Começa demolição de armarinho que desabou no Dois de Julho

Não houve feridos; trecho da rua está interditado

Publicado em 1 de dezembro de 2017 às 17:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Gil Santos/CORREIO

Começou na tarde desta sexta-feira (1º) a demolição de parte do armarinho que desabaou na Rua do Cabeça, no Dois de Julho. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) enviou ao local uma equipe com retroescavadeira e um caminhão munck para remover as estruturas que ameaçam cair. O trabalho de demolição começou às 15h.

Agentes da Defesa Civil de Salvador (Codesal) interditaram o trecho da rua onde aconteceu o desabamento, isolando a área. A obra vizinha ao armarinho também foi interditada, por conta da perícia que vai averiguar as razões do acidente. Segundo a Sedur, a obra tem alvará. No local, será construído um estabelecimento com subsolo, térreo e mais dois andares.

Segundo o coordenador de fiscalização da Sedur, Everaldo Freitas, a previsão é que a demolição do restante da estrutura do armarinho termine ainda hoje. “É um serviço minucioso. A Codesal está avaliando se será preciso demolir o que restou do imóvel, mas acredito que não seja necessário”, diz. A Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb) vai trabalhar na remoção dos escombros.

No acidente, desabaram somente a fachada e um dos pontos da lateral do armarinho. Nâo houve feridos. 

Desabamento O casarão, onde funcionava o Armarinho Suzi, desabou na manhã desta sexta-feira (1º), na Rua do Cabeça, no bairro do Dois de Julho, em Salvador. A Defesa Civil Salvador (Codesal) confirmou o desabamento por volta de 11h e deslocou uma equipe para o local. Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foram acionadas. 

Populares informaram que o desabamento do imóvel de número 15 aconteceu por volta das 09h30. O armarinho estava cheio, mas momentos antes do desabamento, o dono do estabelecimento, Helvison da Silva Quadros, pediu para que as pessoas deixassem o local. Moradores da rua informaram que um casarão ao lado do armarinho foi demolido há quase um mês e há 20 dias o terreno estava em obras.

O engenheiro Antonio Figueiredo, da Codesal, afirmou que não houve feridos e no local estavam pelo menos 10 funcionários e o proprietário. A área, segundo ele, ficará isolada até que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) determine o que deve ser demolido das duas estruturas - o armarinho e a obra ao lado. 

"Fizemos a avaliação prévia do que aconteceu. A escavação do prédio ao lado pode ter ocasionado o desabamento e também a estrutura delgada do armarinho. O armarinho também tinha mercadorias acumuladas que faziam peso contra a parede - o que pode ter provocado uma sobrecarga na estrutura e ocasionado o desabamento. Houve instabilidade do solo (por conta da escavação na obra ao lado) e sobrecarga", disse Figueiredo. 

Segundo o diretor-geral da Codesal, Sósthenes Macêdo, há dois anos, a estrutura do armarinho foi atingida pelas chamas de um incêndio ocorrido no local da obra vizinha, onde era também um edifício de dois andares. "Ao que tudo indica, a parte da parede que cedeu era a que estava sem o reforço de vigas de metal. Só caiu o trecho da frente. A parte do fundo permanece em pé, devido ao sustento das vigas, feito à época", disse Macêdo. "No entanto, só uma perícia para apontar de fato a causa do acidente", complementou o diretor-geral da Codesal.  

A obra do prédio ao lado do armarinho tem alvará de construção emitido pela Sedur. O lojista, Helvison da Silva Quadros, dono do armarinho, que tinha dois andares, não quis falar com jornalistas. Segundo populares, o prédio é alugado a ele há mais de 30 anos. 

Militares do Corpo de Bombeiros informaram que após varreduras, contato com os trabalhadores e moradores da região foi descartada a possibilidade de vítimas soterradas pelos escombros.

Equipes do 3° Grupamento de Bombeiros Militares (GBM) chegaram no local e solicitaram para a Coelba o desligamento da rede elétrica para o início das buscas. "Depois desse primeiro momento do resgate de possíveis vítimas, isolamos o local para o trabalho de vistoria dos órgãos responsáveis neste tipo de ocorrência. Felizmente não tivemos vítimas", disse o major Ramon Diego, comandante do 3° GBM.O Armarinho Suzi, segundo informações disponíveis em sua página na internet, foi fundado em 1984 e é uma empresa especializada em produtos para artesanato e costura.

O local é frequentado por artesãos da cidade que fazem crochê e bordados. Ainda na página do armarinho na internet, eles afirmaram que possuem mais de 20 funcionários. 

Correria Segundo comerciantes da região, foi uma correia quando os estalos do prédio foram percebidos pelo dono do armarinho. "O que sabemos é que na hora, quando faziam uma escavação na obra, abriu um buraco no chão e a parte da parede cedeu, seguido de uns estalos na estrutrura do armarinho. Foi quando o dono do comércio mandou todo mundo sair correndo. Por pouco o pior não aconteceu", relatou João Francisco de Almeida, 57, dono de uma banca de verduras. 

De acordo com José Nascimento, 59, proprietário de uma loja de tecidos, a tragédia poderia ter sido maior. "Apesar do final de ano, o horário que aconteceu o acidente passava poucas pessoas. Mas se fosse num horário de mais movimento, como próximo ao meio-dia, com certeza teríamos coisa bem pior", contou. 

Devido ao acidente, algumas lojas no entorno foram temporariamente fechadas por questões de segurança. "A Codesal disse que, por enquanto não poderamos trabalhar, até que os escombros sejam retirados", disse Ana Márcia, 37, vendedora de uma loja de protudos para cabelo que fica defronte à área do desabamento. Um restaurante que fica ao lado também foi fechado.