhões.

Fazendo a correção monetária para os dias atuais – ou seja, aplicando a inflação acumulada no período pelo índice IPC-A – os R$ 4,5 milhões seriam hoje equivalentes a R$ 15,7 milhões. No infográfico abaixo, veja o top-10 das vendas do Bahia de acordo com os valores nominais e também considerando a infação acumulada. Clique para ampliar a imagem (Infográfico: CORREIO) Ranking de vendas A terceira maior negociação do Bahia em valores nominais aconteceu no ano passado. O goleiro Jean foi vendido para o São Paulo por R$ 9 milhões mais a cessão em definitivo do meia Régis.

O meia Anderson Talisca, o  lateral Juninho Capixaba e o meia Gabriel completam os seis primeiros, ainda de acordo com os valores nominais. 

Se forem considerados os valores reais – aplicando a inflação através do IPC-A, portanto – jogadores mais antigos aparecem entre os dez primeiros colocados.

Segundo levantamento de Cassio Zirpoli, o meia-atacante Uéslei foi negociado em junho de 2000 para o Nagoya Grampus, do Japão, por R$ 4 milhões. Atualmente, esse valor seria o equivalente a R$ 12,6 milhões.

Uéslei, portanto, é a quarta maior venda do Esquadrão, atrás de Robson Luís, Zé Rafael e Bruno Paulista – este também com valores corrigidos desde 2014, ficando em R$ 13,2 milhões.

O zagueiro Fabão, vendido em 1998 para o Flamengo, e o meia Jorge Wagner, que mudou-se para o Cruzeiro em 2000, completam os seis primeiros do ranking. O primeiro rendeu o equivalente hoje a R$ 10,5 milhões; já o segundo, R$ 9,8 milhões.

Em valores reais, as vendas de Talisca e de Juninho Capixaba perdem substância. A do meia para o Benfica cai de quarta mais alta para nona. Já a do lateral-esquerdo para o Corinthians vai de quinto para nem aparecer no top-10.

Lucro alto Não é só pelo valor nominal da negociação. A venda de Zé Rafael ao Palmeiras é proveitosa para o Bahia também do ponto de vista do retorno financeiro. O meia, adquirido na casa dos milhares de reais, foi vendido por um valor milionário.

O Esquadrão lucrou nada menos que 2.800% com o negócio. Isso porque adquiriu o meia do Coritiba no início do ano passado por R$ 500 mil (em cinco parcelas). À época, saiu como o pagamento da multa rescisória do contrato de Zé, que tinha vínculo com o Coxa até o final da temporada 2017.