Com anúncio de lockdown, quinta-feira foi de corrida às compras para os soteropolitanos

Nos mercados e atacados, corredores se encheram e filas ficaram mais longas com os soteropolitanos preparando o estoque do fim de semana

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  • Wendel de Novais

Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Nara Gentil/CORREIO

A véspera do início do lockdown parcial na Bahia foi de corrida às compras nos supermercados de Salvador. Ontem, desde o início da tarde, o movimento foi intenso nos mercados e atacados,  com longas filas  e carrinhos abarrotados de produtos como carne para churrasco, salgados e doces. As cervejas -  dos mais variados tipos e marcas -  foram um dos itens mais procurados e desejados. 

Decreto do governo do estado  determinou o fechamento de estabelecimentos não essenciais entre às 17h de hoje  e às 5h de segunda-feira (1°). Com isso, bares e restaurantes estão proibidos de funcionar. Os supermercados vão abrir normalmente neste período, porém não poderão comercializar bebidas alcoólicas. 

Por isso mesmo, ontem, a reportagem observou,  nos corredores de  bebidas dos supermercados, o que não faltou foi gente garantindo as caixas de cervejas. Houve ainda quem procurasse   garrafas de vodka, gin, uísque e outras bebidas.   Soteropolitanos foram aos mercados para garantir estoque do fim de semana (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Cervejinha garantida

 "Tô indo agora comprar. Eu tava assistindo a coletiva do governador e, na hora que ele falou da proibição da bebida, já pensei em me antecipar e garantir meu estoque. Minha namorada tá vindo pra minha casa no fim de semana e aí ela me acompanha", disse o  gerente de marketing Faustino Menezes, 25 anos.

O  casal Pedro Laurentino, 36, funcionário público, e Michele Silva Araújo, 38, administradora de empresas,  já tem estoque pronto para o lockdown. "Minha esposa tem comprado cerveja numa distribuidora. Da primeira vez que foi lá, a vendedora perguntou se não era um pouco demais. Da segunda, perguntou se ela ia vender no circuito. Na hora que lembrei aqui do lockdown, perguntei se ela não ia comprar mais e ela disse que sobrou do Carnaval e não ia passar outra vergonha por lá", contou Pedro.

Quem não tinha um estoque já pronto, correu atrás do prejuízo. O bancário Felipe Martins, 29,  comprou uma parte da cerveja ontem e deve comprar mais hoje. "Eu já comprei um pacote aqui, mas ainda não comprei tudo que eu quero por questão financeira. Amanhã (hoje), o dinheiro cai e pretendo ir cedo para comprar mais e ficar com o suficiente para o fim de semana. Não só vou comprar cerveja, como vou adiantar a feira pra fazer tudo de vez e evitar ficar saindo", afirmou.   Pedro e Michele já têm estoque para o lockdown (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Antecipando a feira

É claro que tinha gente nos corredores dos mercados procurando outros ítens.  Muitos  foram ontem antecipar a feira que tinham agendado para o fim de semana, outros foram atrás de doces e salgados. Outros fizeram isso por não saber ao certo se os mercados iriam abrir no fim de semana. Por isso, os mercados da capital baiana viram um movimento incomum para uma quinta-feira. 

Celma Santos, 39, ouviu o anúncio do lockdown e decidiu encarar o mercado movimentado durante a tarde para se antecipar à lotação que previa para a noite  e durante todo o dia de hoje. Ela  tinha dúvidas se os supermercados  estariam abertos. Saiu com o carrinho lotado "Eu vim por causa do lockdown. Comprei o que estava precisando. Assim  nos próximos dias eu não saio de casa. Comprei carne, carne de sol, feijão, merenda. Tudo mesmo. Quis garantir que não vou precisar pôr meus pés na rua porque, nessa situação, é melhor evitar", afirmou.   Celma encheu o carrinho de compras para o fim de semana (Foto: Nara Gentil/CORREIO) O auxiliar administrativo Carlos dos Santos, 58, não lotou seu carrinho.  Concentrou suas compras em itens de limpeza, que são essenciais para o  período em que ele vai preferir ficar em casa e evitar a ida para lugares públicos. "Eu nem ia sair de casa, mas fiquei sabendo   do lockdown e vim garantir os produtos de limpeza. A situação tá feia e nem é bom deixar a nossa casa. Só saio quando preciso. Hoje (ontem),  eu quis comprar o que tá acabando pra não precisar me expor depois e também para fazer minha parte, ficando em casa e contribuindo para tentar diminuir a velocidade com que essa doença tá chegando em todo mundo", declarou.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro