Como seria a pandemia sem médico?

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  • Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2020 às 05:17

- Atualizado há um ano

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Você já pensou como seria enfrentar a covid-19 sem médicos? Esse questionamento merece uma reflexão profunda sobre a relevância desses profissionais para o país. A importância deles na assistência à saúde e a disposição para prestar serviço à população foram mostradas logo no início da pandemia: cerca de 6 mil médicos atenderam de imediato o apelo do Governo e se inscreveram em convocação extraordinária para reforçar o atendimento em unidades básicas de saúde de todos os estados, capitais e no interior. A prontidão ao chamado do Governo é apenas o início do engajamento dos profissionais brasileiros na luta contra a covid-19. O papel do médico na assistência à saúde da população foi e tem sido fundamental na prevenção e combate ao vírus nos postos de atenção básica e de saúde da família, além de plantões unidades de pronto atendimento (UPAs), prontos-socorros e hospitais públicos e particulares para acolher aqueles com queixas que remetem à doença. Além de serem responsáveis pelo diagnóstico dos casos e encaminhamento para internação em hospitais e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), os médicos estão diretamente envolvidos em ações estratégicas de controle e enfrentamento do contágio, como a gestão de serviços, de planejamento operacional e no campo da epidemiologia e pesquisa, área onde a comunidade científica de todo o mundo tem se esforçado para buscar vacinas ou tratamentos mais eficazes.  Durante todo este período de enfrentamento ao novo coronavírus, os médicos ainda tiveram que atender as demandas das demais patologias e enfrentar a carga exaustiva e estressante de trabalho causada pela superlotação dos serviços - o país soma mais de 5 milhões de casos, quase 4,6 milhões de recuperados e mais de 150 mil mortes, sendo que pelo menos 226 óbitos e 257 mil infectados foram de profissionais de saúde, segundo um balanço do Ministério da Saúde.  Em tempos de convívio com um vírus letal e notícias falsas, há ainda a prestação de serviço, juntamente com a imprensa, aos mais de 200 milhões de brasileiros com a disseminação de informações corretas de prevenção, combate e cuidados ao vírus. Um estudo da Fundação Fio Cruz, feito com conteúdos captados entre 17 de março e 10 de abril, revelou que 65% das fakes news envolviam curas caseiras milagrosas - e não comprovadas pela ciência - para a COVID-19.  Brasileiros e brasileiras foram às suas janelas para aplaudir os profissionais da saúde, um gesto espontâneo de carinho e incentivo aos guerreiros e guerreiras da profissão. Porém, ainda é preciso entender e valorizar mais a rotina do médicos, que têm o compromisso histórico com a defesa da saúde e da vida e mostrado que enfrentam e lideram o desafio com sentimento cidadão e comprometimento com o exercício ético da medicina.

Guilherme Lazzari é diretor médico do Instituto Muita Saúde.