Com demora para conseguir leitos em gripário, pacientes são estabilizados em ambulâncias do Samu

Medida emergencial teve que ser tomada devido a grande quantidade de pessoas que chegaram à unidade de saúde ao mesmo tempo

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  • Da Redação

Publicado em 5 de março de 2021 às 17:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Nara Gentil/CORREIO

Devido à fila para conseguir um leito no gripário de Pirajá/Santo Inácio, seis pacientes tiveram que ser recorrer a ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) na última quinta-feira (4), segundo o coordenador do Samu em Salvador, Ivan Paiva. A medida emergencial teve que ser tomada pela primeira vez durante a pandemia devido a grande quantidade de pessoas que chegaram à unidade de saúde ao mesmo tempo.

“O gripado vinha atendendo a demanda, mas ontem recebemos muitos pacientes que precisaram de suporte com oxigênio. Chegaram 27 pacientes lá ao mesmo tempo e tinha mais doentes do que capacidade de oferta de oxigênio. Quando as pessoas chegam com espaçamento, é possível ir regulando e liberando os leitos, mas isso não foi possível ontem”, explicou Paiva. Os enfermos estavam com dificuldades para respirar, mas ainda não é possível saber se eles possuíam coronavírus já que a confirmação é feita com o resultado do teste para a doença.

O Samu enviou 6 ambulâncias com cilindros de oxigênio para o gripário para estabilizar os pacientes enquanto a equipe procurava leitos na rede de atendimento à saúde de Salvador para internar os pacientes. O restante dos 27 enfermos que chegaram ao local foram atendidos na própria unidade.

“A medida é emergencial. Não pretendemos internar as pessoas em ambulâncias, mas sim colocá-las em leitos de forma adequada. Na inexistência de leitos, podemos lançar mão dessa medida porque é importante atender a todos”, afirmou o coordenador do Samu em Salvador.

O apoio dados pelas ambulâncias é possível porque os veículos estavam equipados e preparados para prestar a assistência no momento. Dentre os materiais necessários, estão o cilindro de oxigênio, medicamentos, soro, cateteres e uma equipe treinada. Segundo Paiva, Salvador possui 62 ambulâncias do Samu prontas para fazer esse tipo de atendimento e outras 10 ainda devem entrar em uso.

“A gente tem ampliado a capacidade de atendimento com novos leitos, mas esse processo nem sempre acompanha o aumento do número de casos. Entretanto, esse problema de falta de leitos é pontual e oferece um atendimento temporário", disse Paiva. 

Ainda de acordo com o coordenador do Samu em Salvador, a estratégia de ampliar os leitos da atenção primária tem reduzido o volume nos gripários desde a semana passada. Apesar disso,  é observado que mais pacientes têm necessidade de suporte de oxigênio.

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, já afirmou que, em caso de colapso da rede hospitalar, uma das saídas seria usar ambulâncias do Samu como leitos provisórios, até que vaguem leitos apropriados em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro