Com novo acordo, Bahia dobra área de reservas particulares do Patrimônio Natural

Bracell assinou termo de compromisso com o Inema para criar cinco novas RPPNs no estado

Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 19:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

A Bahia vai aumentar em mais de 100% a área das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Nesta terça-feira (4), a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Inema) e a Bracell, empresa que é uma das líderes mundiais em celulose solúvel, assinaram um termo de compromisso que cria cinco novas RPPNs estaduais, numa área total de 3.793 hectares. Entre as novas estão a Subaumirim Gleba A, em Entre Rios, que com 1.607 hectares passa a ser a maior RPPN do Litoral Norte da Bahia. 

A mesma cerimônia teve também a assinatura de mais de 2 mil hectares junto a Fazenda Reunidas, o que dá um total de 5,8 mil hectares, o dobro do que já foi criado até hoje. A área é equivalente a mais de cinco mil campos de futebol.

O gerente sênio da Bracell Floresta Bahia, Bruno Félix, diz que a empresa tem em seu planejamento estratégico a valorização do meio ambiente. “Estamos assinando 3.793 hectares, e já está em tramitação junto à Sema e ao Inema outros 2.768 hectares adicionais. No futuro breve teremos ao todo 8.170 hectares de RPPNs. A nossa responsabilidade com o meio ambiente é proporcional à seriedade dos nossos negócios. Produzimos na Bahia celulose solúvel especial com um grau de pureza muito alto, sendo um dos líderes globais no segmento, conseguindo ser competitivo em mercados como a China”, explica.

As novas RPPNs da Bracell assinadas hoje são a Lua Alta (605 ha), no município do Conde, Falcão (937 ha) e Japurá (534 ha), em Esplanada, e Subaumirim Gleba A (1.607 ha) e Subaumirim Gleba B (107 ha), em Entre Rios. 

O secretário do Meio Ambiente, João Carlos Oliveira, avaliou como significativo o novo acordo.  “No momento em que o mundo discute aquecimento global e questões climáticas, essa parceria é um início muito importante para 2020. Essas RPPNs são um estímulo muito forte, representam muito para nós e estamos sempre abertos ao diálogo. Portanto, a gente precisa transformar o meio ambiente em uma pauta e imagem positiva. Os grandes fundos de investimento estão dizendo que só investem no Brasil depois que discutir a imagem ambiental. Tenho certeza que contaremos com o apoio de vocês”, diz.

Já para a diretora-geral do Inema, Márcia Telles, "a RPPN é um instrumento poderoso de conservação e biodiversidade. O Inema fica muito satisfeito porque ela é uma iniciativa do empreendedor, não é uma coisa impositiva”.

O que é A RPPN é uma unidade de conservação de domínio privado que permite a preservação da biodiversidade. Nessas áreas são permitidas atividades de pesquisa cientifica, de educação ambiental e visitação turística.

Localizada entre os municípios de Itanagra e Entre Rios, a RPPN Lontra abriga centenas de espécies da fauna e flora silvestres, muitas delas raras e ameaçadas de extinção. É o único posto avançado de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), pertencente a uma empresa privada e reconhecida pela Unesco como um dos 10 postos avançados da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

A Bracell já identificou no local 181 espécies da fauna, entre mamíferos, anfíbios, répteis e aves, e ainda 113 espécies da flora silvestre no seu trabalho de monitoramento por lá. Dentre elas, estão a surucucu pico-de-jaca (Lachesis muta), a maior serpente peçonhenta das Américas, podendo atingir até 4,5 metros, e também o briba de folhiço (Coleodactylus meridionalis), o menor lagarto do mundo.

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