Como escolher um bom vinho pelo rótulo; aprenda em cinco passos

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  • Paula Theotonio

Publicado em 6 de setembro de 2018 às 10:52

- Atualizado há um ano

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Uma das perguntas que mais me fazem nas mensagens diretas das redes sociais é: “Que vinho eu compro, Paula?”. Afinal, para quem ainda não está à vontade nesse universo enológico, fica difícil entender os indicativos de qualidade – ou de cilada. Quando isso acontece, eu me arrisco a fazer algumas indicações baseadas no gosto pessoal do curioso ou na última aquisição que fiz, mas nunca me sinto confortável. Vinho é um lance mega pessoal e os paladares, até mesmo daqueles que apreciam a bebida e entendem seus pormenores, estão em constante mutação. A cada experiência, um novo preferido!

A boa notícia é que, pelo menos no caso dos vinhos, julgar pela “capa” é totalmente possível e necessário. É ali que estão informações essenciais, que indicam complexidade e cuidado no preparo.

Não caia na cilada dos vinhos reservados, eles não são produzidos com muito cuidado (foto/divulgação) A seguir, explico alguns pontos a observar.

Procure a região produtora! Vinhos europeus elaborados em países de produção vínica tradicional (Velho Mundo), como França e Itália, costumam dar maior destaque à região produtora ou à denominação de origem. Nas garrafas francesas, procure se está escrito algo como “Appellation D’origine Protégée”, ou "Apellation” com a área descrita ao lado. Nas italianas, “Indicazione Geografica Tipica (IGT)”, “Denominazione di Origine Controllata e Garantita (DOCG)” ou “Denominazione di Origine Controllata (DOC)”. Em Portugal, procure por Denominação de Origem Controlada (DOC). Na Espanha, por “Denominación de Origen Calificada” e afins. Entre as regiões mais famosas desses países, estão, respectivamente: Boudeaux, Chianti (Toscana), Douro (dos Vinhos do Porto) e Rioja. No Novo Mundo, formado por áreas produtivas mais recentes (EUA, África do Sul, Austrália e América do Sul), essa informação não é a primeira que você deve procurar, mas é estratégica. Alguns locais já estão apostando em selos de indicação geográfica, mas cada um deles tem uma uva que se deu super bem naquele território. De uma maneira geral, no Chile, temos a Carmenère. Na Argentina, com destaque para a região de Mendoza, os melhores rótulos são feitos da uva Malbec. No Uruguai, com suas diversas regiões produtoras, a fruta-expressão segue sendo a Tannat. No Vale do São Francisco, Austrália e Israel, vá de syrah/Shiraz. Na Califórnia, o lance é Zinfandel ou Cabernet Sauvignon. No Vale dos Vinhedos, há excelentes exemplares que usam Merlot e Chardonnay.

Quem fez esse vinho? No Velho Mundo, há um enorme respeito pelo produtor. Sua reputação vem de gerações, e indica um jeito único de produzir. Então se o enólogo ou aquela família produtora coloca no rótulo que aquela bebida é um “grand vin”, confie. Ele jamais passaria o vexame de anunciar algo que ele não possa cumprir. No novo Mundo, são as vinícolas que ganham destaque. Concha Y Toro no Chile, Miolo no Brasil, Bouza no Uruguai... Esses nomes que dão respaldo no mercado. Se sua busca é por bebidas superiores, busque os que são “reserva” ou “gran reserva”. Antes de chegar às prateleiras, elas costumam descansar alguns anos na garrafa – mas cada país ou vinícola de Novo Mundo tem seu entendimento. Chile, Brasil e Argentina, inclusive, não possuem legislação para controlar essa especificidade. Então vale a pela ler o que está descrito no contrarrótulo para entender o que faz aquele vinho ser mais especial que os outros.

E o Reservado? Ah, meu amor... Fuja. Corra! Segundo a sommelière Juliana Britto, do Adega Box 111 em Vitória da Conquista, estes rótulos não costumam nem figurar no catálogo das empresas. São mais baratos, não costumam ter qualquer cuidado especial no preparo e são elaborados em larga escala.

Foi cultivado, produzido e engarrafado no mesmo local? Isso vale para tanto para Velho quanto Novo Mundo: se o vinho foi engarrafado na mesma vinícola onde foi produzido e plantado, você já pode respirar um pouco mais aliviado ou aliviada. Isso indica que a empresa teve controle de toda a produção. Nos rótulos ou contrarrótulos internacionais, procure algo como “mis en bouteille au domaine” ou “bottled at the property”.

Está safrado? A safra indica ano da colheita das uvas que deram origem ao produto engarrafado, sendo vedada a mistura de vinhos de diferentes vindimas. Com exceção do Champagne e fortificados como o vinho do Porto e o Jerez, vinho não-safrado é cilada. Pelo menos os que eu experimentei por acidente foram desperdício de dinheiro.

Foi premiado? Aí você pode ter certeza de que fez uma boa escolha. Selos com medalhas de ouro, prata ou bronze atestam qualidade em concursos de degustação!