Comunidade acadêmica pode ajudar Ufba após corte na limpeza

Coleta seletiva e compostagem já são ações da universidade

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  • Thais Borges

Publicado em 10 de julho de 2019 às 05:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Para quem trabalha na limpeza da Universidade Federal da Bahia (Ufba), área que sofreu um corte de 12,3% no contrato dos próximos seis meses, a própria comunidade acadêmica pode ajudar a reduzir os danos. O problema é que, segundo eles, são poucos os que têm essa preocupação.“As pessoas derramam lixo, comida e nem chamam ninguém para limpar. Jogam lixo fora do local, mesmo com lixeiras próximas. Fica muito difícil”, relata Sandra Rodrigues, há três anos e meio na equipe de limpeza. Sandra, que trabalha na limpeza há três anos e meio, cobra colaboração das pessoas (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO) “São poucos os alunos que colaboram, de 100 alunos, se dez ajudam, e são conscientes é muito”, acrescenta o colega Tim dos Reis, também funcionário.

O estudante de Nutrição Juan Messias, 24, reconhece que é preciso colaborar. “Acredito que toda a coletividade precisa colaborar, mas a limpeza já não é satisfatória mesmo antes dos cortes”, avalia.

Umas das formas de assumir o próprio papel é ajudar na coleta seletiva, que foi implantada gradativamente na Ufba desde 2013. No ano passado, a coleta chegou a 100% dos campi, de acordo com o coordenador de Meio Ambiente da Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sumai) da Ufba, José Antonio Lobo.

Em todas as unidades, há coletores de três cores espalhados: um azul para papel, o amarelo para metal e um cinza para o lixo não reciclável. Nas áreas abertas, foram distribuídos dois pares de coletores – um cinza para não recicláveis e um amarelo para  os recicláveis.“A adesão da comunidade acadêmica hoje é muito boa. Dentro das unidades, ela funciona melhor. O pessoal tem um pouco mais de cuidado na separação dos resíduos”, diz o professor Lobo. Aluno de Nutrição, Juan Messias acha que serviço não é satisfatório, mas reconhece que é preciso colaborar (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO) Para aumentar o engajamento nas áreas externas, a Ufba tem feito campanhas educativas e de orientação para a comunidade. 

Desde que o sistema foi implementado, já foram coletadas 360 toneladas de resíduos: “Todo o material é doado para cooperativas e se transforma em emprego e renda para esses catadores”. Em cada unidade, são os terceirizados da limpeza que fazem a retirada dos resíduos depositados nos coletores. Cada coletor tem um saco plástico da mesma cor para ajudar na separação. 

A Ufba também tem estimulado impressões em frente e verso e adoção de canecas, dispensando descartáveis. “Para dentro, a coleta seletiva tem uma função educativa muito forte e estimula a redução do consumo. Para fora, todo o material se transforma em emprego e renda para as cooperativas”, diz o professor.

Desde 2015, a professora Zênis Novais, do Instituto de Química, coordena a Compostagem Francisco, projeto de extensão que transforma os resíduos dos restaurantes da universidade em húmus, um tipo de adubo orgânico.

A iniciativa dela, que começou com o Restaurante Universitário do campus Ondina, chegou às cantinas dos Institutos de Geociências e Biologia e da Faculdade de Arquitetura e até a outros restaurantes do bairro.

Em uma sala com uma betoneira, um triturador de resíduos e uma balança de precisão, o projeto já produziu a compostagem de 800 quilos de adubo. Entre 2015 e 2017, foram produzidas e distribuídas pouco mais de 7 toneladas de adubo orgânico.

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier