Concursos: suspensão de provas não é razão para abandonar estudos

Provas continuarão para suprir as vagas que estiverem desocupadas na administração pública

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 29 de junho de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shutterstock/reprodução

Desde que a pandemia do novo corona vírus foi decretada e a quarentena usada como uma ferramenta de prevenção, os concursos públicos que seriam realizados em todo o Brasil foram suspensos, seguindo a Lei que estabelece o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus SARS-CoV-2 (Covid-19). Em  tese, a suspensão impossibilitaria seleções até 31 de dezembro de 2021. A exceção cabe apenas naquelas situações onde os cargos tivessem ficados vagos durante o período de calamidade pública decorrente da pandemia. Ou seja, as provas ainda podem acontecer. Por isso, não vale parar de estudar. 

Para o professor e advogado Jerônimo Bezerra, mesmo com essa situação, vale a pena não desistir da rotina de estudos. “Se observada com cautela a realidade dos concursos públicos nos últimos anos, os municípios, os estados e a própria União já vinham publicando editais visando exclusivamente o preenchimento de cargos vagos, por conta da crise financeira em que o Brasil se encontrava, agora potencializada com o cenário da pandemia de covid-19”, esclarece. 

Bezerra lembra que a LC 173/2020 foi publicada em 27 de maio de 2020 e, até aquele momento já estavam publicados alguns editais para os concursos, com destaque para o de Procurador do Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas-DF; Assembleia Legislativa-CE; Tribunal de Contas e Tribunal de Justiça, ambos do RJ, e, especialmente, o concurso do DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional), com 309 vagas imediatas para cargos de nível médio e superior. “Cabe lembrar que o certame do DEPEN tem prova agendada para o dia 06/09/2020”, diz, reforçando a necessidade dos candidatos permanecerem firmes.

Embora a manutenção e a abertura de novos concursos dependerão da questão econômica e da capacidade de recuperação da União, Estados e Municípios após a quarentena, o advogado defende que os concursos continuarão porque as vacâncias seguirão acontecendo e a atividade pública, como regra, não pode ser interrompida. “Com isso, impõe-se a necessidade de repor os cargos vagos por meio dos concursos”, defende.

É claro que nesse momento de quarentena, quando as pessoas tiveram suas rotinas completamente modificadas, o professor reconhece que há um desafio novo a ser superado que consiste justamente em equilibrar a rotina de estudos, as tarefas domésticas e familiares, por vezes, o home office ou até o desemprego. “Ocorre que, independente desses fatores, o concurseiro precisa manter o contato com os temas que serão abordados nas provas para as quais ele se prepara, por meio das leituras, videoaulas e resolução de questões, se necessário reduzir a carga horária, que seja realizada tal adequação, mas sem jamais permitir o abandono da rotina de estudo e preparação”, orienta.

Jerônimo Bezerra também sugere que aqueles que tiverem a disponibilidade de aumentar a carga horária de estudos, mantendo a qualidade, façam isso, pois poderão colher bons frutos quando a rotina de provas retornar.

Para combater a desesperança, a dica é manter sempre presente a importância daquele concurso na vida de cada um. Seja através de uma frase, cartaz, lembrete...não importa! “Sabemos que, num país como o Brasil, o concurso público permite ascensão social, impondo reflexos não somente na vida do aprovado, mas em todo seu grupo familiar” complementa Bezerra, salientando que a realidade do concurso público se assemelha muito mais a uma maratona do que a uma prova de velocidade, de modo que os frutos da preparação são colhidos num médio/longo prazo. “Assim, se houver um longo período sem estudos, sem dúvidas, o concurseiro terá severos prejuízos quando retomar os seus estudos”, finaliza.

  O professor Jerônimo Bezerra destaca a importância de manter uma rotina de estudos mesmo com a suspensão dos certames (Foto: Gilmar Cruz/Divulgação) “Se for necessário, reduza a carga horária ou faça uma adequação, sem jamais permitir o abandono da rotina de estudo e preparação”. Jerônimo Bezerra, professor e advogado.